Oxigénio terrestre chega à Lua

Terra e Lua, fotografadas pelo astronauta Chris Hadfield, a partir da Estação Espacial Internacional.
Crédito: NASA

Um novo artigo científico publicado há 3 dias atrás está a fazer furor no meio astronómico.
A Terra está a contaminar a Lua. Ou melhor, a Terra está a dar um beijo de vida à Lua.
O artigo foi publicado na Nature, aqui.

A sonda japonesa Selenological and Engineering Explorer (SELENE) ou Kaguya, teve como missão estudar a superfície lunar durante mais de um ano, antes de a impactar em 2009.

Os seus dados mostram que um certo isótopo de oxigénio está presente no solo lunar.
Esse isótopo só existe na Terra. Na verdade, esse oxigénio é expelido pelas plantas na fotossíntese.
Ou seja, é oxigénio criado pela vida.

Assim, como pode existir na Lua?

Os cientistas japoneses que analisaram estes dados concluíram que estes iões de oxigénio de origem biológica que estão na superfície lunar foram transportados para a Lua empurrados pelos ventos solares através da magnetosfera terrestre.

Este oxigénio tem escapado da Terra desde que existe na atmosfera terrestre (in SIC). Ou seja, isto acontece há mais de 2 mil milhões de anos. E acontece nos dias perto da Lua Cheia, quando a Terra está entre o Sol e a Lua.

No entanto, não se pense que, devido a isto, existe muito oxigénio na Lua. Nada disso. Mesmo somando mais de 2 mil milhões de anos de transporte de oxigénio terrestre para a Lua, a verdade é que as rochas lunares têm uma quantidade ínfima de oxigénio proveniente de seres vivos da Terra. A quantidade é negligenciável, pelo menos para uma atmosfera.

Apesar de pouco, fica-se “a entender de onde vem o oxigénio e o hidrogénio que foram encontrados na Lua e permite descobrir se esses elementos podem ser transformados em água na superfície lunar”. (in Observador)

Os investigadores também indicam a possibilidade de se poder estudar a atmosfera terrestre de há milhares de milhões de anos atrás, se ela estiver parcialmente mantida quimicamente na subsuperfície da Lua (in Nature).

Finalmente, parece ter sido respondido um mistério que existia desde que os astronautas das missões Apollo tinham trazido amostras da superfície lunar. Existiam quantidades anormais de iões de oxigénio e não se percebia porquê. Teria sido somente uma anomalia? Sabe-se agora que não. (in Science Magazine)

Os ventos solares empurram os isótopos de oxigénio da Terra para a Lua através da magnetosfera terrestre.
Créditos: NASA & Osaka University

1 comentário

  1. Uma coisa que devemos considerar normal e que até a pouco era novidade, é que todo planeta astro que tenha pelo menos uma pequena quantidade de atmosfera e que realize uma orbita, se comporta TAMBÉM como um cometa.

    Deixando um rastro de gases por onde passa sua orbita

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