Anã Marrom / Castanha descoberta usando evento de Microlente Gravitacional

Ilustração artística de uma anã castanha.  Crédito: NASA / JPL-Caltech

Ilustração artística de uma anã castanha.
Crédito: NASA / JPL-Caltech

As anãs marrons/castanhas são consideradas pelos astrônomos como sendo o elo perdido entre os planetas e as estrelas.

São objetos que têm uma massa 80 vezes superior à massa de Júpiter, mas seus núcleos não são quentes/densos o suficiente para gerar energia através da fusão nuclear, como acontece com as estrelas.

Uma curiosidade sobre as anãs marrons/castanhas: os cientistas descobriram que para estrelas que possuem a massa do Sol, menos de 1% delas têm uma anã marrom/castanha numa órbita a 3 UA, num fenômeno conhecido como Deserto de Anãs Marrons/Castanhas.

Assim, a detecção de anãs marrons/castanhas é uma tarefa desafiante que os astrônomos precisam enfrentar.

Quando os astrônomos se deparam com esse tipo de tarefa, eles precisam pensar em técnicas novas de observação para que possam sair da “sinuca de bico” que a natureza nos coloca.

E foi isso que eles fizeram recentemente: usaram dois telescópios espaciais, o Spitzer e o Swift, e usaram um efeito natural conhecido como microlente gravitacional, para descobrir uma anã marrom/castanha no “meio do deserto”.

A primeira coisa que temos que entender é o que é um evento de microlente gravitacional.
Nesse evento, uma estrela de segundo plano funciona como uma lanterna para o observador.
Quando um objeto massivo passa em frente a essa estrela de segundo plano, essa estrela brilha mais forte, pois esse objeto de primeiro plano cria uma deflexão e foca a luz da estrela de fundo.
Dependendo do alinhamento e da massa do objeto que passa na frente, a estrela de fundo pode brevemente parecer ser milhares de vezes mais brilhante.

Na astronomia, um outro efeito muito usado é a paralaxe, ou seja, a aparente diferença na posição de um objeto observado de dois pontos de vistas distintos.

Juntando a paralaxe com a microlente gravitacional, o que se tem é uma melhor caracterização dos objetos, já que poderão ser observados padrões de lentes diferentes.

E foi isso que os astrônomos fizeram: usaram o Spitzer que orbita a Terra a uma grande distância e o Swift que está na órbita baixa da Terra e em 2015 observaram um sistema binário contendo uma estrela e uma anã marrom.

Ambos os instrumentos observaram o sistema usando o evento de microlente gravitacional, mas só quando os astrônomos tiveram a ideia de integrar os dois resultados é que eles conseguiram caracterizar por completo a anã marrom/castanha observada.

Essa anã marrom/castanhas tem uma massa entre 30 e 65 vezes a massa de Júpiter, ela orbita uma estrela anã do tipo K, que tem metade da massa do Sol, e com base nos dados a distância entre a anã marrom e a estrela poderia ser de 0.25 UA ou de 45 UA – a distância de 0.25 colocaria a anã marrom no chamado deserto de anãs marrons.

Uma implicação importante desse estudo é que os cientistas pensam que na verdade esse deserto não seja tão deserto assim.
O problema é que nós não estamos conseguindo ver nada ali.

A ideia é usar essa técnica (paralaxe mais microlente gravitacional) para investigar outras regiões próximas de estrelas com a massa semelhante à do Sol e tentar descobrir mais anãs marrons.

Fonte: NASA

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