Primeiro Encontro

arrivalposter

Adorei o filme Arrival (O Primeiro Encontro / A Chegada).

Parece-me que retrata de forma excelente um primeiro encontro entre a Humanidade e uma civilização extraterrestre.

O Governo, os Militares, os Cientistas, os Linguistas, etc, todos a tentar perceber o que querem os alienígenas.

O processo, as emoções, as frustrações, os media, a política, as conspirações, etc, tudo me parece que foi retratado de forma praticamente perfeita!

É um filme sofisticado, desafiante e inteligente, mas que simultaneamente também proporciona entretenimento.
Assim, é apelativo para toda a população (e não só para nerds).

É um filme que evidencia as grandes questões da Humanidade.
Surpreendentemente, em vez das perguntas ficarem “no ar”, o filme também fornece algumas potenciais respostas.

É um filme fascinante!

A única crítica geral ao filme, é que por vezes parece um pouco parado.

Em filmes com invasões de extraterrestres, esperamos que exista muita ação e muitas explosões.
Este filme tem pouca ação e só uma explosão.

Os atores fizeram um excelente trabalho!

Parece-me que Amy Adams destaca-se no elenco.
A sua personagem, além de inteligente, cria uma ligação emocional, uma empatia, com a audiência, que faz com que os espetadores estejam sempre “ligados ao filme”.
A performance de Amy Adams é soberba!

12 naves extraterrestres chegam à Terra e “pousam” (na verdade, não chegam a tocar o solo, ficam a pairar próximo do solo) em 12 locais diferentes do planeta: EUA (estado do Montana), Venezuela, Inglaterra, Dinamarca, Rússia (Sibéria), Rússia/Turquia (Mar Negro), Serra Leoa, Sudão, Paquistão, China, Japão, Austrália.

Após as autoridades dos EUA perceberem que os seres extraterrestres querem comunicar com os humanos, a famosa linguista Dra. Louise Banks é chamada para ajudar nessa tarefa.
Além da Dra. Banks, a equipa é também composta pelo físico Ian Donnelly, que tem como tarefa estudar a nave e os extraterrestres.
O objetivo é interagirem com as criaturas, traduzirem os sinais e desvendarem se os alienígenas representam (ou não) uma ameaça: o objetivo final é descobrirem o propósito dos alienígenas.

Assim, o filme tem esta premissa principal: descobrir como comunicar com os seres alienígenas.

Após entrarem na nave, os cientistas percebem que os alienígenas são parecidos com enormes cefalópodes/polvos com 7 membros/pernas. Daí os terrestres lhes chamarem heptapodes (com 7 pernas/pés).
Como os alienígenas são dois, e andam de forma peculiar/cómica (para os parâmetros terrestres), Ian Donnelly apelida-os de Abbott & Costello (antiga dupla cómica norte-americana).

Os cientistas começam a perceber que os alienígenas têm uma escrita com palíndromos, em que os “documentos”, as frases, têm uma forma circular, e cada símbolo/palavra representa uma frase, um significado, uma ideia completa.
Ou seja, na linguagem alienígena as frases, as ideias lêem-se como um todo, e não de forma progressiva, letra a letra, sílaba a sílaba, palavra a palavra, como a nossa linguagem.

Após perceberem de forma muito rudimentar como os alienígenas comunicam, a Dra. Banks faz-lhes perguntas, de modo a tentar entender qual é o propósito dos extraterrestres.

Claro que existem mal-entendidos, devido às enormes diferenças culturais, ao medo do desconhecido e aos interesses políticos.
Por exemplo, quando os alienígenas tentam dizer que vieram oferecer uma ferramenta para os humanos evoluírem, algumas entidades (militares, outras nações, etc) entenderam a frase como os alienígenas trazerem uma arma (supostamente, para exterminar os Humanos).
(A China entendeu dessa forma, porque utilizou o jogo Mahjong como forma de comunicação com os extraterrestres, que é um jogo em que o vencedor conquista todos os outros, por isso as respostas serão sempre mais competitivas, mais bélicas, mesmo que o interlocutor não o queira)
Imediatamente, essas entidades querem logo entrar em guerra com os alienígenas.

