Avistamentos de OVNIs em Portugal

Saiu mais um livro em Portugal sobre testemunhos portugueses de OVNIs.
Os casos são os já por demais conhecidos, e que qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento consegue desmontar.
Ou seja, não há nada de novo.

O livro, pelo que percebo, é um relato de testemunhos, que nada valem em ciência. Confundir isto com astrobiologia é enganar os leitores.
São somente descrições de supostos eventos, que só têm interesse para a sociologia e para a psicologia.
E para o interesse popular, que costuma colocar as crenças acima do conhecimento dos assuntos.

Sinceramente, parece-me somente um reavivar de mitos e superstições porque se sabe que estes temas “vendem”, que vem no seguimento dos anteriores livros da autora que descrevia “casas assombradas” em Portugal e “seres mágicos” de Portugal.
Ou seja, há um tema dominante nestes livros que se pode categorizar como pseudo-religiões.

ovnis

No entanto, e muito bem, a jornalista, autora do livro, entrevistou o físico Carlos Fiolhais. E ele expôs o conteúdo da entrevista, no blog De Rerum Natura, aqui.

Alguns excertos:

“(…) especulações pseudocientíficas sobre os OVNI que se iniciaram nos anos 40 e 50 chegaram até este século mais rarefeitas e amortecidas. Basta ir à Wikipedia e consultar UFO ou Ufologia para se perceber que o tempo maior das “aparições” de objectos estranhos já lá vai. Não associo isso directamente a avanços da ciência (novas teorias, novas tecnologias), mas sim ao facto de que o que era novidade na altura deixou de o ser e o que parecia misterioso revelou-se, após alguma investigação, banal. (…) A esmagadora maioria dos casos reportados acabou por se dissipar por haver uma causa atribuível ao fenómeno. (…)
Alguns cientistas interessaram-se por fenómenos atribuídos a OVNI, mas os resultados foram desencorajadores: não havia nada por trás, não havia por exemplo naves com extraterrestres que nos tivessem vindo visitar. (…) Não admira por isso que a ovnilogia seja considerada hoje uma pseudociência, isto é, uma imitação da ciência (com o “macaqueamento” do método científico), sem que haja alguma conclusão verdadeiramente interessante do ponto de vista científico. Andar à procura de discos voadores é assim como uma caça aos gambozinos: tanto uns como outros não existem.
No entanto, não se pode pensar que a ciência tenha varrido a pseudociência ou que possa varrer a pseudociência. Haverá sempre gente que acredita em coisas estranhas. Julgo que faz parte da natureza humana, onde o racional e o irracional coabitam, por vezes em proporções favoráveis a este último. (…)”

“(…) A ciência não funciona por unanimidade, mas sim por um amplo consenso. Pode haver discussão, mas a seguir faz-se alguma luz. Um doutoramento em física não é aliás um nenhuma certidão de sanidade mental e pode até aparecer um seu detentor que faça afirmações desprovidas de sentido. Em ciência não interessa muito o que um cientista diz, ou o que dois ou três dizem, mas sim o consenso que se forma na comunidade científica. Esse consendo pode demorar, mas costuma, cedo ou tarde, chegar. O método da ciência para chegar a um resultado, que assenta na acumulação de provas e na revisão pelos pares, é muito robusto. Tem sido comprovadamente eficaz. As pessoas por vezes não têm uma ideia como funciona a ciência e pensam que ela se baseia em autoridades: alguém diz uma coisa e os outros aceitam. Não é assim. A ciência baseia-se, em contraste com a pseudociência, no reconhecimento do erro. (…) Não é tanto o objecto que interessa – a ciência pode estudar avistamento de objectos misteriosos – mas sim o método que se utiliza para lidar com o objecto.”

“O físico norte-americano Richard Feynman, Prémio Nobel, em “O que é uma lei física” (Gradiva, 1989) diz que sabe tudo sobre discos voadores: não existem! Vale a pena citá-lo:

