Vera Rubin (1928 – 2016)

Há duas semanas morreu John Glenn: um dos heróis da exploração espacial.
No dia 25 morreu uma figura icônica, principalmente para quem estuda, lê ou se interessa pela famosa matéria escura.

A astrônoma Vera Rubin, nos deixou com 88 anos.

Na década de 1940, Vera Rubin era uma aluna de licenciatura em Vassar.
Crédito: Science Springs

A história dela é fantástica.
Ela contou que quando criança, sua cama ficava de frente para uma janela, e dali ela começou a observar as estrelas.
Disse que quando tinha chuva de meteoros, no dia seguinte ela conseguia se lembrar de tudo e desenhava a trajetória dos meteoros.
Ela descobriu que queria ser astrônoma no colegial/ensino secundário, mas nunca tinha conhecido um astrônomo. Ela só conhecia Maria Mitchell de um livro, sabia que ela havia estudado em Vassar, e resolveu seguir os passos dela.
Foi para Vassar, se casou com um cientista, e entrou no programa de graduação junto com seu marido.

Na verdade ela tinha sido aceite em Harvard.
Ela respondeu à carta, dizendo que estava se casando e iria para Cornell.
Em Cornell não havia astronomia, então ela foi estudar física, e teve como membro de sua banca ninguém menos que Richard Feymann. Ela apresentou sua tese também na sociedade astronômica americana, mas seus conceitos eram muito à frente de seu tempo e isso criou um ceticismo muito grande.
Seu artigo foi rejeitado pelas revistas especializadas, mas ela continuou sua luta.

Foi no doutorado que ela resolveu estudar a matéria escura, um conceito originalmente proposto em 1933.
Para fazer as medições que ela precisava, ela tinha que usar o maior telescópio da época, o de Monte Palomar. O problema era que até então as mulheres não podiam chegar nem perto do prédio do observatório, quanto mais entrar e usar o instrumento. Mas ela conseguiu.
Observando as galáxias espirais ela notou que o material nas bordas da galáxia giram com a mesma taxa que o material no centro delas.
Essa observação ia contra as leis da física que dizem que o material no centro, devido à maior concentração de poeira, estrelas e gás, deveria se mover mais rapidamente do que o material da borda, onde se tem menos matéria.
A explicação para o movimento ser o mesmo, é um halo de matéria escura existente ao redor das galáxias, que espalham a massa e por isso a taxa é a mesma.

Durante sua pesquisa, ela estudou mais de 200 galáxias.
Ela publicou 144 artigos científicos, tem um asteroide batizado em seu nome, tem 4 filhos: dois doutores em geologia, uma doutora em matemática e uma doutora em raios cósmicos.
Recebeu todas as honras na sua área.
Se tornou a segunda mulher a ganhar a medalha de ouro da sociedade astronômica real, em 1996, sendo que a primeira foi Caroline Herschel em 1828.

E nos deixou aos 88 anos.

Dr. Vera Rubin.
Crédito: Peter Ginter / Getty Images

Ela lutou muito pela presença das mulheres na ciência e deixou um grande legado como ela mesmo disse:

“Fama é passageira, meus números significam muito mais para mim do que meu nome. Se os astrônomos usarem meus dados no futuro, essa será minha maior realização”.

1 comentário

    • Maria Rodrigues on 25/03/2020 at 20:56
    • Responder

    Que mulher fantástica!!!
    Ela não foi laureada com o Prêmio Nobel, por causa do MACHISMO 😱

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