No entanto, a Dra. Banks diz que a ideia que os extraterrestres queriam passar não era tanto de conflito, de arma, mas sim como ferramenta, como um meio para atingirmos um determinado fim.

Mas os militares vão para a frente com a ideia de guerra, e fazem explodir uma bomba na nave, apesar dos cientistas lá estarem.
Os extraterrestres salvam os cientistas da explosão.
No entanto, um dos alienígenas (Abbott) morre, devido à explosão. O curioso é que, como os alienígenas já conheciam o futuro, então Abbott, apesar de viver milhares de anos, aceitou ir numa missão em que sabia que ia morrer: fez o sacrifício pelo seu povo.

A nave fica pouco afetada, mas levanta um pouco do solo.
Os militares evacuam o local, com medo de uma retaliação.

Entretanto, Donnelly compreende que a mensagem dos alienígenas está incompleta.
Ele percebe que a mensagem recebida pelos norte-americanos é somente 1/12 da mensagem total. Ou seja, a mensagem total dos alienígenas está dividida pelos 12 locais, pelos 12 países. Para compreendermos uma parte, temos que ter conhecimento do todo.
Assim, o que a mensagem pretende é que as nações se unam e partilhem todo o conhecimento que têm.
Só assim a Humanidade, como um todo, poderá compreender a mensagem dos visitantes alienígenas.

A Dra. Banks vai até à nave extraterrestre novamente.
O alienígena Costello explica-lhe que eles – extraterrestres – vieram à Terra para ajudar a Humanidade, porque daqui a 3000 anos a Humanidade já vai estar tão avançada que vai poder ajudar esta raça de extraterrestres.
Mas para que a Humanidade possa ajudar os extraterrestres nessa altura, então nesta altura, a Humanidade tem que compreender algumas noções.

A Dra. Banks compreende que a “arma”, a “ferramenta”, é na verdade a linguagem dos alienígenas.
A compreensão dessa linguagem vai fazer com que os Humanos tenham um entendimento completamente diferente do tempo: terão uma percepção de tempo mais global, circular (o tempo deixa de ser linear, progressivo, de causa-efeito).
As pessoas que conseguirem compreender totalmente a linguagem dos alienígenas, conseguirão percepcionar o passado, o presente e o futuro simultaneamente.

Este conhecimento dos norte-americanos é partilhado com todas as outras nações.
A guerra interplanetária é evitada.

No final, Donnelly dá a entender a Banks que a ama.
Eles planeiam uma vida juntos, a dois.
Banks decide juntar-se a ele como casal, apesar de saber perfeitamente qual será o futuro: eles vão viver juntos, vão ter uma filha chamada Hannah, essa filha vai morrer aos 12 anos, Banks vai contar a Donnelly que já sabia que Hannah iria morrer, e Donnelly vai abandonar Banks e Hannah devido a Banks ter permitido que toda esta dôr acontecesse (sabendo o resultado).

Adorei a forma como foi desenvolvido o tema de compreender os alienígenas.

Adorei as discussões/explicações sobre a forma de compreender uma linguagem nova.
E, dentro disto, adorei os exemplos históricos que foram dados de mal-entendidos entre civilizações com diferentes linguagens: Europeus vs. Sânscrito: gavisti, guerra, quer dizer desejo de mais vacas e não uma discussão, uma competição bélica; Europeus vs. Aborígenes Australianos: Canguru, quer dizer eu não entendo (história falsa, mas que expressa bem as dificuldades de linguagem).

Adorei o facto dos alienígenas terem uma linguagem diferente caso falassem ou caso escrevessem: não há correlação entre o que um heptápode diz e o que o mesmo heptápode escreve.

Adorei o facto das suas “palavras” serem frases completas, ideias completas.

Adorei o facto das suas “palavras” serem em círculo, o que leva a assumir que também pensam dessa forma.

Adorei o facto de verem tudo de forma circular, sem princípio nem fim, e de forma não-linear.

Adorei o facto de pensarem no tempo de forma não-linear, em que o passado, presente e futuro são simultâneos.