Não é anticientífico efectuar uma previsão embora muita gente que não faz ciência pense que o seja. Há alguns anos tive uma conversa com um leigo sobre discos voadores – a minha condição de cientista faz com que saiba tudo sobre discos voadores! Disse-lhe: “Penso que não existem discos voadores”. E o meu antagonista respondeu: Acha impossível a existência de discos voadores? Consegue provar que é impossível?” “Não!” disse-lhe, “não consigo provar que é impossível. É apenas bastante improvável.” Então ele replicou: “Isso é muito anticientífico. Se não consegue provar que é impossível, por que me diz que é improvável?” Mas essa é que é a maneira de se ser científico. Só é científico afirmar o que é mais e o que é menos provável e não estar sempre a provar o que é possível e impossível. Para concretizar melhor o meu pensamento, poder-lhe-ia ter dito: “Repare, a partir do meu conhecimento do mundo à minha volta, penso que é muito mais provável que os relatos de discos voadores sejam o resultado de características irracionais própria da inteligência terrestre do que de esforços racionais desconhecidos de inteligências extraterrestres.” É apenas mais provável e é tudo. Trata-se de uma boa previsão. Tentamos sempre avançar com a previsão mais provável, conservando no subconsciente o facto de que, se não resultar, temos de discutir as outras possibilidades (p. 212).

Concordo com Feynman. Um dia fui a um encontro de ovnilogistas no Porto porque me convidaram (no tempo em que os OVNIs estavam mais na moda do que hoje). E foi isto mesmo que eu disse. Tal como Feynman, sei tudo sobre discos voadores: não existem! Isto não é arrogância, é apenas uma maneira curta de expressar uma boa previsão. Se quiser uma maneira mais longa direi: muito provavelmente não existem. A ciência, como disse outro grande físico norte-americano, Carl Sagan, consiste no máximo de abertura possível, mas também no maior dos cepticismos. É preciso combinar as duas coisas de um modo sábio e o treino científico habilita-nos a isso, a fazer escolhas de modo a falhar menos. Diz-nos sempre quem não sabe como funciona a ciência: “não recuse uma ciência que desconhece”. Ora, os cientistas não recusam o que não conhecem, bem pelo contrário. A sua profissão consiste precisamente em perscrutar o desconhecido. Mas, simplesmente, alguma experiência adquirida habilita-nos a conhecer rapidamente algo que nos aparece como novo e a não nos deixarmos enganar. A ciência é, de certo modo, a capacidade de não nos deixarmos enganar.”

“Há alguns casos que são curiosos (…) aqueles casos em que se associam ovnis a locais/acontecimentos igualmente marcados pela espiritualidade/mitologia (…). Como se explica que se derrube um mito com outro mito? (…)
Eu percebo pouco de mitos e menos ainda de substituição de mitos. É normal quando se tem um mistério, tentar atribuir-lhe uma explicação. Os antigos viam figuras no céu: dantes eram deuses, hoje talvez pudessem ser estrelas de música rock. Nos casos que fala, em vez de milagres, teriam sido, segundo alguns autores, visitas de extraterestres. Não gosto nada desse tipo de “explicações” pois não adiantam nada. Passa-se de um mistério para outro, sem acrescentar praticamente nada. Nos dois casos fala-se de “aparições”. (…) E todos sabemos como a mente humana é fértil em criar todo o tipo de fenómenos (já Feynman o dizia). Milagres no sentido de suspensão de leis físicas não existem. Se uma lei física não funcionasse, modificar-se-ia essa lei e deixaria de haver o milagre… Mas as leis físicas que conhecemos funcionam bem. Qualquer modificação que se venha a conhecer (e a ciência não está de maneira nenhuma acabada) não irá mudar o essencial de muitas coisas que conhecemos hoje. Einstein mudou a mecânica de Galileu e Newton, mas só no limite das grandes velocidades ou das grandes massas. No limite das pequenas velocidades, comparadas com a da luz, ficou tudo como estava. E é por isso que ainda hoje ensinamos às crianças Galileu e Newton.”

“(…) Muitos pseudocientistas invocam “cientistas da NASA”, mas a mim parece-me que é como a menina de bata branca que vem vender num anúncio televisivo um iogurte com um omega três qualquer. Com certeza que há um ou outro cientista, com uma carreira científica sólida, que se interessa por coisas estranhas. Alguns até (o que é muito humano) acreditam em coisas estranhas (o que só mostra que os cientistas são humanos). Mas tal não significa que exista uma prova científica. (…)”

“(…) Em situações de grande tensão, os psicólogos sabem que se podem “ver” ou “ouvir” ou “sentir” coisas que outras pessoas não vêem nem ouvem nem sentem. (…)”

“(…) Nesse colóquio onde fui mostraram um filme de um objecto que apareceu perto de Valongo. A mim pareceu-me um balão. Se fosse hoje podia ser um drone, um objecto bem mais esquisito. (…)”

