A Origem do Mare Orientale

Mare Orientale. Créditos: NASA / GSFC / Arizona State Univ. / Lunar Reconnaissance Orbiter via APOD

Mare Orientale.
Créditos: NASA / GSFC / Arizona State Univ. / Lunar Reconnaissance Orbiter
via APOD

Uma das feições mais intrigantes da Lua é o chamado Mare Orientale, uma gigantesca estrutura em forma de bacia e que tem uma característica interessante com seus anéis concêntricos.

Essa bacia possui 930 km de largura, fica localizada no limbo sudoeste da Lua e só pode ser observada da Terra em períodos de libração favorável.

Essa bacia consiste de 3 anéis concêntricos, e até hoje não se tinha uma explicação sobre como ela se formou.

Mas graças à já extinta missão GRAIL, que passou duas vezes sobre o Mare Orientale, estudando o campo de gravidade local, hoje temos uma noção sobre sua estrutura em subsuperfície e consequentemente é possível se ter uma ideia de como ela se formou.

A missão GRAIL fez algo parecido como um raio-X nessa região, revelando a estrutura dessa bela bacia.

De acordo com os dados e com os modelos computacionais construídos pelos pesquisadores, a bacia foi criada pelo impacto de um objeto com 65 km de diâmetro que se chocou com a superfície a uma velocidade de 14 km/s, escavando 1.3 milhão de quilômetros cúbicos de rochas da crosta lunar.

À medida que esse material derretido da crosta caía novamente na superfície após o impacto, a rocha derretida fluía até se resfriar e assim se formaram os dois anéis mais externos da bacia.

O anel mais interno se formou quando o material da superfície no centro do impacto caiu novamente formando um pico central, instável que desabou e fluiu, resfriando posteriormente e formando o anel mais interno da bacia.

Esse foi um processo muito intenso. Os desfiladeiros com quilômetros de altura e o anel central se formaram minutos depois do impacto inicial.

Imagina você ali do lado vendo tudo isso?
Por isso é que a astronomia, integrada com a geofísica, é fascinante. Ela pode te contar a história de eventos catastróficos, intensos e que você nem faz ideia que um dia aconteceram.

1 comentário

  1. A missão lunar GRAIL (eram 2 sondas) dificilmente foi investigar se a Lua tinha atmosfera. Não há (nem havia na altura) grande dúvida sobre a inexistância de atmosfera na Lua (claro que junto à superfície da Lua não é o vazio, nem o espaço interplanetário o é) e essa missão não tinha qualquer instrumento que permitisse alguma medição desse tipo.

    A Lua está toda mapeada. Claro que pode ser ainda ser mapeada numa escala maior (mais detalhada) tal como a Terra ou Marte. Claro que podem ser mapeados novas grandezas, mas então nunca nenhum planeta, inclindo a Terra, estará completamente mapedo.

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