Hubble descobre quando foi a última refeição do Buraco Negro da Via Láctea

Créditos: NASA, ESA, e Z. Levy (STScI)

A nossa galáxia possui um buraco negro supermassivo no seu centro que tem aproximadamente 4 milhões de vezes a massa do Sol.

Esse buraco negro foi inferido de diversas maneiras: por meio do movimento veloz das estrelas ao seu redor, ou por meio do raio-X intenso emitido na região onde está localizado, ou também por meio das chamadas Bolhas de Fermi, estruturas gigantescas descobertas em 2010 pelo telescópio espacial Fermi da NASA e que pairam sobre o disco da nossa galáxia.

Essas bolhas são formadas pelo fluxo de parte da matéria que está caindo no buraco negro, mas que é aquecida a enormes temperaturas e consegue escapar, criando essas estruturas que se estendem acima do plano da galáxia.

Se essas bolhas são formadas quando o buraco negro se alimenta, digamos assim, se pudermos estudar essas bolhas em detalhe saberemos por exemplo quando foi a sua última refeição.

E foi isso que os astrônomos fizeram recentemente usando o Telescópio Espacial Hubble e o seu instrumento COS (Cosmic Origins Spectrograph).

Os astrônomos analisaram a luz de 47 quasares distantes que passou pelas Bolhas de Fermi e com isso conseguiram medir a velocidade com a qual elas se expandem, a sua composição e qual a temperatura no interior das bolhas.

A temperatura do gás no interior das bolhas é de 18000 graus Fahrenheit, silício e carbono são os elementos mais abundantes, e o gás está sendo acelerado a 2 milhões de milhas por hora dentro da bolha.

Além disso, os astrônomos calcularam a massa da bolha, cerca de 2 milhões de vezes a massa do Sol, e também mediram com precisão a extensão da bolha, cerca de 23 mil anos-luz acima da galáxia.

Esses resultados melhoram os resultados obtidos pelo Hubble em 2015 quando somente um quasar foi usado para determinar os parâmetros da Bolha de Fermi.

Com tudo isso, os astrônomos puderam retroceder no tempo e descobrir que o buraco negro da Via Láctea fez a sua última grande refeição há 6 milhões de anos atrás. E esse resultado é de suma importância para entender a evolução do nosso buraco negro, além de poder utilizar toda metodologia aqui desenvolvida em pesquisas de outros buracos negros.

Fontes: Hubblesite, Artigo Científico

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