“(…) Isso é outro assunto e bem mais científico do que o dos OVNI. (…) A astrobiologia é um dos ramos mais excitantes da ciência contemporânea. Procura ver no espaço ou, na Terra, indícios de vida vinda do espaço. O seu objectivo principal é a busca de vida, inteligente ou não, fora da Terra, o que se pode fazer quer com sondas, como as que neste momento exploram o solo de Marte (os robôs Curiosity e Opportunity da NASA) ou aquelas que poderão ser enviadas para as luas de Júpiter (como o Juice da ESA, a lançar em 2022), quer com telescópios na superfície terrestre, como os grandes radiotelescópios em cujos registos se procuram sinais de inteligibilidade, quer ainda em telescópios espaciais como o Kepler da NASA destinado a detectar exoplanetas. (…)”

“Carl Sagan, que é o autor do livro de divulgação Cosmos e do romance Contacto (escreveu em ficção o que não pôde escrever como ciência), foi quem mais se interessou por vida inteligente fora da Terra no final do século passado. (…) Sagan estudou os discos voadores, participando em comissões que queriam, por exemplo, averiguar se havia perigo para a segurança dos Estados Unidos. A resposta é negativa! Nem os Estados Unidos nem o resto do mundo estão ameaçados por extraterrestres…”

“Não conhecemos extraterrestres nem eles devem existir no espaço mais perto de nós. E à distância em que podem existir sem terem até hoje dado sinais de vida não há tecnologias, com base na física que conhecemos, que permitam uma comunicação rápida. De modo que, por enquanto e nos tempos mais próximos, a menos que haja uma surpresa (e os cientistas adoram surpresas!), nós somos a única forma de vida inteligente no Universo.”

Leiam a entrevista completa, aqui.

22 comentários

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    • Carla Carvalho on 17/09/2023 at 15:43
    • Responder

    Boa tarde, há umas semanas penso ter gravado um vídeo de um OVNI, o que posso fazer ou para onde posso enviar o vídeo para análise? Obrigada

    1. Olá Carla,

      Entre em contacto com o departamento de astrofísica da universidade da região onde vive.

      Ou então, se o vídeo estiver na net, coloque aqui o link, dizendo onde o viu, para que direção, em que dia, a que horas, e demais informação relevante relacionada com o avistamento.

      abraços

  1. bons dias ,

    independentemente do que acredito ou o que pesquiso senti necessidade de ter de opinar.

    “O problema é que em 99% dos casos sabemos o que é”

    A sério??
    quantos avistamentos foram calados ou guardados a 7 chaves?
    Poderá me explicar as perguntas feitas no people disclosure hearings no dia 29 de Abril de 2013 se não estou em erro. ou então a espiral na Noruega em 2009?
    Apoio quando diz que a ciência só se baseia em factos mas muita da ciência hoje em dia era algo ridículo a 50 anos daí (telemóvel com vídeo chamada e mais poder de processamento que o computador que levou o homem a lua em ’69) seria um grande simples LOL tal como hoje muitas das “teorias da conspiração”. afirmar que não somos visitados por outros seres sem via de dúvida é muita arrogância ainda por cima quando nos ainda estamos muito fresquinhos na nossa tecnologia basta pensar como era a 100 anos atrás. a teoria do zoo e etc são muitas das explicações dadas ao não ter havido contacto mas se alguém tiver curiosidade tal como foi mencionado pelo Carlos na Internet e muito fácil ver as várias teorias. eu pessoalmente verifico sempre primeiro algo que fortemente prove o contrário em relação a ETS etc ao invés de procurar apenas algo que confirme no que quero.

    adorei uma frase numa série engraçada do Morgan Freeman em que uma astrofísica (se não estou em erro) diz. ” se eu estiver numa praia e encher um copo com a água do mar e como quase de certeza vai só conter água vou deduzir que não tem peixe no mar?)

    a vida na Terra já emergiu por várias vezes será tão difícil acreditar que num universo onde existem mais planetas como a terra do que cada grão de areia no nosso planeta abrigar vida seja ela microbiológica ou seres avançados tão absurda???

    1. “independentemente do que acredito ou o que pesquiso senti necessidade de ter de opinar.”

      Esse é logo um problema à partida. Opiniões não são conhecimento. Muitas vezes são só crenças baseadas na ignorância do assunto. Neste caso, é o que acontece.

