A moda Anti-Vacinas

Nos últimos anos algumas doenças foram erradicadas. Como? (perguntam vocês)

Pelas terapias naturais? Não.

Pela negação da medicação pois são lobbies farmacêuticos? Não!

Foi pela ciência e pela medicação? Sim!

E como reapareceram essas doenças? (desta vez questionam)

Foram os bandidos das farmacêuticas? Não.

Foram os ignorantes? Sim!

Este ano, em Portugal, temos grupos de pessoas que pensam estar mais protegidos por não estarem vacinados. E não é que eles estão certos? Mas só estão certos porque os outros se vacinam e conferem a esses incultos a imunidade de grupo, uma espécie de barreira ou blindagem que não permite o vírus chegar a eles pois encontra a maior parte das pessoas, em volta deles, protegidas.

A ideia anti-vacinas tomou força com um artigo na revista Lancet, a 28 de Fevereiro de 1998, onde o cirurgião Andrew Wakefield sugeria uma ligação entre a vacina tríplice (sarampo, rubéola e papeira) e o autismo. A base do estudo era bastante pequena, de 12 crianças. Wakefield defendia que os comportamentos autistas revelaram-se após a vacinação. O estudo não tinha grupo de controlo e a verificação por pares não mostrou que estas alegações tivessem consistência. Sabem qual a razão do estudo? Wakefield recebeu cerca de meio milhão de libras para construir um caso contra algumas farmacêuticas. Foi uma das maiores fraudes científicas de sempre. (livro Pipocas com Telemóvel – David Marçal e Carlos Fiolhais)

Vou-vos mostrar a vitória das vacinas nos últimos anos:

1- Em Zurique, em 1882 não foi registado qualquer caso de varíola devido à vacinação obrigatória. Em 1883 revogou-se esta lei e a consequência foi o aumento do número de mortes por varíola nos anos seguintes.

2- Entre 1988 e 2010 o número de casos de poliomielite baixou 99% devido a uma campanha de vacinação.

3- Em 2003, um grupo de imãs nigerianos afirmou que a vacina contra a poliomielite servia para os EUA espalharem a SIDA pelos países islâmicos. O resultado da proibição da vacinação chegou sob a forma de um grande surto da doença.

Uma das alegações é que a vacina contém timerosal, um composto que contém mercúrio, e que este terá ligação ao autismo. Se fosse verdade, os casos de autismo estariam a reduzir já que o timerosal está a ser substituído, e não é isso que se verifica. O timerosal já foi retirado da maioria das vacinas. Algumas vacinas da gripe ainda contêm este composto mas existem variantes sem este conservante. (daqui)

As ideias de alterne funcionam e, infelizmente a favor deles e contra o resto da população. Pessoas vacinadas podem contrair a doença pois a vacina não é 100% eficaz. E assim se espalha a doença, através destes seres que, com tablets, relógios, máquinas de café, telemóveis, óculos, carros, tvs, etc, odeiam a ciência e preferem viver na Idade Média. Mas só se tiverem a tecnologia, para todos verem que eles estão na moda destas ideias.

Para terminar, a desinformação contra tratamentos é um crime de saúde pública.

9 comentários

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  1. A seguinte informação sobre as reacções adversas à vacina tripla do Tétano, Difteria e Tosse Consulsa da marca TRIAXIS aprovada pelo Infarmed em 21-02-2014 encontra-se no seguinte documento do Infarmed, página 5: http://app7.infarmed.pt/infomed/download_ficheiro.php?med_id=50379&tipo_doc=fi

    “… a frequência destes efeitos adversos não pode ser calculada com precisão, uma vez que seria calculada
    com base em notificações espontâneas, em relação ao número estimado de pessoas vacinadas.”

    “…Reações alérgicas/reações alérgicas graves (como pode reconhecer uma reação destas, pode encontrar esta informação no início da secção 4), picadas, formigueiro ou dormência, paralisia de parte ou de todo o corpo (síndrome de Guillain-Barré),
    inflamação dos nervos do braço (neurite braquial), perda da função do nervo que sustenta os músculos faciais (paralisia facial), convulsões, desmaio, inflamação da espinal medula (mielite), inflamação da parte muscular do coração (miocardite), comichão, urticária, inflamação de um músculo (miosite), inchaço extenso do membro, associado a vermelhidão, calor, sensibilidade ou dor no local onde a vacina foi administrada, nódoa negra ou abcesso no local onde a vacina foi administrada…”

    Uma pessoa que aceite levar uma vacina, estará à partida consciente dos riscos (pois estão escritos na bula) e a farmacêutica limpa as mãos de qualquer responsabilidade…

    De quem será a responsabilidade QUANDO acontecer um destes efeitos “raros”? O que é que propunha se pudesse?

