A influência cultural da Física Quântica

Um casal passeia junto do “Campo Quântico X3,” uma instalação do artista japonês Hiro Yamagata, exposta no exterior do Museu Guggenheim em Bilbau, capital económica do País Basco, em Espanha. A Capital política é Vitoria e a capital cultural é San Sebastian.

Comentário à influência da obra de Arte:

O Museu Guggenheim está revestido a titânio e transformou a cidade, detendo o seu declínio social induzido pela quebra económica da indústria pesada, e hoje Bilbao é um pólo cultural e tecnológico moderno e atractivo de talentos diversificados: desde logo artísticos mas como que numa explosão benigna por simpatia também tecnológicos, empresariais e de economia social.

Da ferrugem da era industrial para um salto quântico de qualidade de vida induzido pela Arte.

A Física Quântica mostra-se impregnada na cultura contemporânea.

A mecânica quântica, diz Robert P Crease, finalmente adquiriu tanta influência cultural quanto a mecânica newtoniana, embora através dum caminho muito diferente.

Reach for the star – alcançando a estrela.
Escultura de Alberto Giacommeti.

 

A realidade abstracta.

Nos arredores de Cambridge, ao lado do salão de cabeleireiro Lyndsey McDermott em Castle Street, há um pub chamado Sir Isaac Newton. Pergunte a quem lá esteja por que é assim chamado e os amigos da arte de bem beber irão resmungar algo sobre a grandeza britânica, a história ou o pequeno detalhe de que Newton foi educado na universidade ali ao lado.

Mas o nome do pub lembra-nos que Newton não só continua a ser um cientista altamente influente, mas que continua também a ser um ícone popular. De facto, o seu nome também foi dado ao catálogo de cursos online da Biblioteca da Universidade de Cambridge, a um observatório de raios X em órbita espacial e a uma unidade de força, bem como a um sistema operativo de computadores.

Mas o uso do nome de Newton como uma “marca” reconhecível é apenas a influência mais trivial do seu trabalho na cultura.

O seu maior legado – a mecânica newtoniana – afectou toda a vida humana ao aprofundar o nosso conhecimento do mundo, expandindo a nossa capacidade de controlá-lo e remodelando as formas como tanto cientistas como não-cientistas o sentem e experimentam.

A chegada do universo newtoniano foi atraente, libertadora e até reconfortante para muitas e boas gentes nos séculos XVII e XVIII; a sua promessa era que o mundo não era o lugar caótico, confuso e ameaçador que parecia ser – governado por poderes ocultos e cheio de eventos enigmáticos – mas era simples, elegante e inteligível. O trabalho de Newton ajudou os seres humanos a compreender de uma nova maneira as questões básicas que os seres humanos questionam: o que poderiam saber, como deveriam agir e o que poderiam esperar.

O momento newtoniano.

A Terra e os céus, de acordo com a mecânica newtoniana, não eram lugares separados feitos de coisas diferentes, mas parte de um “universo” no qual o espaço e o tempo – e as leis que os governam – são uniformes e iguais em todas as Escalas. Esse universo também é homogéneo. Um mundo de massa constante, segundo uma interpretação abusivamente transformada em Lei, que no fundo não passa duma relação, que tomamos como garantidamente escrita por Newton, e que de facto este nunca a escreveu. É natural e diz bem deste gigante de tremendo mau feitio que nunca a tenha escrito, já que é experimentalmente falsa. A Famosa F= ma influenciou e influencia a nossa forma de pensar, sobretudo a errada, desde logo pela sua insistência fora de contexto e decididamente inútil no ensino, por inexplicável inexistência da sua aplicação, por exemplo, em contraste com a Lei da Gravitação Universal, que dá, por exemplo, para calcular, quando aplicada a fundo com outras Leis, a massa dum Planeta porventura irrelevante para este tipo de abordagem isolada inútil: a Terra.

Mas num registo menos contundente desta lástima há que reconhecer com serenidade a sua influência cultural, nem que seja pela tremenda confusão que causa em Alunos e Professores, que foi e é profunda.

Este mundo deixou de ser governado por fantasmas que surgem e desaparecem imprevisivelmente. Tudo tem uma identidade distinta e está localizado num local ou posição específica ou num momento específico.

