ALMA descobre evidências de 2 planetas em formação

Imagem feita pelo ALMA de um disco protoplanetário poeirento em órbita de uma jovem estrela, HD 163296.
Novas observações sugerem que dois planetas em formação, do tamanho de Saturno, orbitam a estrela.
Crédito: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO); A. Isella; B. Saxton (NRAO/AUI/NSF)

O ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) está ajudando os astrônomos a reformularem, reestruturarem e reescreverem todo o processo de formação planetária.

Algo que antes se resumia a desenhos borrados, hoje já são imagens detalhadas e de alta resolução feitas pelo ALMA e que revelam a formação de planetas.

Uma das conclusões importantes que os astrônomos chegaram com essas imagens do ALMA, é que muito provavelmente a formação dos planetas acontece logo depois da formação do disco protoplanetário ao redor da estrela.

Embora tudo isso seja magnífico, uma coisa sempre incomodou os astrônomos: eles sempre estão olhando para a poeira nos discos protoplanetários, e isso pode causar uma certa ambiguidade na interpretação da causa.

Porém, agora, tudo mudou!

Ilustração artística do disco protoplanetário em órbita da jovem estrela HD 163296.
Ao estudar a poeira e o gás de monóxido de carbono (azul claro), os astrónomos descobriram evidências de dois planetas que se estão formando.
Crédito: B. Saxton, (NRAO/AUI/NSF)

Usando o ALMA, um grupo de pesquisadores observou a jovem estrela HD 163296, e conseguiu estudar tanto a poeira como o gás presente no disco protoplanetário com o mesmo nível de detalhe.

Essa estrela tem 5 milhões de anos de vida e cerca de duas vezes a massa do Sol. Está localizada a aproximadamente 400 anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação de Sagitário.

Essas novas observações revelaram 3 falhas/gaps no disco da estrela.

Um primeiro gap está a 60 UA da estrela, o equivalente a duas vezes a distância entre Netuno e o Sol. Esse gap não apresentou muita diferença na concentração de gás se comparado com o resto do disco, portanto pode ser um planeta, mas podem existir outras explicações.

Os outros dois gaps estão localizados a 100 e 160 UA da estrela, o equivalente a algo mais distante que o cinturão de Kuiper no Sistema Solar. Nesses dois gaps existe uma diferença marcante entre o gás existente ali e o gás do disco como um todo: o gás de monóxido de carbono sofre uma diminuição profunda, o que indica a presença de dois planetas do tamanho de Saturno.

Os astrônomos já sabiam que o gás e a poeira se comportavam de maneira diferente ao redor de estrelas jovens, mas só agora, com o ALMA, foi possível observar essa diferença e estudar os mecanismos físicos e químicos que geram os planetas.

Com a metodologia bem definida para se observar tanto o gás como a poeira ao redor dessas estrelas, os astrônomos poderão confirmar ou não se as impressões nos discos são mesmos planetas em formação, ou têm outras origens.

Fonte: Astronomy Now

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  1. […] Fotografia da Semana mostra um disco em rotação, material restante que rodeia a estrela jovem HD 163296. Com o auxílio do poder de observação do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), […]

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