Os Rios Fossilizados de Marte

Aram Dorsum, um canal invertido em Marte. Crédito: NASA / JPL / MSSS.

Aram Dorsum, um canal invertido em Marte.
Crédito: NASA / JPL / MSSS.

Uma nova evidência indica que o planeta Marte foi, no passado, muito diferente do que ele é hoje, provavelmente um mundo quente e húmido.

Geólogos descobriram redes de rios fossilizados na superfície de Marte: rios que cortavam o planeta há cerca de 4 bilhões de anos atrás.

Esses rios fossilizados foram descobertos na região conhecida como Arabia Terra.

Embora os modelos climáticos sugerissem que em Arabia Terra ocorria chuva num passado muito distante, até agora nenhuma evidência tinha sido encontrada.

Por isso, durante algum tempo, os pesquisadores pensavam que Marte não tinha sido quente e húmido, mas sim coberto por imensas geleiras/glaciares.

Esses canais são observados em Marte desde 1970, e lembram muito os canais observados na Terra.
Mas em Arabia Terra, só agora os cientistas puderam identificar essas feições geológicas.

Mapa topográfico de Marte. Crédito: NASA / JPL / MOLA Science Team.

Mapa topográfico de Marte.
Crédito: NASA / JPL / MOLA Science Team.

Este novo estudo examinou uma área do tamanho do Brasil, em alta resolução.

Os rios fossilizados aparecem como canais invertidos, muito parecidos com as feições encontradas na Terra.

Essa morfologia invertida se deve ao facto do leito dos rios terem sido preenchidos com areia fina e gravilha, ficando resistente à erosão, enquanto que o terreno ao redor sofreu essa erosão.

Na Terra esses canais invertidos são encontrados em desertos, como em Oman, no Egito e até mesmo no Utah.

Os canais de Arabia Terra têm cerca de 30 metros de altura, e entre 1 a 2 km de largura. A sua idade estimada é entre 3.9 e 3.7 bilhões de anos.
Esses canais eram na verdade gigantescos rios que cruzavam a região de Arabia Terra.

Os pesquisadores pensam que esses canais podem ter, potencialmente, guardado assinaturas biológicas caso elas tenham existido na época em que eram rios ativos.

Um desses canais invertidos, Aram Dorsum, já é um candidato a ser explorado pelo rover da missão ExoMars em 2020.

Fonte: Astronomy Now

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