Alguns Mitos da Lua Cheia

Lua cheia. Crédito: Jerzy Łągiewka.

Lobisomens, assassinos em série, nascimentos, ciclos menstruais… temas de conversa que ao longo da nossa história têm surgido associadas à Lua Cheia.

Praticamente, todas as crenças relacionadas com a Lua, surgem de uma associação lógica de acontecimentos que parece ser verdadeira, mas não é. Tentarei falar um pouco dos mais conhecidos,

Lobisomens. A ideia transporta-me imediatamente até 1985, altura em que passava a telenovela do Roque Santeiro e, nas noites de Lua cheia, havia sempre um mistério associado à transformação de algumas personagens em lobisomem. Só no último episódio é que ficámos a saber quem era o lobisomem: o Prof. Astromar. E neste momento, não me ocorre música melhor que o Zé Ramalho, Mistérios da meia-noite. Mas recordo-me de outros lobisomens: o lobo (Jack Nicholson), o caçador de monstros (Van Helsing), o Lobijovem (Michael J. Fox), todos eles bem famosos… Não existem Lobisomens.

Diz-se que os lobos uivam para a Lua cheia. Será verdade? Não… É comummente aceite que os lobos uivam durante a Lua cheia para chamar a alcateia para a caça porque o clarão do luar é uma condição propícia à localização das suas presas… mas como é sabido, eles tendem a caçar todos os dias.

No campo da saúde é comum as enfermeiras e os médicos acreditarem que mais mulheres dão à luz na Lua Cheia. Um dos estudos mais abrangente, teve por base a análise de 70 milhões de nascimentos ao longo de 20 anos e concluiu não existir qualquer relação entre a Lua cheia e o número de partos. O hospital de Cruces em Espanha também conduziu um estudo semelhante, tendo obtido a mesma conclusão.

Movimentos esotéricos defendem a teoria que a Lua afeta o nosso corpo: “Da mesma maneira que a Lua provoca marés nos oceanos, como o nosso corpo é constituído maioritariamente por água, então também sofre influências”. E lá está: parece lógico, “só que não”. O nosso telemóvel influência mais o nosso corpo que a Lua.

E os ciclos menstruais? Porque são mensais? Estão sincronizados com a Lua? Novamente, parece, mas não. Pensa-se que a duração média do ciclo menstrual estará relacionada com processos evolutivos. A nossa espécie evoluiu no sentido de conciliar as ausências dos nossos ancestrais para caçar à luz da Lua cheia, enquanto as mulheres permaneciam férteis na Lua nova.

Eclipse lunar. Crédito: Jerzy Łągiewka.

A influência da Lua manifesta-se através da força gravitacional, que é uma força de pouca intensidade e só produz resultados em grandes massas, como é o caso de um oceano onde podemos observar as marés; porém, se olharmos para um copo de água em repouso, não vemos deslocações de água. Qualquer utensílio à nossa volta, como já foi referido o telemóvel, exerce mais gravidade sobre o nosso corpo que a Lua. Da mesma forma, uma parteira exerce muito mais gravidade sobre a grávida que a Lua.

É verdade que a Lua alimenta muitos mitos, mas também tem tido um grande significado na cultura humana ao longo dos séculos, tendo sido incorporada no nosso calendário. Além disso tudo, sabe-se hoje que a Lua é responsável pela estabilização do eixo de rotação da Terra, e que sem isso, a vida na Terra poderia não ter sido possível.

 

Plataforma “O Universo em Fotografia”.

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