Um labirinto marciano

perspetiva_Noctis_Labyrinthus_Marte_HRSC_MarsExpress_150715Perspectiva sobre um pequeno segmento de Noctis Labyrinthus gerada a partir de imagens obtidas pela câmara estéreo de alta resolução da sonda Mars Express, a 15 de julho de 2015.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin, CC BY-SA 3.0 IGO.

A imagem de cima mostra um pequeno segmento de um vasto sistema de planaltos e vales profundos conhecido por Noctis Labyrinthus. Localizada no extremo ocidental de Valles Marineris, esta região faz parte de uma complexa estrutura em forma de cúpula com mais de 2000 km de diâmetro, que inclui grande parte de Syria Planum, um extenso planalto que se eleva cerca de 6 a 8 km acima do datum geodésico de Marte.

Noctis_Labyrinthus_contexto_MOLA_MGSImagem de contexto mostrando a localização da área visível na imagem de cima.
Crédito:NASA/MGS/Equipa científica do MOLA.

A origem desta formação parece estar intimamente ligada aos episódios de atividade tectónica e vulcânica que moldaram toda a região de Tharsis entre o final do período Noachiano e o início do Hesperiano. Estes surtos de intenso vulcanismo deformaram violentamente a crusta marciana, rasgando nos terrenos adjacentes o intrincado labirinto de fraturas que hoje conhecemos.

Noctis_Labyrinthus_Marte_HRSC_MarsExpress_150715O mesmo segmento de Noctis Labyrinthus numa imagem em cores naturais obtida pela sonda Mars Express, a 15 de julho de 2015.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin, CC BY-SA 3.0 IGO.

Noctis Labyrinthus estende-se por uma área de 350 mil km2 – o equivalente à área ocupada pela Alemanha. O terreno aqui apresentado corresponde a uma parcela com aproximadamente 120 km de comprimento, centrada num gigantesco maciço ladeado por vales recortados com cerca de 7 km de profundidade.

As áreas planas no topo desta unidade exibem um conjunto de falhas com orientações distintas, provavelmente criadas por sucessivos episódios de movimentos tectónicos na região. Nos flancos podemos ver ainda vestígios de antigos desmoronamentos, com detritos erodidos acumulados na base das vertentes íngremes. Em alguns locais, os fracos ventos marcianos arrastaram a poeira na direção de campos de dunas com uma orientação predominante de nordeste-sudoeste.

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