      ““O problema é que em 99% dos casos sabemos o que é”
      A sério??”

      Tem razão. É 99,9999%

      “quantos avistamentos foram calados ou guardados a 7 chaves?”

      Não sei. Nem você sabe. E se disser que sabe que existem está a crer em teorias de conspiração para os quais tem 0 evidências. Ou seja, é somente uma crença religiosa sua.

      Já agora, quais são os segredos que o Fábio tem guardados a 7 chaves?
      Posso começar a inventar alguns, posso afirmar que de certeza você os tem, e vou chamar a polícia porque alguns deles são crime?

      “Poderá me explicar as perguntas feitas no people disclosure hearings no dia 29 de Abril de 2013 se não estou em erro.”

      O Disclosure Project foi somente uma forma que arranjaram para gozar com os crentes nestas coisas.
      As coisas que eles dizem são tão estúpidas, e quando vêm à TV é sempre para dizer que “na próxima semana vamos mostrar provas” (sem nunca o fazerem há anos), que claramente se percebe (basta ter alguns neurónios e ter pensamento crítico) que é somente uma estratégia para “round-up” os crentes.
      É uma estratégia de desinformação muito bem feita… e claramente eficaz (precisamente porque está destinada a quem não tem pensamento crítico).

      Mas isto já foi falado aqui. Se ler os artigos sobre esse assunto, percebe isso.

      “ou então a espiral na Noruega em 2009?”

      Essa e muitas outras espirais aparecem sempre quando há um lançamento russo sobre o mar do Norte que dá para o torto. Nada de especial. Também temos um artigo sobre isso. Basta que leia os artigos, em vez de me fazer perder tempo com coisas que estão perfeitamente explicadas.

      “mas muita da ciência hoje em dia era algo ridículo a 50 anos daí”

      Era “ridículo” em termos de ser bastante avançada para a época.
      Mas não era contrária às leis científicas.
      Aliás, tem diversas histórias de ficção científica, com hard-science, onde os exemplos que referiu constam. Precisamente porque era algo que se imaginava, dentro da ciência, que pudesse existir no futuro.

      Já as teorias da conspiração que refere são contrárias a isto.

      “é muita arrogância”

      Realmente é muita arrogancia alguém imaginar que, neste universo gigantesco, existem seres parecidos connosco, com atitudes semelhantes à nossa, com tecnologia similar à nossa, que nada têm mais a fazer do que andar a ver-nos.

      Mude-se a palavra extraterrestre por Deus ou Anjos, e temos uma religião.
      É só mudar nomenclatura. Mais nada.

      Por isso, sim, a arrogancia fundamentalista religiosa está em todos aqueles que acham que os seres humanos continuam no centro do Universo, a ser o objecto de deleite para seres demasiado avançados (seja Deus ou ET).

      “a teoria do zoo e etc são muitas das explicações dadas”

      Não são explicações nem sequer teorias.
      São modelos criados baseados numa arrogancia suprema de colocar o Homem no centro do Universo.
      São modelos criados baseados no princípio antrópico.

      “adorei uma frase numa série engraçada do Morgan Freeman em que uma astrofísica (se não estou em erro) diz ”se eu estiver numa praia e encher um copo com a água do mar e como quase de certeza vai só conter água vou deduzir que não tem peixe no mar?)”

      O programa do Morgan Freeman, infelizmente, tem muitos erros ao nível da lógica e ao nível da ciência.
      Se isso foi dito, foi um erro.

      Se um cientista encher um copo com água e o analisar, irá verificar que contém biliões de microorganismos. Vai assim deduzir que o planeta desenvolveu vida. O próximo passo será analisar mais água e mais água, até saber se essa vida microbiana se desenvolveu ou não para algo mais.

      Nos primeiros 2 mil milhões de anos, só existia dessa vida microbiana.
      Mais uma vez a arrogância daqueles que acham que se encontrarmos vida lá fora, ela tem que estar desenvolvida num passo de evolução similar aos Humanos, quer em termos tecnológicos quer em termos biológicos quer em termos psicológicos. É não só arrogancia como ignorancia, porque ignoram milhares de milhões de anos de vida na Terra.

      “será tão difícil acreditar que num universo onde existem mais planetas como a terra do que cada grão de areia no nosso planeta abrigar vida seja ela microbiológica ou seres avançados tão absurda???”