(Nota de contexto: O principio da Incerteza diz que quanto com maior precisão se mede a posição, pior se mede o movimento – ou momento – e que a multiplicação da probabilidade da medição desses parâmetros é maior ou igual à constante da acção a dividir por 2 vezes o fantástico Pi, revertendo ainda para 2 teoremas. Ou, com mais simplicidade, quanto melhor medimos a posição duma partícula, pior medimos o seu movimento, numa relação inversa que é designada, confusamente, por complementaridade).

O mundo newtoniano é como um palco cósmico ou uma mesa de bilhar, onde as coisas mudam apenas quando empurradas por forças. Todo o espaço é igual e contínuo, todas as direcções comparáveis, todos os eventos têm uma causa.

Este quadro influenciou fortemente filósofos, teólogos, escritores, artistas e até pensadores políticos. De facto, o filósofo Richard Rorty referiu certa vez o “cientista político newtoniano”, que centra as reformas sociais em torno de “o que são os seres humanos – não o conhecimento do que são gregos, franceses ou chineses, mas da humanidade como tal.”

Entretanto, em 2003-2004, a Biblioteca Pública de Nova Iorque organizou uma exposição intitulada “The Newtonian Moment” para mostrar o impacto cultural de Newton e ilustrar a revolução na visão de mundo que o seu trabalho nos trouxe. Escrevendo no catálogo da exposição, o historiador de ciência Mordechai Feingold declarou que o nome foi escolhido porque o Iluminismo e a Revolução compreendiam “a época e a maneira pela qual o pensamento newtoniano veio permear a cultura europeia em todas as suas formas.”

Feingold usou a palavra “momento” com o significado atribuído pelos historiadores, referindo-se a momentos especiais em que uma ideia radicalmente nova refunde conflitos e tensões passadas para abrir novas possibilidades para o futuro. Esses pontos de viragem são mudanças de paradigma cultural que mudam o que os seres humanos conhecem e fazem e como interpretam as suas experiências. As características do Momento Newtoniano incluem a suposta continuidade universal, a certeza, a previsibilidade, a uniformidade em todas as escalas e a habilidade dos cientistas de se abstraírem das medidas para ver a natureza como ela é, separada da existência humana.

A emboscada quântica.

O Momento Newtoniano durou cerca de 250 anos até ao início do século XX, quando foi emboscado pelo quantum. Muitos cientistas inicialmente esperavam que pudessem encontrar um lugar confortável para o quantum no estágio newtoniano, mas em 1927 ficou claro que o quantum minou muitos aspectos do mundo newtoniano, levantando questões filosóficas e científicas sem precedentes.

“Nunca na história da ciência”, escreveu o historiador da ciência Max Jammer, “houve uma teoria que teve um impacto tão profundo no pensamento humano como a mecânica quântica.”

O impacto cultural da mecânica quântica tem servido simplesmente para nos fornecer um armazém de imagens incomuns, vívazes e às vezes pretensiosas ou até mesmo sensacionalistas.

Alguns cientistas tentaram explicar o que estava a suceder espalhando a palavra da física quântica em esferas sociais cada vez maiores que estavam para além da própria ciência. Essas popularizações encontraram um público entusiasmado. Artistas, romancistas, poetas e jornalistas ficaram fascinados pelas características não-newtonianas da mecânica quântica, incluindo a descontinuidade, a incerteza, a imprevisibilidade e as diferenças entre escalas e áreas onde os cientistas não conseguiam livrar-se das medições experimentais.

Termos quânticos e conceitos – incluindo o salto quântico, o princípio da incerteza e suas complementaridades, o gato de Schrödinger e os mundos paralelos – eventualmente apareceram na linguagem quotidiana em prosa espumante e recorrendo amiúde a metáforas estrambólicas.

Mas o impacto cultural da mecânica quântica foi simplesmente para nos fornecer um armazém de imagens incomuns, vivazes e às vezes pretensiosas? Ou o efeito cumulativo foi mais sério, e remodelou a forma como mesmo os não-cientistas vêem o mundo?

Até certo ponto, o impacto do quantum sobre artistas, escritores e filósofos foi que este os ajudou a libertarem-se dos seus próprios equívocos inspirados em Newton.

