Trabalho integrado de Telescópios

Observatórios pelo Espectro Eletromagnético. Crédito: NASA

Observatórios pelo Espectro Eletromagnético.
Crédito: NASA

O Universo revela-se numa variedade de cores.

Apesar do Hubble conseguir observar grande parte do espetro eletromagnético, do ultravioleta ao infravermelho, ainda não consegue ver toda a gama de energia cósmica.
Por isso, os astrônomos precisam de diferentes tipos de telescópios, tanto no espaço como no solo, para revelar todos os mistérios do Universo.
O Hubble desempenha um papel fundamental nesse trabalho integrado de telescópios.

O Universo parece muito diferente à luz de diferentes comprimentos de onda, e muitas questões científicas só podem ser respondidas ao estudar objetos em partes específicas do espetro.
Cada um deixa a sua marca em diferentes comprimentos de onda. Por exemplo, a mesma quantidade de espaço estudada pelo Hubble pode ser observada pelos instrumentos a bordo do Observatório de raios-X Chandra.

Huble e Chandra formaram uma equipe várias vezes no passado.
Um exemplo disso é a imagem da galáxia em espiral ESO 137-001.

Um bom exemplo é o Very Large Telescope (telescópio enorme) da ESO no Cerro Paranal, no deserto de Atacama, na região norte de Chile.
O aglomerado de galáxias Abell 2744 —apelidado de Aglomerado de Pandora — foi observado com dois olhos bem diferentes. Os dados combinados mostraram que o Aglomerado de Pandora não é, de facto, um aglomerado, mas sim um amontoado de pelo menos quatro diferentes aglomerados.

Muitos pedidos para o tempo do telescópio são para estudos de objetos já antes investigados: em 2015, astrônomos combinaram dados antigos do Hubble com novas observações do Very Large Telescope da ESO.
Este último tinha acabado de ser usado para descobrir algumas, até então desconhecidas, estruturas no interior do disco à volta da jovem estrela AU Microscopii.
Só ao comparar com imagens antigas do mesmo objeto feitas pelo Hubble, foi possível descobrir que as características no disco tinham mudado ao longo do tempo.
Acabou por se descobrir que as ondulações se movem — e muito depressa: um sinal que algo verdadeiramente estranho está acontecendo, e ainda hoje é um mistério por resolver.

Nos últimos vinte anos a caça aos exoplanetas tornou-se um campo de estudo na astronomia muito crucial e prolífico; um campo onde quase todos os telescópios tentam deixar a sua marca.
Para esta caça, o Hubble se integra com o telescópio espacial infravermelho Spitzer.
Juntos produziram o maior estudo comparativo até hoje de dez exoplanetas conhecidos como Júpiteres Quentes. As múltiplas observações das suas atmosferas permitiram aos astrônomos extrair as características únicas dos vários elementos e moléculas — água incluída — para distinguir exoplanetas com ou sem nuvens.

Às vezes, mais de dois telescópios têm de trabalhar juntos para conseguirem alcançar um objetivo comum.
Para ser testemunha das primeiras fases da formação de uma galáxia massiva no jovem Universo, os astrônomos usaram o poder de quatro grandes telescópios: Hubble, Spitzer, Herschel e Keck.
Juntos, estes quatro telescópios observaram o crescimento inicial de uma galáxia gigante como era há 11 bilhões de anos atrás, ou seja, só 3 bilhões de anos depois do Big Bang.

O próximo importante parceiro do Hubble será o James Webb Space Telescope, da NASA/ESA/CSA.
O seu lançamento está planeado para 2018.
Enquanto que o Hubble consegue ver ultravioleta, visível, e alguma luz infravermelha, o James Webb é especializado para o infravermelho. Com esta capacidade vai ser o complemento perfeito para o Hubble. Juntos vão escrever mais um capítulo de sucesso na história de trabalhos integrados de telescópios.

1 comentário

    • José Ricardo Baldissera on 04/08/2016 at 09:37
    • Responder

    Lindo video. Qtas coisas não sabemos.

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