      Acreditar não se deve fazer, porque a ciência não se faz de acreditar.
      A eletricidade não funciona em sua casa porque acredita nela. Se saltar do topo de um edifício de 20 andares, pode acreditar à-vontade que para si a gravidade não vai funcionar, que em 100% das vezes vai estar errado.
      Mas é curioso falar em acreditar, porque mais uma vez denota que para si isto é uma crença, uma simples crença religiosa, onde o conhecimento é ignorado ou negado.

      Ser absurdo ou não, não sei qual a definição que lhe quer dar.
      Mas é extremamente provável existir vida espalhada por todo o Universo. Isto é-nos ensinado pela ciência.

      Tudo isto já está explicado em dezenas e dezenas de artigos aqui no blog. Sugiro que os leia.

      abraços

    • Ivo Domingues on 07/07/2016 at 10:55
    • Responder

    Concordo que se valorize o conhecimento e que se desmistifique todos relatos, avistamentos, fotos ou videos de OVNI’s que se possam identificar.
    No entanto, na ciência sempre houve e vai continuar a haver situações para as quais não temos, ainda, explicação.
    Acho que devemos deixar uma margem de dúvida para certos relatos, feitos por várias pessoas, de situações que não conseguimos explicar, sem atribuirmos problemas mentais ou alucinações a essas pessoas para invalidarmos os seus testemunhos.
    Os testemunhos não provam nada na ciência, é certo, mas também não os podemos ignorar totalmente, quando não os conseguimos justificar 😉

    1. Não me ouviu falar em problemas mentais ou alucinações nas centenas de artigos que temos aqui sobre isso 😉

      Mesmo no caso de Monsanto em que se fez a experiência, passou na TV, e se percebeu que as pessoas inventavam inconscientemente 😉

      abraços

        • AC on 13/07/2016 at 19:36

        Boa! Afinal as pessoas não mentem, inventam inconscientemente. ” Olhe senhor Juiz, eu não menti! Eu simplesmente inventei inconscientemente.”

      1. Sim, existem diferenças entre uma coisa e outra, não só moralmente mas também, como referiu, legalmente.

        Quis ser engraçado, e só errou…

      2. Também acho curioso que se esconda atrás de usernames falsos e e-mails inexistentes…

        É o normal nos defensores dos “mistérios inventados pela mente humana”…

        • Ana C. on 14/07/2016 at 13:35

        Errei? Talvez! Por acaso essa uma hipótese que eu nunca coloco de lado. Como não quero estar preso às minhas próprias ideias e crenças, coloco-as sempre em questão. Eu não pretendo afirmar ou negar nada, mas sim questionar quem aparentemente tem respostas para casos que ainda não foram explicados devidamente.
        Eu diria que utilizei um pouquinho de ironia, mas penso que até foi apropriado. Entendi que afirmava que as pessoas que relatam este tipo de experiências inventavam-nas inconscientemente.
        A questão é: Isto aplica-se às pessoas que fazem este tipo de relatos ou também se aplica às outras?
        Estas pessoas relatam consecutivamente experiências pormenorizadas e com grande emoção como se estivessem a recordar o passado. Claro que a mente humana pode gerar falsas memórias, mas não costumam ser tão abrangentes. Por exemplo: Eu lembro-me de ter ido ao Brasil, mas ao relatar a viagem a terceiros posso alterar algumas das experiências que realmente tive de forma inconsciente. Não obstante, a experiência no geral é verdadeira, mesmo que eu inconscientemente tenha alterado algumas situações. Será que a mente humana consegue inventar continuamente assim tantas memórias e tão detalhadas?
        A questão é como é que alguém, como um juiz por exemplo, pode acreditar num determinado testemunho ? Claro que pode argumentar que é o conjunto das provas que vai decidir um veredicto. Mas por vezes a únicas provas que existem são relatos de testemunhas que vão ser analisados e comparados entre si. Existem relatos complementares neste tipo de experiências em que as pessoas tiveram a mesma experiência e relataram-na pormenorizadamente e em sintonia umas com as outras. Como isso é possível? Tiveram todas o mesmo sonho? As suas mentes inventaram a mesma história? Como é que a mente humana de forma inconsciente consegue em pouco tempo, construir um roteiro detalhado e de seguida colocá-lo em palco com atuações brilhantes? Claro que pode sempre argumentar que desconhece este tipo de histórias ou que tudo não passa de mentiras bem montadas, visto que o principal objetivo é contestar este assunto e não estudar ou tentar compreendê-lo. A forma presumida como encara todo este fenómeno e expõe os seus comentários assim o dizem.