Adorei as naves: a sua forma, o seu interior (com a manipulação da gravidade quando/onde queriam), e o seu exterior (em que desaparecem no final).
Adorei o facto de terem uma composição química desconhecida, de não emitirem radiação conhecida e de comunicarem entre si (entre as 12 naves) de forma que não é acessível para nós (não é por meios sonoros ou ondas de luz (radiação eletromagnética), convencionais, que nos sejam familiares).
Ou seja, apesar de estar somente 3000 anos no nosso futuro, esta tecnologia extraterrestre é completamente alienígena para os Humanos. Isto é o que irá certamente acontecer, caso encontremos naves extraterrestres. Não é como no caso dos UFOs, em que a tecnologia é compreendida, porque é tecnologia terrestre um pouco mais avançada do que a generalidade da população conhece. A tecnologia extraterrestre, por definição, será certamente totalmente desconhecida para os Humanos.

Adorei a entrada dos humanos na nave alienígena. Inicialmente, parece que eles estão a andar pelo tecto e pelas paredes da nave.
Mas não, é só uma perspetiva da forma que nós imaginaríamos que funcionaria a gravidade, com o cima-baixo de uma determinada forma.
Ou seja, até a orientação que nós pensamos que é a correta é somente uma limitação nossa, é uma suposição nossa baseada nas nossas experiências, em que não conseguimos percepcionar todas as potencialidades.

As intenções dos alienígenas são fabulosas: ajudarem a Humanidade neste momento, de modo a poderem ser ajudados pela Humanidade dentro de 3000 anos.

Adorei o facto de que a ajuda deles é “somente” partilharem a linguagem deles connosco.
Isso faz com que mudemos a nossa perceção de tempo (e a nossa forma de pensar no tempo), sendo que passaremos a pensar no tempo de forma não-linear.

Adorei que esta partilha da linguagem deles fosse interpretado como uma arma ou instrumento (a mudança na nossa consciência sobre o tempo), porque é realista (seria assim que os Humanos pensariam!).
Aliás, a discussão sobre as diferenças entre instrumento e arma foi muito interessante: podemos argumentar que qualquer ferramenta que temos pode ser utilizada como uma arma contra alguém.

Adorei o facto dos alienígenas serem cefalópodes, como polvos gigantes, já que os polvos terrestres são bastante inteligentes.

Adorei o facto de serem 12 naves, que dariam a informação em conjunto, sendo que cada nave tinha informação incompleta.
E adorei o facto de não pousarem somente nos EUA, mas sim por todo o mundo.

Adorei o facto da nave nos EUA pousar no Montana, e não em Nova Iorque ou noutro local mais popular para os Humanos.

Adorei o início do filme, em que a Dra. Banks é uma professora universitária de línguas, e começa a sua aula dizendo que essa aula é sobre a língua Portuguesa!
Ela começa por dizer que a língua portuguesa soa muito diferente das outras línguas românicas. A seguir, ela diz que a história da língua portuguesa começa no reino da Galiza, durante a Idade Média. Ela também diz que nessa altura, a linguagem era vista como uma expressão artística.

Normalmente, não gosto das tretas pseudo de ter visões.
A clarividência/premonição é uma vigarice muito utilizada para manipular as pessoas. Os supostos videntes usam técnicas muito conhecidas de manipulação.

No entanto, a clarividência da Dra. Louise Banks (sonhar com a morte da filha Hannah, de 12 anos, que ainda não nasceu – nem a Dra. Banks está grávida) teve razão de ser no filme: como ela sonha com a linguagem dos extraterrestres e eles pensam de forma circular, então a Dra. Banks está a ter sonhos temporalmente circulares: sonhos do passado, do presente e do futuro, como se acontecessem simultaneamente, todos no presente.

Ela lembra-se de eventos futuros…
Daí ela dizer que “a memória é uma coisa estranha. A memória não funciona da forma como eu pensava. A memória não está limitada pela ordem do tempo.”

A Dra. Banks tem uma percepção circular do tempo, tal como os extraterrestres.