Um ou dois anos após a descoberta do princípio da incerteza, em 1927, por exemplo, o escritor D. H. Lawrence escreveu o seguinte fragmento de poema:

Eu gosto da relatividade e das teorias quânticas
Porque não os entendo.
E eles fazem-me sentir como se o espaço mudasse Sobre como um cisne que não pode pousar,
Recusando-se a ficar quieto e a ser medido;
E como se o átomo fosse uma coisa impulsiva
Sempre mudando de ideia.

As observações divergentes de Lawrence podem sugerir que sua atracção é superficial: ele gosta da relatividade e das teorias quânticas porque se conectam melhor com as suas experiências dum mundo quixotesco e imensurável.

Um sentimento semelhante foi expresso pelo artista austríaco-mexicano Wolfgang Paalen em 1942, quando escreveu animadamente que a mecânica quântica anuncia “uma nova ordem na qual a ciência não mais fingirá uma verdade mais absoluta do que a da poesia”.

O resultado, prosseguiu, será legitimar o valor das humanidades, e “a ciência compreenderá o valor da arte como complementar a si própria.”

Entretanto, em 1958, quando o filósofo da Universidade de Nova York, William Barrett, analisou os desenvolvimentos científicos do século XX, incluindo a mecânica quântica, concluiu que pintavam uma imagem do homem “que traz um aspecto novo, austero, mais nu e mais questionável.” Temos sido forçados a confrontar a nossa “condição solitária e sem fundamento”, não só através da filosofia existencialista, mas também através da própria ciência, o que desencadeou “uma desnudação, um despojamento desse ser que agora tem de se confrontar no centro de todos os seus Horizontes.”

Essas observações sugerem que os humanistas abraçaram a mecânica quântica porque experimentaram o universo newtoniano como um lugar frio e constritivo no qual se sentiam marginalizados e na defensiva – com a notícia da estranheza do domínio quântico surgindo quase como um alívio.

Mas se essa foi a única razão pela qual os humanistas descobriram que os desenvolvimentos do mundo quântico são libertadores, então que se amanhem e divirtam com essa conclusão da sua lavra, pois a confiar muito a sério na ciência para começarem a compreender a sua própria experiência, viraram de facto o foco para o seu umbigo.

Era uma visão antropocêntrica, algo infantilizada numa ânsia de auto-afirmação porventura estimulada pelo seu comportamento mais do que dúbio nos anos de ocupação de Paris entre 1940 e 1944. Um Sartre que procurava desesperadamente esconder ter escrito que os franceses tinham sido sexualmente muito livres durante o jugo genocida nazista. Os que regressaram vivos dos campos de extermínio podem até encontrar muito conforto na poesia de Jacques Prévert, num pássaro já que se perverta ao libertar-se duma gaiola, mas não esconderam a sua náusea pelo colaboracionista Sartre. Os mais afortunados que tinham resistido simbolicamente através dos clubes de Jazz e das indumentárias esteticamente subversivas optaram mais tarde por uma maior descrição. De facto a coragem exerce trabalho quando é precisa, incerta e impossível de se medir. Houve falso e genuíno humanismo no movimento existencialista, mas a nódoa da traição nunca o deixou afirmar-se muito para além das elites intelectuais, quase como que um divertimento apenas reservado aos nobres do iluminismo, quando estes brincavam com essa coisa esquisita chamada electricidade.

Um novo humanismo.

Em 1967, o crítico e escritor John Updike escreveu uma breve reflexão sobre as fotografias e sobre as películas de filmes amadores realizados na Dealey Plaza, em Dallas, no Texas, em 22 de novembro de 1963, nos poucos segundos em que a comitiva do presidente John F. Kennedy a atravessou e este foi atingido pelos projécteis do assassino. Quanto mais cuidadosamente se examinaram as imagens, observou Updike, menos sentido as coisas faziam. Quem era o “homem do guarda-chuva” ostentando um guarda-chuva aberto apesar de ser um dia ensolarado? Quem era o “homem do casaco queimado pelo sol” que primeiro foge, e é depois visto “num Rambler (carro com assentos traseiros descapotáveis) cinzento conduzido por um negro?” E sobre a figura embaciada na janela junta à qual os tiros foram disparados? Seriam estes espectadores inocentes ou parte de uma conspiração? De poucos outros assuntos tanto se falava nesses anos.