      3. “Como não quero estar preso às minhas próprias ideias e crenças, coloco-as sempre em questão.”
        — curiosamente, esta frase é muito bonitinha mas é totalmente mentira!
        Nos seus comentários, você mostra estar presa às suas crenças.

        Não, não coloca sempre em questão. Nos seus comentários, mostra que teimosamente segue as suas crenças e não as coloca em questão.
        Devia ler mais sobre pensamento crítico e das suas limitações. Algumas dessas limitações passam por achar que se deve questionar tudo, caindo na irracionalidade, na crença absoluta de que se deve criticar e pronto… mesmo quando se está a ser teimoso e a não querer ouvir/ler e aprender.

        “Será que a mente humana consegue inventar continuamente assim tantas memórias e tão detalhadas?”
        — sim!

        “Existem relatos complementares neste tipo de experiências em que as pessoas tiveram a mesma experiência e relataram-na pormenorizadamente e em sintonia umas com as outras. Como isso é possível? Tiveram todas o mesmo sonho? As suas mentes inventaram a mesma história?”
        —- chama-se Aculturação!
        É absolutamente normal. Essa sua pergunta está respondida em muitos livros de psicologia incluindo sobre este assunto. Sugiro que os leia.

        Se quer ir ainda mais longe, faça experiência com pessoas, para provar isso.
        Eu consigo provar isso nas minhas aulas em 3 minutos. (tenho uma actividade que mostra isso)
        E não sou psicólogo nem pretendo ser.

        Se não quer fazer experiências, então leia os nossos artigos, em vez de simplesmente afirmar que leu alguns. Talvez aprenda alguma coisa.
        É que num deles está explicado que desde o primeiro caso da era moderna existiu essa aculturação. Nunca existiram discos voadores, mas sim um erro de um jornalista que os descreveu assim. Como foi um caso mediático, toda a gente passou a vê-los dessa forma, errada.
        Noutro artigo está explicado o caso de Monsanto, filmado pela SIC: uma experiência sociológica (tornou-se nisso), em que se colocou um holofote de cor branca no cimo do monte virado para cima. As pessoas não mentiram, mas inventaram inconscientemente fruto daquilo que era esperado que vissem e reportassem.

        Se quisesse aprender, não faltariam artigos que lhe permitiriam perceber o fenómeno.
        Mas o seu objectivo não é aprender, é fazer-me perder tempo…

        “visto que o principal objetivo é contestar este assunto e não estudar ou tentar compreendê-lo.”
        —- o assunto está estudado e compreendido.
        Se não quer aceitar esses milhares de estudos, o problema é seu. A irracionalidade é sua.

        “A forma presumida como encara todo este fenómeno e expõe os seus comentários assim o dizem.”
        —- a presunção é sua.
        Você é que assume que sabe mais que os especialistas, só porque tem uma crença que o fenómeno não pode ter respostas.

        Mas olhe, eu não tenho tempo para trolls.
        Este local é de ciência, de racionalidade, SE as pessoas quiserem aprender. Evidentemente a Ana C. não quer aprender porque de forma fundamentalista já sabe qual a resposta (para si, não se pode ter respostas), por isso este local não é para si.
        Nem este local (AstroPT) nem qualquer outro local que tenha internet, que utilize electricidade, etc, etc, etc, porque tudo isso foi feito com respostas dadas pelos cientistas.

        Passe bem.

        P.S.: eu não vou perder mais o meu tempo com comentários seus. Mas é sintomático ainda ter enviado mais comentários a trollar este assunto, por exemplo com argumentação falaciosa de que pilotos experimentados relatam estes assuntos. E é argumentação falaciosa porquê? Porque é um argumento de autoridade e que já está explicado em vários artigos (que já lhe sugeri para ler, que a “Ana C.” prova que não lê, e que por isso só tem por objetivo fazer-me perder tempo). Até Buzz Aldrin – quiçá o piloto com mais experiência de sempre – viu um OVNI, que afinal quando aterrou percebeu que era o planeta Vénus. Qualquer 0,00001% de pilotos que venha dizer que viu OVNIs e que diz que sabe o que é fruto da sua experiência, baseado na sua autoridade, mostre-lhe o curriculum do Aldrin. Obrigado.

