Futuro da Constelação de Orion

Ao contrário do que as pessoas pensam, as estrelas não são objetos imóveis no céu. Elas mudam continuamente de posição, à medida que elas se movem através da nossa galáxia, a Via Láctea.
Esse movimento é lento para a nossa perspectiva, e durante a nossa vida nós não notamos essa variação.

Um trabalho muito importante que é feito, é realizar as medidas precisas das posições das estrelas na Via Láctea. Assim é possível medir o movimento das estrelas. Com isso, dois estudos podem ser feitos.
Podemos retroceder esse filme, reconstruindo a trajetória das estrelas e estudando assim a origem da nossa galáxia. Ou podemos estimar como essas estrelas irão se deslocar no futuro, e até mesmo perceber se as constelações irão ou não mudar muito a sua forma.

Hoje, talvez o projeto que melhor mede com precisão a posição e o movimento das estrelas é a missão GAIA. Ela mediu as posições de 1 bilhão de estrelas na nossa galáxia.

Usando os dados dessa missão, um grupo de pesquisadores fez um trabalho interessante: resolveu estimar como seria a evolução de uma constelação bem conhecida, a constelação de Orion, com o passar do tempo.
Os astrônomos estudaram a evolução dessa constelação nos próximos 450 mil anos.

O resultado dessa pesquisa é esse vídeo, onde é possível ver como as estrelas da constelação vão se rearranjar durante esse período estudado.

A estrela supergigante vermelha Betelgeuse é visível na parte central superior do vídeo como uma esfera amarelada. Pode-se notar que com o passar do tempo ela sai totalmente do campo de visão da constelação. Isso levará aproximadamente 100 mil anos.

Pode-se notar também, que as 3 Marias no meio da constelação pouco irão se alterar.

No entanto, nós sabemos que Betelgeuse está condenada a explodir como uma supernova no próximo milhão de anos, e que em Orion nós temos um dos maiores berçários estelares conhecidos.
Essas mudanças, devidas ao nascimento e morte das estrelas, não são consideradas nessa pesquisa.

Na parte inferior direita do vídeo é possível notar que a estrela Aldebaran e o aglomerado de estrelas Hyades começam a cruzar o campo de visão da constelação de Orion.
Esses objetos pertencem à constelação de Touro.

Será que daqui a 100 mil, 200 mil ou 300 mil anos, os humanos que estiverem aqui no nosso planeta terão outras constelações para apreciar no céu?
E será que as constelações que observamos hoje, eram muito diferentes há centenas de milhares de anos atrás?
Provavelmente sim!

Fonte: ESA

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