Física popular.

“Nós perguntamos”, escreveu Updike, “se um mistério genuíno está aqui a ser escondido ou se qualquer escrutínio semelhante de uma secção minúscula do tempo e do espaço produziria estranhezas semelhantes – lacunas, inconsistências, distorções e bolhas na superfície das circunstâncias. Talvez, como com os elementos da matéria, a investigação ultrapasse um limiar de senso comum e entre num reino subatómico onde as leis são escarnecidas, onde as pessoas têm a vida útil das partículas beta (cerca de 24 anos) e a transparência dos neutrinos desafia os limites do conhecimento e onde um tipo rudimentar de média deve substituir a verdade absoluta.”

Anos mais tarde, muitas imagens do atentado presidencial acabaram por ter explicações racionais. O “homem do guarda-chuva” foi identificado – para satisfação de todos, excepto dos teóricos da conspiração e doutros tarados. Testemunhando perante um Comité do Congresso, o homem em questão disse que estava simplesmente protestando contra os negócios da família Kennedy com a Alemanha de Hitler, com o guarda-chuva negro – o acessório de moda de Neville Chamberlain – sendo este um símbolo para os apaziguadores dos nazis. Longe de anunciar uma ruptura na racionalidade do mundo, o homem do guarda-chuva estva apenas a exercer um protesto público pacífico afinal até simbolicamente muito interessante. O pai do malogrado Presidente, embaixador dos EUA no Reino Unido, foi, upps, grande bronca, um nazi prenhe de vulgaridades racistas.

Barrett, sendo um filósofo, tinha proposto que o efeito cultural da mecânica quântica era o de nos despojar de ilusões. Updike, romancista com um grande interesse pela ciência, que seguiu os desenvolvimentos contemporâneos da física com cuidado, chegou a uma conclusão diferente.

As suas palavras acima indicam que ele viu o impacto da mecânica quântica na cultura como sendo mais profundo e mais positivo do que Barrett. Na verdade, Updike muitas vezes tem os seus personagens ficcionais que referem termos de física duma forma metafórica que lhes permite expressar as suas experiências de forma mais articulada.

O romancista estava plenamente ciente de que quando os cientistas olham para o mundo subatómico quadro a quadro, por assim dizer, o que descobrem é descontínuo e é estranho – os seus eventos são acontecimentos aleatórios, excepto quando considerados colectivamente.

Updike também sabia que a maioria de nós tende a achar as nossas vidas seguindo uma lógica louca semelhante.

O nosso mundo nem sempre se sente suave, contínuo, confiável, regido pela lei, estável e substantivo; de perto, a sua sensibilidade palpável é muitas vezes agitada, descontínua, caótica, irracional, instável e efémera. A realidade de hoje não parece ter as suaves e universais continuidades do mundo newtoniano, é antes mais parecida com a superfície de uma panela de água a ferver.

Usar a linguagem quântica para descrever as condições do dia-a-dia pode, portanto ser, e é, tecnicamente incorrecta, mas é metaforicamente, logo culturalmente, eficaz.

Noutro ensaio, Updike escreveu que “as revelações do nosso século de impensável amplitude e inimaginável pequenez, de períodos abismais de tempo geológico quando não éramos nada, de galáxias supranumerárias e comportamento subatómico indeterminado, duma espécie de louca violência matemática no coração da matéria “Chamou-nos mais profundamente do que sabemos “. O ardor provocado por tais descobertas científicas, propôs Updike, deu origem a um “novo humanismo” cuja “voz fraca e sem esperança” é fornecida pelos “monólogos mínimos” do dramaturgo irlandês Samuel Beckett – e que também é evidente no instantaneamente reconhecível “fio-fino, figuras erodidas” do escultor suíço Alberto Giacometti.

Escultura de Giacometti, uma outra sua obra detém o máximo mundial de valor num leilão. Podem verificar, se quiserem, mas fica o aviso de que se trata duma quantidade nada quântica, antes surpreendentemente grande.

O ponto crítico.

Se todas as vozes humanas fossem tão eloquentes como Beckett e Giacometti! Com frequência, o uso da linguagem e conceitos quânticos na cultura popular equivale ao que o físico John Polkinghorne chama de “hype quântico”, ou a invocação da mecânica quântica como “licença suficiente para a indulgência preguiçosa ao brincar com o paradoxo noutras disciplinas”.