Isto baseia-se na noção de Relativismo Linguístico ou Hipótese de Sapir-Whorf, que nos diz que a linguagem que falamos determina a nossa forma de pensar. Assim, ao aprendermos uma nova linguagem, isso pode alterar a nossa forma de pensar e a forma como vemos o mundo: a linguagem/comunicação formata/molda a nossa forma de pensar e a nossa percepção da realidade.

Adorei, assim, a clarividência no contexto desta forma de pensar dos extraterrestres: não é clarividência, é sim a forma do cérebro extraterrestre pensar.
Eles não estão a ver o futuro: eles estão a ver todo o tempo simultaneamente – tal como nós vemos as orientações espaciais (cima-baixo, esquerda-direita, frente-trás) simultaneamente.

Pareceu-me bastante realista existirem grupos religiosos em que os membros se mataram, devido ao aparecimento de extraterrestres inteligentes.
Eles mataram-se supostamente porque uma profecia dizia que eles assim seriam salvos.
Na verdade, esses grupos extremistas de crentes religiosos são constituídos por pessoas que não sabem lidar com as novidades e por líderes manipuladores que controlam a vida e morte desses crentes.

Também me pareceu bastante realista as conspirações que se formaram nas redes sociais e na comunicação social, apontando sempre o dedo ao Governo.

É realista as organizações ambientais virem-se queixar da suposta contaminação biológica. Supostamente, a radiação vinda das naves era um risco sobre os campos em que pousaram.
Mas na verdade, não existia qualquer radiação nociva, qualquer contaminação biológica.

Por fim, pareceram-me realistas os motins nas ruas e os inúmeros protestos contra o Governo.
Porque muitas pessoas deixam-se levar pela desinformação e atuam em “matilha”: nós contra eles, os humanos contra os extraterrestres.

Curiosamente, tudo isto seria evitado se o Governo mostrasse mais transparência na informação.
Por as experiências de comunicação com os extraterrestres serem secretas, é que leva a um manancial de conspirações e mentiras.
Se os Governos fossem mais transparentes e providenciassem a informação necessária, muitas destas tretas desapareceriam.
Assim, é muito importante a comunicação entre os diversos agentes na sociedade.

O facto de Banks saber o futuro antecipadamente, levanta várias questões.

O futuro está determinado, independentemente das nossas escolhas?
Não temos livre arbítrio?

Sabendo antecipadamente o futuro, será que Banks poderia mudar esse futuro?

Se Banks tivesse decidido não se juntar a Donnelly, e assim nunca tivesse existido uma Hannah, isso quereria dizer que Banks não viu o futuro, mas sim um possível futuro?

Se Banks tivesse decidido mudar o futuro, isso quereria dizer que dentro de 3000 anos não estaríamos na posição de ajudar os alienígenas?
Se assim fosse, então os alienígenas não viriam agora à Terra para nos ajudarem a compreender a sua linguagem. Nesse caso, então a Dra. Banks não iria compreender a linguagem alienígena, e por isso não iria poder ver o futuro (de modo a mudá-lo)…

Na explosão na nave, tal como os extraterrestres decidiram salvar os cientistas humanos, porque também não salvaram o alienígena Abbott?
Não havia necessidade dele morrer, para o progresso da história.
E já que salvaram os cientistas, mudando a história natural (que seria todos morrerem), também podiam salvar o alienígena.
Sabendo o que ia acontecer, porque razão decidiram não salvar Abbott?

O que aconteceu primeiro?
No futuro, a Dra. Banks ver o número de telefone particular no telemóvel/celular do general chinês?
Ou telefonar-lhe primeiro, 18 meses antes, o que levou a que existisse a festa da unificação no futuro?
Se Banks não lhe tivesse telefonado primeiro, e assim evitado a guerra, não iria existir a festa da unificação (onde irá ver o número privado do general).
Mas ela só lhe telefona no presente, porque primeiro vê o número privado do general na festa futura.
Assim, a causa e o efeito interceptam-se. Não se sabe qual é um e qual é o outro. Um deles é a causa do outro. E cada um é o efeito do outro.
O tempo é circular, não-linear, sem causas e efeitos distinguíveis.

