Viver na extremidade

Crédito: NASA / JPL-Caltech

Crédito: NASA / JPL-Caltech

A equipa do astrónomo Denilso Camargo, que inclui os astrónomos Eduardo Bica e Charles Bonatto, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no Brasil, utilizou os dados do WISE para encontrar mais de 1000 aglomerados estelares, berçários de estrelas.

Sete desses aglomerados estão no halo galáctico: Camargo 932, 934, 939, 1074, 1099, 1100 e 1101. Isto é muito estranho, porque supostamente as estrelas não se formam no halo. São berçários estelares “no meio do nada”.

Os quatro primeiros aglomerados estão a mais de 16 mil de anos-luz do disco galáctico, e os outros três, a um pouco menos.
Dois outros aglomerados, Camargo 438 e Camargo 439, estão também bastante distantes do plano da Via Láctea, nas extremidades da Via Láctea, no halo galáctico, a 16 mil anos-luz de distância.

O professor Camargo explica: “Não se esperava que os aglomerados se formassem tão longe. (…) Ventos de estrelas massivas e explosões de estrelas — supernovas — no interior do disco da Via Láctea podem lançar gás e poeira a grandes distâncias. O material pode condensar formando nuvens que, por sua vez, colapsam dando origem a aglomerados estelares. Outra hipótese é o gás e poeira que formaram as estrelas terem vindo de detritos de galáxias-anãs que foram destroçadas pela Via Láctea. Outra possibilidade é esse material ter vindo do meio intergaláctico e nesse caso, as nuvens teriam uma cápsula de matéria escura.”

A maioria dos aglomerados são destruídos em menos de cinco milhões de anos. As suas estrelas vão-se espalhando pelo espaço. Por isso, é provável existirem estrelas no halo.

Fonte: JPL – NASA

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