Dione: o mais novo membro do clube dos Mundos com Oceano

Dione, com os aneis de Saturno por trás. Crédito: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute

Dione, com os aneis de Saturno por trás.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute

Mais um mundo, ou melhor um satélite, passa a fazer parte do clube restrito dos objetos que possuem oceanos no nosso Sistema Solar.
Esse objeto é o satélite Dione, de Saturno.

Esse novo estudo foi feito por astrônomos do Observatório Real da Bélgica e mostrou que os dados de anomalia de gravidade registados pela sonda Cassini, podem ser explicados se a crosta de Dione flutuar sobre um oceano localizado 100 km abaixo da superfície do satélite.

Esse oceano teria algumas dezenas de quilômetros de espessura e circundaria um núcleo rochoso maior, algo muito parecido com o que acontece em Encélado.

Os pesquisadores modelaram as crostas geladas de Encélado e Dione como se fossem icebergs de tamanhos globais imersos na água, onde cada pico de gelo na superfície é suportado por uma grande anomalia, algo parecido com uma quilha de uma embarcação em subsuperfície. Esse fenômeno é chamado de isostasia.

De acordo com esse estudo, o oceano de Encélado está muito mais perto da superfície do que se imaginava antes, especialmente no polo sul onde gêiseres são expelidos por fraturas encontradas na crosta.

Para Dione, os pesquisadores descobriram que o satélite abriga um oceano profundo entre a crosta e o núcleo, e tal como Encélado, também deve possuir um movimento de libração, porém abaixo dos níveis detectáveis pela Cassini.

Quando se fala em oceano protegido por uma crosta de gelo, o que vem logo à cabeça é a possibilidade de vida: parece que essa se tornou uma premissa básica.

E em Dione, isso seria possível, pois provavelmente existe o contacto do oceano com o núcleo rochoso, o que é crucial para as interações que fornecem os nutrientes necessários para o desenvolvimento da vida microbiana.
O problema é que o oceano de Dione é muito mais profundo para ser acessado do que os oceanos de Encélado e Europa, já que os dois expelem vapor de água por fissuras na superfície.

A cada nova missão, a cada novo método de análise de dados que é desenvolvido, o clube dos mundos com oceanos no nosso Sistema Solar ganha novos membros. Três mundos com oceanos orbitam Júpiter, três orbitam Saturno, e Plutão provavelmente deve também pertencer ao clube.
Será que os objetos ao redor de Urano e Neptuno também têm oceanos?
Será que a vida é semeada de alguma forma em todos esses mundos?
Ficam aí as questões no ar para serem respondidas por estudos e missões futuras.

Fonte: Royal Observatory of Belgium

1 comentário

  1. Muito interessante.

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