    Acho que não chega apenas criticar as decisões de outras pessoas, é preciso que surjam alternativas viáveis e que se considerem as várias consequências dessas alternativas (seja a obrigar a vacinar ou não).

    1. Essas são boas perguntas, que à-primeira vista requerem pensamento crítico.
      É realmente um argumento popular, mas só porque a maioria das pessoas não entende a forma como temos conhecimento dos assuntos.

      Todas as vacinas e todos os medicamentos têm reações adversas.

      Aliás, tudo tem reações adversas. Ainda ontem estava a cortar uma laranja e cortei-me na mão. Devo parar de utilizar facas? Devo culpar o fabricante da faca? (como fazem os pseudos quando no caso das vacinas culpam os médicos e as grandes farmaceuticas)

      Na verdade, viver tem reações adversas… e acaba sempre na morte.

      O químico H2O, conhecida como água, tem uma bula de perigosidade maior que as vacinas… e no entanto, não me parece que as pessoas deixem de beber água por isso… até porque, tal como as vacinas, beber água salva todas as vidas.
      http://www.astropt.org/2011/04/05/monoxido-de-dihidrogenio/

      NADA em conhecimento é 100% certo. Não sabemos se a gravidade vai funcionar amanhã da mesma forma que hoje. Isso quer dizer que se deve promover que as pessoas saltem ou não saltem do topo de edifícios?

      Como não sabemos se as forças (todas, na verdade) irão funcionar da mesma forma, quer dizer que os sinais proibidos nas estradas não deverão ser considerados para o dia de amanhã porque não se sabe como o carro irá reagir?

      Tudo isto para dizer que utilizar um argumento contra as vacinas que se pode aplicar a tudo, não faz qualquer sentido. É uma falácia.

      Um argumento que se pode aplicar a tudo vale o mesmo que um argumento que não se aplica a nada.

      É o mesmo pseudo-argumento daqueles que dizem que não se devem tomar medicamentos porque são químicos. Quando TUDO no Universo é baseado em químicos, incluindo nós.

      Ou seja, tal como esse argumento anti-vacinas que se baseia na probabilidade do conhecimento (e que nos dá tudo), também quem usa o argumento dos químicos não percebe nada de ciência/conhecimento.

      http://www.astropt.org/2011/05/21/profecias-da-ciencia/

      NADA no Universo é 100% certo. TUDO tem hipóteses de correr mal.

      No entanto, é a ciência/conhecimento que nos permite saber aquilo que tem maiores probabilidades de sucesso.
      Neste caso, é o que acontece com as vacinas: não tomar vacinas tem muito maiores probabilidades de correr mal do que tomar vacinas. Tal como não colocar o cinto quando andamos de carro leva a maiores probabilidades de termos ferimentos graves em caso de acidente. Não é 100% certo. Mas a utilização de cinto de segurança é obrigatória porque está provado que salva vidas (ao contrário da sua não-utilização). O mesmo para as vacinas.

      abraço!

  2. Tenho dúvidas sobre a polêmica da fluoretação da água encanada. Há base nas críticas ou é mais uma maluquice dos pseudos?

    Grato!

    • Dinis Ribeiro on 23/04/2017 at 15:07
    • Responder

    Um link sobre a vizualização da problemática: https://www.visualnews.com/2015/02/20/3-striking-charts-show-vaccines-impacted-20th-century-diseases/

    1. Excelentes! 😉

    • Dinis Ribeiro on 23/04/2017 at 13:43
    • Responder

    Concordo plenamente que “As coisas não são assim tão simples”… Uma sugestão: Six common misconceptions about immunization http://www.who.int/vaccine_safety/initiative/detection/immunization_misconceptions/en/

  3. Não é bem assim, prova disso é a gripe A H1N1/2009. Ivestiu-se muito na produção em tempo record de uma vacina eficaz, investiu-se muito na análise genética, em laboratórios P4 e em profissionais altamente qualificados. Resultado: após análise genética mais detalhada verificou-se que, por pouco, a Gripe A H1N1/2009 não era tão perigossa. Ficaram milhares de vacinas por vender. As coisas não são assim tão simples

  4. Cuidado,para um grupo farmacêutico, (re)aparecimento de doenças, quer dizer mais lucros!

    1. Da forma que você fala, parece que o lucro é uma obra do demônio.

      “Não compre pão naquela padaria, eles só querem ter lucros.”
      hahahaha

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