Erupções vulcânicas em Io

Crédito: Katherine de Kleer e Imke de Pater, UC Berkeley

Crédito: Katherine de Kleer e Imke de Pater, UC Berkeley

Qual é o objeto vulcanicamente mais ativo do nosso Sistema Solar?

A resposta é: Io.
Io é um satélite natural de Júpiter.
Esta lua de Júpiter tem sido monitorada/vigiada pelos astrônomos que observam as suas emissões térmicas.

Mas esse tipo de trabalho não é fácil de ser feito.
Na verdade, a partir da Terra, os astrônomos só conseguiram monitorar Io após ser instalado nos maiores telescópios do mundo – o Keck II de 10 metros e o Gemini Norte de 8 metros – um sistema avançado de óptica adaptativa.

Sem esse sistema, Io seria simplesmente um borrão nos dados adquiridos pelos telescópios.

Com esse sistema, os astrônomos conseguiram detectar 48 hot spots vulcânicos na superfície de Io durante um período de 29 meses de observação.
Numa só noite, os astrônomos registaram meia dúzia de diferentes hot spots ativos em Io.

A instrumentação dos telescópios é tão boa e tão avançada, que com as observações foi possível até medir a temperatura e a potência de cada erupção vulcânica.

Outra coisa interessante que os astrônomos identificaram é que algumas erupções parecem progredir sobre a superfície de Io, ativando outras erupções a 500 km de distância.
Que mecanismo é esse? Ainda não se sabe.

Crédito: Katherine de Kleer e Imke de Pater, UC Berkeley

Crédito: Katherine de Kleer e Imke de Pater, UC Berkeley

Mas o que gera, de maneira geral, o vulcanismo em Io?

Esse vulcanismo é gerado pelo aquecimento da fricção gerada no interior de Io à medida que a intensa força gravitacional de Júpiter varia ao longo da órbita de Io.

O vulcanismo em Io não é uma novidade.
Os astrônomos já sabiam da sua existência por meio de dados obtidos por sondas que por ali passaram e por algumas observações que já tinham sido feitas da Terra.
Com isso, eles tinham um modelo que basicamente dizia que esse vulcanismo acontecia de forma mais concentrada no equador do satélite ou nos polos.
Porém, essas recentes observações não se ajustam a esses modelos, elas mostram um vulcanismo distribuído também nas altas latitudes e nas latitudes intermediárias.

Esse desajuste entre o que foi observado e os modelos pode existir devido ao facto dos modelos estarem incompletos, e então é necessário saber mais sobre a influência de fatores geológicos no controle desse vulcanismo.
É por isso que a observação sistemática é muito importante.

Dois vulcões especificamente chamam mais a atenção dos astrônomos.
Um deles é o Loki Patera, que tem seu brilho aumentado por um fator de 10 a cada 1 ou 2 anos. Muitos cientistas pensam que Loki Patera é um lago de lava e esses episódios de aumento de brilho acontecem devido a um tipo de renovação da crosta, como se uma onda de lava viajasse pelo lago, causando a desestabilização e afundamento de partes da crosta.
O outro vulcão é o Kurdalagon Patera, que tem suas erupções relacionadas com nuvens de material neutro que orbita Júpiter. As erupções poderiam ser a fonte da variabilidade dessa nuvem neutra.

Como o vulcanismo em Io não pára, os astrônomos também não irão parar de observar de forma constante e intensa o satélite.
Com isso, eles pretendem gerar uma base de dados sólida, com imagens de alta resolução, para que possam entender cada vez melhor todos os processos que ocorrem nesse pequeno satélite, castigado pela força gravitacional de Júpiter.

Fonte: Phys.org

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