Provavelmente a forma de pensar mais correta sobre este assunto específico é pensar da forma circular, sem causa-efeito, como fazem os alienígenas.
Assim, na verdade, não existindo “passado” nem “presente” nem “futuro”, o que se passa é que, em qualquer momento no tempo, a Dra. Banks já esteve junta com Donnelly, já esteve grávida, já teve a filha, já foi abandonada por Donnelly, a filha já morreu, etc. Essas coisas “já aconteceram” ou “vão acontecer”, mas já estão determinadas nessa percepção de tempo. Não há causas nem efeitos. As escolhas já foram feitas, mesmo que os eventos sejam no futuro (pela nossa percepção). Não há nada que a Dra. Banks possa fazer para mudar algo que “já aconteceu” – ou “vai acontecer”, que é o mesmo que “já aconteceu”, nesta forma de percepcionar o tempo.

É absolutamente estúpido os terrestres tentarem lutar contra os extraterrestres: isto vê-se em vários filmes de ficção científica com invasões de extraterrestres.

Primeiro, é absolutamente estúpido os extraterrestres pousarem no solo para lutarem com os humanos.
Se eles são tão avançados para viajarem entre estrelas e chegarem à Terra, então têm certamente armas que lhes permite deitarem bombas sobre vários locais do planeta, sem precisarem sequer de descerem no planeta.

E em segundo lugar, se eles viajam entre estrelas, têm certamente uma tecnologia (incluindo militar) muito superior à nossa.
Assim, é absolutamente estúpido os humanos provocarem os alienígenas tentando-os matar com diferentes armas. As armas terrestres são certamente muito primitivas para eles. Tentar atingir os extraterrestres seria somente uma provocação que levaria a uma retaliação mais forte.

Não gostei dos alienígenas terem pernas – demasiado terrestres.

Não gostei que os alienígenas privilegiassem a visão – demasiado terrestres.

Não gostei que os alienígenas comunicassem por escrito e por voz – demasiado humanóides.

Não gostei que a comunicação entre humanos e alienígenas tivesse vários pontos em comum: basta pensarmos na forma como uma formiga nos diria como pensa sobre o tempo, para percebermos que nem conseguimos comunicar com espécies que partilham o mesmo planeta e a mesma evolução que nós – daí que seria muito mais difícil de estabelecer contacto com alguém que nem isso partilha connosco.

Não gostei que, no final, a Dra. Louise Banks respirasse na mesma atmosfera que o alienígena – é uma impossibilidade virtual em relação à realidade.
(Durante o filme, na nave, os alienígenas criaram uma sala para os Humanos – separada dos alienígenas -, para que os Humanos pudessem respirar)

Recomendo estes pequenos vídeos acima, porque explicam de forma extraordinária vários conceitos do filme:

– reflexão sobre a forma de pensar dos humanos.

– a importância da comunicação entre pessoas com diferentes ideias/convicções.

– a importância da comunicação entre diferentes pessoas/povos/países/raças/espécies.

– o porquê da Dra. Banks decidir ter na mesma a filha que iria morrer.

– a viagem é mais importante do que o resultado: amar e ser amada, criar empatia com uma filha, sentir a dôr, passar pelo luto, sofrer desilusões amorosas, sentir a alegria do amor incondicional, etc, é mais recompensador do que não ter essas experiências de vida.

– ao termos mais experiências no mundo, vamos aprendendo novas formas de “ver” o mundo.

– os humanos deviam ser menos desconfiados: confiar nas pessoas e receber essa confiança de volta, leva a uma maior conciliação social.

– os humanos não deviam ter medo do desconhecido: compreender o desconhecido leva a um melhor entendimento da realidade à nossa volta.

– o avanço da tecnologia pode ser excelente. As ferramentas não têm de ser usadas como armas, mas sim como formas de melhorar a Humanidade.

– o encontro com estes extraterrestres é como um encontro com Deus: “o início e o fim” simultaneamente, uma forma mais completa de ver o mundo, de percepcionar a realidade.

Este é, para mim, um dos melhores filmes de sempre a retratar o que seria um Primeiro Contacto entre a civilização humana e uma civilização extraterrestre.

E vocês, o que pensam?

