[ET #7] – E se os ETs fôssemos nós?

Na região do espetro próxima dos 1.420 MHz (21 cm), as emissões de rádio apresentam níveis de ruído muito baixos e a absorção pelo meio interestelar é mínima. Sendo o hidrogénio um dos blocos fundamentais da construção do Universo, uma civilização ET possuirá também este conhecimento. Por isso, admite-se que as comunicações sejam mais prováveis a 1.420 MHz. Mas até hoje, o sinal Wow! continua a ser o único candidato tentador.

Um denominador comum nas séries de ficção científica é o facto de nos vermos atacados de surpresa por ETs e no final sairmos vencedores, o que não fará grande sentido dado que se podem viajar até cá, serão mais evoluídos que nós em matéria tecnológica e como tal em questões de armamento.

Vamos considerar o cenário no qual somos uma espécie menos avançada tecnologicamente e por conseguinte enviamos ondas eletromagnéticas residuais, do tipo TV, para o espaço, há menos tempo. Nas insistentes pesquisas de inteligência ET acabamos por ter sucesso, conseguimos detetar indícios de comunicações alienígenas e, por consequência, enviamos um sinal de resposta. Na remota hipótese de virmos a estabelecer contacto ET, sendo mais avançados que nós deveriam ter capacidade para se deslocarem até cá… Particularmente, não aprecio este cenário. Porém, saliento a palavra “remota”, uma vez que tal ideia obrigaria a uma evolução tecnológica semelhante num período temporal demasiado pequeno, que só poderá acontecer se a Galáxia estiver densamente povoada de alienígenas inteligentes.

Esta linha de pensamento não é novidade, mas … e se os ETs fôssemos nós?

Consideremos a evolução da taxa de criação de estrelas obtida através das observações do telescópio espacial Hubble e a estatística de exoplanetas semelhantes à Terra, localizados em zonas habitáveis, descobertos pelo telescópio espacial Kepler. Cruzando informações produzidas por estes dois observatórios, podemos estimar que a percentagem de exoplanetas potencialmente habitáveis, aquando da formação do sistema solar há cerca de 4,6 mil milhões de anos, poderia não exceder os 30% e aqueles onde a vida já tinha começado não deveriam ultrapassar os 10%. Se assim for, temos liberdade para pensar que pertencemos às espécies ancestrais do nosso Universo e, nesse caso, os ETs somos nós. É engraçado pensarmos diferente, deslocarmo-nos pelo espaço na direção onde nenhuma Inteligência (humana ou não) esteve anteriormente, em naves espaciais que os futuros ETs (ainda sem capacidade tecnológica) chamarão de OVNIS, não daqueles com luzes para ver o caminho pois o espaço é vazio, mas sim dos sofisticados meios de deslocação do tipo warp.

Num futuro próximo, teremos mais capacidade de perceber qual dos cenários será mais realista, sendo que, para já, vai prevalecendo o consenso quanto ao primeiro.

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