Isto é como o quantum aparece principalmente em coisas como programas de TV, desenhos animados, camisetas e xícaras de café.

Ou na vigarice da cura quântica, na seita que pratica actos criminosos escondendo a sua linguagem parva em “vibrações do universo que curam doenças” muito graves desde que a vítima lhes compre os salmos: a vigarice da New Age, e os seus autores de textos e de livros “ad bullshitum.”

Quem se pode defender da manipulação de documentários como what the bleep do we know, que apenas empregam avulso termos usados pela física quântica, citam fora de contexto e anunciam falsos cientistas como muito sabedores de curas milagrosas ou da mentira descarada dos cristais de água serem bonitos ao congelarem com orações dos Mestres Zen, que os próprios Mestres Zen e as experiências simples desmentiram de forma tipicamente pacífica e tipicamente firme?

Quem quer comprar pulseiras quânticas ou pedras vulgares no café com qualidades supostamente curativas? Ou outras parvoíces do género?

Há uma excepção: se as comprarem a mim é claro que vos vou curar dum eventual excesso de gordura nas vossas carteiras. Isso é uma certeza clássica e designa-se desde Galileo por pedras altamente preciosas feitas de…carvão.

Mas regressemos ao plano da honestidade, da ética de quem não anda a roubar e a matar pessoas doentes. No fundo, felizmente, à grande e até empolgante normalidade da maioria das pessoas.

As observações de Updike, no entanto, sugerem que a mecânica quântica – uma teoria de larga abrangência que ainda tem de fazer uma previsão não confirmada – tem feito mais do que ajudar a aprofundar o nosso conhecimento do mundo e expandir a nossa capacidade de o manipular.

As observações do romancista sugerem que a mecânica quântica – embora esta seja uma modificação, e não uma substituição, da mecânica newtoniana – nos forneceu uma gama de imagens novas e úteis para interpretar as nossas experiências do mundo de uma nova maneira, numa escala igual ou possivelmente ainda maior do que a da mecânica newtoniana.

A física quântica é metaforicamente atraente porque reflecte a dificuldade que enfrentamos ao descrever as nossas próprias experiências; A mecânica quântica é estranha e nós também.

Algum dia, na verdade, a era pós Momento Newtoniano pode vir a ser conhecida como o Momento Quântico.

Ou não foram as propriedades de reflexividade e de dispersão da luz dos azulejos e amarelejos – do spectrum de todas as cores visíveis descoberto por Newton – de titânio do Museu de Peggy Guggenheim em Bilbao um momento belo numa cidade? E que dizer dos verdes, senão que “Verde que te quiero Verde, Verde el caballo (…)”, do desenfreado e libertador poema de Frederico Garcia Llorca?

Um spectrum que complementa um salto quântico de arte e de Paz e de qualidade de vida, pois o seu inverso era uma desoladora baixa comercial duma cidade escura toda estilhaçada de ponta a ponta pela conflitualidade cultural e política dos homens, como visto e profundamente sofrido no final do século 20. Foi, digo-vos, uma experiência extremamente desanimadora.

Mas hoje, ir a Bilbao é libertador, animado, pacífico. É uma experiência empolgante, é uma cidade onde se bebe Arte e Conhecimento! É WoW, como o sinal misterioso recebido do espaço.

A posição é a mesma, e pode ser medida com incrível precisão, mas, numa relação inversa que confusamente chamamos de complementaridade numa multiplicação incerta da Física Quântica, o momento é tão diferente, e este novo momento é tão belo que as palavras são limitadas para o exprimir.


Baseado num texto de Robert P Crease, publicado pelo IOP (Institute of Physics), Professor do Departamento de Filosofia da Stony Brook University e Historiador do Brookhaven National Laboratory, nos EUA.

Agradecimentos: ao Professor jubilado de Literatura Francesa Gerard Felix Fauvert.

Fonte de inspiração:
Os poetas andaluces que pareciam estar solitários mas tinham os ouvidos de toda uma nova geração bem atentos. Parecen que estan solos?

Não, agora a Humanidade, mesmo sem o saber, é maioritariamente quântica.

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