14 comentários

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  1. Gostei da análise. Só tenho a dizer que das vezes em que vi o filme, e já foram várias, fiquei com a sensação no final que a Drª não vai contar ao Ian sobre a morte da filha porque compreendeu esta sua capacidade de ver o futuro. O que ela viu em relação à filha talvez tenha sido um dos futuros possíveis. Ou fiquei com esta sensação porque não consigo imaginar um tipo de tempo circular… quem sabe.

    • Jonathan Malavolta on 23/09/2021 at 05:14
    • Responder

    Aguardando a oportunidade para assistir a esse filme. Por enquanto, só vi um youtuber brasileiro falar vagamente sobre ele.

  2. Um ponto fora da curva!

    No entanto, é um filme para poucos.

    Não é para as ‘massas’.

    1. Pois 😉

  3. Gostei bastante do filme. O argumento, os efeitos especiais, os actores e o realizador são 5 estrelas.

    Mas para mim, o melhor filme sci-fi dos últimos anos continua a ser o Interstellar… De qualquer forma, este Arrival está lá em cima nos lugares cimeiros da minha lista de preferências, ao nível do Contacto (de 1997)…

    Entretanto por agora, deixei de comer polvo, lulas e choco frito 🙂

    Abraços!

    1. “Entretanto por agora, deixei de comer polvo, lulas e choco frito”

      — LOLLLLLLLLLLLLL 😀

      Eu sei que está a brincar… mas eu já defendi num trabalho sobre Europa, que caso haja vida esquisita por lá, do género de camarões no oceano interior… a primeira coisa que os humanos vão fazer não é tentar conversar com eles, mas sim saber se são deliciosos 😉

      abraço!

  4. Olá, Carlos!

    Não sei aonde eu estava que não tinha visto esse trailer. É o tipo de filme que mais chama a minha atenção. Uma pena que filmes assim não são divulgados em cinemas de salas pequenas

    Ansioso para assistir.

    Abraço!

    1. Esse filme é sensacional! Aqui na minha cidade o filme só está passando em uma única sala de cinema 🙁

    2. O filme realmente não me parece muito comercial… é comercial, claro, porque é Hollywood, mas parece-me mais um filme que faz pensar…
      Não é um Blockbuster… não há grandes explosões e cenas do género… por isso é um filme que “não vende” tão bem, infelizmente 🙁

  5. também gostei

    • Samuel Junior on 02/12/2016 at 14:26
    • Responder

    Tb gostei do filme, em relação aos pontos que vc não gostou, eu gostei de terem variado bastante dos tradicionais humanóides ETs que aparecem em 99,9% dos contos de ficção. Provavelmente os produtores se basearam no polvo/lula para fazer os ETs (inclusive a questão da tinta pra escrever). Tem vídeos muito interessantes no youtube de polvos que saem da água para atacar alguma coisa em terra (geralmente comida – como um peixe fora dágua) e em seguida volta com a presa na boca pra água, eles se movimentam muito bem e com velocidade sobre a terra, sem falar que são animais muito inteligentes. Se os cordados não tivessem dominado a vida terrestre talvez os povos poderiam ser sérios candidatos a colonizar a terra.

    Não gostei tb dela respirar o mesmo ar deles.

    1. Pois, tem razão quanto à tinta e aos polvos…

      Sim, os polvos são dos animais mais inteligentes no planeta… há inclusivé experiências onde se percebe que eles planeiam acções que podem demorar vários dias para acontecer. 😉

      abraços!

  6. Um dos melhores Sci-fi’s dos últimos anos!
    Num tempo de remakes, reboots, prequals, BD’s e afins, é sempre bom ver algo original!

    PS: num registo completamente diferente, recomendo a série The Expanse… um dos melhores ‘universos’ originais dos últimos anos!
    http://www.imdb.com/title/tt3230854/?ref_=nv_sr_2

    Abraços

    1. Obrigado pela sugestão!

      Não conhecia a série!

  1. […] canal Nerdologia explica a língua alienígena do fabuloso filme Arrival (Primeiro Encontro / A […]

  2. […] fim, gostei mais do filme Primeiro Encontro. No entanto, este parece-me mais realista sobre a primeira vez que encontrarmos vida extraterrestre […]

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