        P.S.2: continuo a achar muito interessante que os defensores das tretas, se escondam sempre atrás de nomes e e-mails falsos (ex: uma Ana diz: “Como não quero estar preso”). É sintomático do tipo de gente que de forma fundamentalista acredita nestas coisas. Será que sabem que poderiam aprender mais se fossem verdadeiros?

      4. Tal como já está aqui afirmado no blog dezenas de vezes:

        As pessoas têm o direito de acreditarem no que quiserem.
        Querem acreditar em OVNIs? Que acreditem.
        Querem acreditar em ETs com formas e atitudes humanas? Que acreditem.
        Querem acreditar em deuses com formas e atitudes humanas? Que acreditem.
        Querem acreditar no Pai Natal? Que acreditem.
        Querem acreditar que o mundo vai acabar amanhã? Que acreditem.

        Mas este não é o local para essas crenças.

        A internet é feita com o conhecimento humano. Não é feita de crenças dos indivíduos que utilizam a internet.
        Este local, AstroPT, existe para transmitir conhecimento. Este local não quer saber de crenças, sejam as minhas, suas, ou de quem quer que seja.

        Até as Testemunhas de Jeová batem à porta, e depois ainda perguntam se podem falar do seu Deus, antes de destilarem as suas crenças em alguém.
        E mais: dão a cara! Mostram quem são. Não se escondem…

        Será que é mesmo necessário dizer que deveria existir esse respeito aqui?
        Este é um local de conhecimento, que se baseia na racionalidade. É dessa forma que são analisados os assuntos.

        Neste local não queremos saber das crenças religiosas individuais das pessoas… mesmo que sejam em OVNIs e nos seus profetas contactados.
        Existem locais, Igrejas de OVNIs, por exemplo, onde podem falar das suas crenças pessoais.

        Cada qual pode ter a crença que quiser, mas o conhecimento dos assuntos deve estar sempre acima dessas crenças individuais.

    • Carlos Mendonça on 05/07/2016 at 13:25
    • Responder

    Eu sei que não há “provas” do avistamento, das visitas por e muito menos da existência dos chamados Ovnis, mas insinuar com um ar “convencido”, que admitir a sua veracidade não tem nada a ver com ciência, é no mínimo próprio de quem não tem pensamento lógico-cientifico.
    Não quero ser indelicado, mas nunca a ciência avançou sem a “Dúvida Metódica”.
    Abraço

    1. 2 + 2 = 4

      Quando alguém lhe dá uma resposta, não quer dizer que seja “convencido” e que não tem “pensamento lógico-cientifico.”

      Muitas vezes, como neste caso, é porque sabe, ou seja, tem conhecimento dos casos em questão, tem conhecimento do assunto.

      Se o Carlos Mendonça é contra o conhecimento… aí já é outra história.

      De resto, se quisesse pensar racionalmente (ou de forma lógica-científica), leria os outros artigos que constam aqui em link, e vários outros que constam na mesma categoria deste post, como este:
      http://www.astropt.org/2014/03/16/como-distinguir-ovnis-de-naves-extraterrestres/

      Dessa forma, talvez também aprenda alguma coisa e comece a ter respostas racionais para os casos.

      Sabe que se a Ciência lhe disser que o barulho que ouve no meio da parede da sua casa é de um rato (provado pelo trolha que foi a sua casa, partiu parte da parede e apanhou o rato), o Carlos Mendonça não pode continuar a defender que é um fantasma só porque acha que em ciência não pode haver respostas mas somente a “dúvida metódica”.

      abraços

      P.S.: além disso, se lesse as respostas do Carlos Fiolhais, perceberia o que é a ciência (o que inclui as respostas lógico-científicas). É que o Carlos Fiolhais explica exactamente porque o seu comentário é fruto da não-compreensão de textos e da ciência (na parte sobre probabilidades). 😉

    2. Mais de 70 anos de “visões” e ainda não apareceu uma única prova.
      Acha que vale a pena continuar à espera? Eu não!

        • AC on 13/07/2016 at 19:44

        Não é preciso esperar por nada! É só preciso estar ciente que há coisas que nós não sabemos e estar aberto para o que fôr ou seja não colocar de lado qualquer hipótese.

      1. O problema é que em 99% dos casos sabemos o que é.

        No resto, não saber o que é, não quer dizer extraterrestre. Pode a pessoa estar a mentir ou pode não ter visto bem o que era. É só.

        Pensar que é extraterrestre, é ser ignorante quanto ao assunto de astrobiologia e é insultar potenciais alienígenas.

