Galáxia distante mostra fase crítica da sua evolução

Créditos: raios-X: NASA/CXC/Univ of Florida/J.Ma et al; Ótico: NASA/STScI; Infravermelho: NASA/JPL-Caltech; Rádio: ESO/NAOJ/NRAO/ALMA

Como as galáxias evoluem?
As galáxias e seus buracos negros supermassivos se formaram juntos OU um formou primeiro que o outro?

São muitas as dúvidas existentes em relação à evolução das galáxias, principalmente no chamado universo primordial.

Uma galáxia recém-descoberta pode ajudar os astrônomos a começarem a entender melhor todo esse processo.

Usando o Telescópio do Polo Sul, um grupo de astrônomos descobriu uma galáxia, chamada SPT 0346-52, localizada a aproximadamente 12.7 bilhões de anos-luz de distância da Terra.

Essa distância coloca a galáxia a apenas 1 bilhão de anos após o Big Bang.

Ao observar essa galáxia com vários outros instrumentos, os astrônomos observaram que ela está passando por uma fase onde as estrelas estão se formando de forma muito intensa.

Isso foi constatado a partir da medição de emissões infravermelhas da galáxia.

Porém, essa emissão poderia ser causada por um buraco negro supermassivo no interior da galáxia. Ao apontar o Chandra para essa galáxia, eles notaram que não existia a emissão de raios-X – emissões características da presença de buracos negros supermassivos.

O que está acontecendo então com essa galáxia é que novas estrelas estão se formando numa taxa extremamente elevada, cerca de 4500 vezes a massa do Sol por ano, uma das taxas de formação de estrelas mais alta já observada numa galáxia.

Só por comparação: a Via Láctea forma cerca de 1 massa solar de novas estrelas por ano.

Isso faz com que a galáxia seja classificada como galáxia de hiper-explosão de estrelas (hyper-starburst galaxy).

Essa alta taxa de formação estelar indica que um grande reservatório de gás frio na galáxia está sendo convertido em estrelas de maneira muito eficiente.

Galáxias como essa irão ajudar os astrônomos a entender cada vez mais sobre a formação e a evolução das galáxias e também sobre a formação de buracos negros no interior dessas galáxias.

Por muitos anos, todos pensavam que os buracos negros supermassivos no interior das galáxias e a própria galáxia cresciam juntos, e essa galáxia mostrou que isso pode não ser tão verdade assim.

É preciso estudar mais a fundo essa galáxia, e tentar descobrir outras nos confins do universo com características semelhantes, para que se possa chegar a conclusões mais assertivas sobre como se deu a formação e a evolução das galáxias no universo primordial.

Fonte: Observatório Chandra, Artigo Científico

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