Sobrevoando o complexo vulcânico de Compton-Belkovich

complexo_vulcanico_Compton_Belkovich_NAC_LROCPequena porção do complexo vulcânico de Compton-Belkovich numa imagem recentemente obtida pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter, a uma altitude de 52 km.
Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.

Um dos primeiros resultados da missão Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) foi a descoberta de um pequeno complexo vulcânico félsico, com aproximadamente 35 km de comprimento por 25 km de largura, localizado entre as crateras Belkovich e Compton, no hemisfério lunar mais distante da Terra. Dados obtidos em 1998 pelo espetrómetro de raios gama da sonda Lunar Prospector tinham já revelado uma abundância anómala de tório na região. Porém, foram as imagens e as medições das emissões térmicas recolhidas pela LRO que permitiram aos cientistas confirmar a presença de depósitos vulcânicos com uma composição félsica (possivelmente riolítica) distinta do vulcanismo basáltico tipicamente observado na superfície da Lua.

A imagem de cima mostra parte da zona central do complexo vulcânico de Compton-Belkovich (CVCB). No seu interior podemos encontrar muitas áreas com uma refletância relativamente elevada e uma baixa concentração de crateras de pequenas dimensões. O seu carácter refletivo está associado à composição félsica dos materiais que cobrem a região. A baixa concentração de crateras de impacto sugere, no entanto, que o CVCB representa provavelmente um dos raros exemplos de vulcanismo lunar relativamente recente.

Num trabalho recentemente publicado na revista Icarus, uma equipa de investigadores usou a análise da estratigrafia das crateras Compton e Hayn e a contagem e medição de crateras de impacto nas áreas com alta refletância e topografia elevada para estimar a idade dos depósitos vulcânicos do CVCB. Os resultados indicam que a região exibiu atividade vulcânica pela última vez há aproximadamente 3,5 mil milhões de anos. Contudo, estes derradeiros episódios vulcânicos não foram suficientemente intensos para cobrir a região com novos materiais, pelo que é possível observar superfícies formadas há pelo menos 3,8 mil milhões de anos. Esta idade coincide com a formação de Belkovich, uma cratera com 200 km de diâmetro localizada a oeste do CVCB.

Podem ler mais sobre este trabalho aqui e aqui.

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