        Mas em vários artigos aqui no blog, tem as explicações dos assuntos, incluindo este.
        Sugiro que leia os artigos.

      2. E claro que se coloca de lado as hipóteses: testa-se e vê-se o que é e o que não é.
        É isso que se faz, pensar racionalmente, todos os dias!

        Tem a explicação disso, também, em vários artigos.

        Dizer que não se pode colocar de lado hipóteses, quando se sabe o que é (provavelmente ou certamente), é burrice.

        • Ana C. on 14/07/2016 at 13:30

        Eu já li alguns dos artigos, mas eles estão somente virados para uma única perspetiva – a sua. Pode dizer que está a elucidar os leigos e os ignorantes, mas a única coisa que está a fazer é a mostrar a ( sua) perspetiva que visa rebater o fenómeno, dando explicações simplistas e não expondo a informação que realmente intriga a maioria das pessoas que estudam estes fenómenos. Existem muitos investigadores realmente céticos em relação ao assunto, mas estes apresentam todas as perspetivas sem se fixarem em nenhuma. O que eles dizem é que ainda não há provas contundentes que afirmem ou neguem que os objetos voadores observados sejam de origem extraterrestre.

        “E claro que se coloca de lado as hipóteses: testa-se e vê-se o que é e o que não é.”

        Como é que testa ou explica aquilo que não observou? Sim, vocês tentam explicar aos observadores aquilo que eles viram, mesmo quando as explicações são inadequadas relativamente à descrição dos fenómenos observados.
        O problema é precisamente vocês acharem que sabem o que é. Bem, acho que nem sequer pensam muito no assunto e é por isso que nem se dão ao trabalho de estudar sem preconceitos os casos que realmente são intrigantes. Quando abordam os casos OVNIS, já têm as suas teorias e opiniões pré-estabelecidas.
        Eu não afirmo nem nego a existência de naves extraterrestres, porque para mim o que está em causa é a mentalidade e a forma como que é abordado o assunto.

      3. 2 + 2 = 4
        Não é a minha perspectiva. Nem é a sua. É o que é.

        Se não sabe distinguir a realidade de “perspectivas”, o problema é seu.

        “Como é que testa ou explica aquilo que não observou?”
        — simples.
        Usando de alguma racionalidade, como fazemos todos os dias a todos os minutos da nossa vida.
        Se sobre este assunto, quer ser irracional, o problema é seu.

        Já lhe disse para ler alguns dos artigos que temos aqui.
        Um deles é este:
        http://www.astropt.org/2014/03/16/como-distinguir-ovnis-de-naves-extraterrestres/

        Se os conseguir ler (estão em português), talvez aprenda alguma coisa.
        Se não os quer ler e/ou não quer aprender nada, então sinceramente, nada faz aqui. Este local é de aprendizagem.

        “Bem, acho que nem sequer pensam muito no assunto e é por isso que nem se dão ao trabalho de estudar sem preconceitos os casos que realmente são intrigantes.”
        — por acaso, está a debater com alguém que viu, em primeira mão, alguns dos casos e os estudou.
        Mas para quê saber isso, quando o seu único objetivo é teimosamente afirmar com base nas crenças que tem?

        “Quando abordam os casos OVNIS, já têm as suas teorias e opiniões pré-estabelecidas.”
        — não existem teorias sobre este assunto. Nem poderiam.
        Para saber o porquê, tem que ler os nossos artigos a explicar-lhe o que são teorias. Como se prova, não os leu, mas afirma que os leu. Isso tem um nome…

        “Eu não afirmo nem nego a existência de naves extraterrestres (…)”
        — pode dizer o mesmo de unicórnios voadores invisíveis, do Pai Natal, etc.
        O seu problema é continuar com mentalidade infantil e não querer distinguir o que existe do que não existe.
        Para si, mais vale continuar a viver no mundo infantil em que tudo é um mistério insondável…

        Quando quiser crescer e, consequentemente, aprender alguma coisa… passe por cá.

        Até lá, Passe bem.

      • mario figueiredo on 15/08/2016 at 22:02
      • Responder

      Eu mais três amigos,vimos um aparelho de média dimenção com muitas luzes, há uns bons pares de anos, na zona ce benavente,partiu como chegou,sem barulho,esteve parado talvez a 20/30 metros de nós,será que estava-mos tontos.

      1. Não é preciso estar tonto.

        Eu tenho um drone que lhe faz o mesmo 😉

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