[ET #1] – A Procura de Vida Extraterrestre

1. ET_FAST

A área do radiotelescópio FAST (Five Hundred Metre Aperture Spherical Telescope) é igual a 30 campos de futebol, o diâmetro atinge 500 metros; é o maior radiotelescópio do mundo e localiza-se no sudoeste da China. Quando estiver totalmente funcional, o telescópio deverá ser capaz de detetar sinais de rádio a mais de 1.000 anos luz de distância.

Há uns anos atrás, começaram a surgir vários relatos sobre avistamentos de OVNIs, transmitindo a sensação de que o medo do desconhecido aliado à forte imaginação de alguns se tinha apoderado da razão.

Mais recentemente, têm surgido notícias especulativas sobre vida extraterrestre de carácter mais técnico: primeiro foi a megaestrutura alienígena (KIC 8462852), depois associou-se a descoberta do exoplaneta Próxima Centauri b à possibilidade de ser um planeta semelhante à Terra e como tal albergar vida (inteligente) e logo depois o sinal detetado pelo RATAN-600, que no geral se traduzem em tentativas de chamar a atenção dos media, embora, quanto a mim, pelos motivos errados.

Neste contexto e depois de um percurso pelos domínios da Exoplanetologia e da Radioastronomiadecidi tecer alguns comentários e reflexões sobre Extraterrestres inteligentes, através da publicação de uma série de artigos contendo factos científicos, um pouco de ficção e algumas opiniões pessoais.

A humanidade está determinada a encontrar vida extraterrestre e nunca esteve tão próxima como agora. Para motivação temos a nossa história que nos tem mostrado que: “aquilo que o Homem imagina, o Homem alcança”. Pela 1ª vez na história podemos perguntar se estamos sozinhos no Universo e a resposta não deverá ser dada durante o meu tempo de vida mas acredito que será pouco depois. Esta é a minha visão conservadora; Seth Shostak (SETI) afirma: “We will find aliens in the next two decades”.

Podemos questionar-nos sobre a importância da descoberta de vida ET e a resposta é: será a mais incrível descoberta de todos os tempos. E as entidades envolvidas competem entre si para poderem ser as primeiras a anunciar tal revelação.

Atualmente, a procura de vida ET segue 3 direções principais:

  1. A primeira vai à procura de condições de habitabilidade no sistema solar através do envio de sondas interplanetárias automatizadas.
  2. A segunda tenta identificar biomarcadores (ozono, por exemplo) em exoplanetas (planetas que orbitam outras estrelas) localizados em zonas habitáveis (nem muito próximo nem muito distante da sua estrela, de maneira a poder existir água no estado líquido).
  3. E a terceira escuta o Universo com a finalidade de detetar sinais de rádio produzidos artificialmente, característicos de uma civilização com capacidade tecnológica.

Esta série de artigos será sobre este último ponto, a radioastronomia.

Enquanto aguardamos desenvolvimentos sobre a descoberta de vida ET, podemos fazer afirmações de carácter geral sobre a natureza dessa vida com base naquilo que aprendemos aqui na Terra:

  • água será um fator decisivo na criação de vida pois é o solvente universal, capaz de dissolver substâncias dando origem a moléculas cada vez mais complexas, além de que se encontra em abundância por todo o universo.
  • carbono é um componente provável na vida pois tem capacidade para gerar moléculas de elevada complexidade.
  • Uma molécula do tipo ADN será essencial pois possui capacidades autorreplicantes.

Convém ter presente que, em termos probabilísticos, é assumido que qualquer sociedade ET detetada por nós, será significativamente mais avançada. Ora, este cenário levanta algumas questões pertinentes sobre se devemos anunciar a nossa presença ou manter silêncio e será alvo de discussão (técnica) num dos próximos artigos.

Uma coisa é certa, qualquer sinal detetado irá despertar o interesse dos media, que o divulgarão em massa, muito provavelmente antes de ser confirmada cientificamente a sua validade, tal como se tem especulado acerca do KIC 8462852, a suposta megaestrutura construída por ETs em volta da sua estrela e sinal de rádio registado pelo RATAN-600, que mesmo com os seus descobridores a afirmarem que não deveria ser proveniente de uma civilização alienígena, foi exatamente neste contexto que a notícia foi dada.

No próximo artigo irei abordar a questão filosófica colocada pelos nossos antepassados: “Estamos sozinhos no Universo?”

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