Heliosismologia mostra que Núcleo Solar gira em alta velocidade

Créditos: ESA / NASA

A sismologia estelar é uma área da astronomia que avança a passos largos e traz muitos benefícios.

Como na Terra, onde usamos as ondas sísmicas geradas por terramotos para estudar o interior do nosso planeta, nas estrelas temos a sismologia estelar e no caso do Sol, os astrônomos trabalham com a heliosismologia, ou seja, o estudo do Sol a partir de ondas geradas no seu interior.

Mas como o Sol gera essas ondas?
Essas ondas acústicas são geradas basicamente pelos movimentos convectivos que ocorrem no interior da nossa estrela.
Como na sismologia terrestre, onde temos diferentes tipos de ondas e cada uma é responsável por um tipo de característica e nos ajuda a entender o interior da Terra de diferentes formas, no caso do Sol também temos diferentes ondas geradas.
As ondas mais fáceis de serem detectadas e interpretadas são as ondas do tipo p, as chamadas ondas de pressão. Com elas, os astrônomos conseguem estudar a superfície do Sol.
Mas existe um outro tipo de onda, muito mais complicada de ser detectada e estudada, mas que fornece informações importantes sobre o interior do Sol: as chamadas ondas g, ou ondas de gravidade.

Recentemente, um grupo de pesquisadores, analisou 16.5 anos de dados obtidos pela sonda SOHO e através de técnicas de análise estatística conseguiram separar as ondas e analisar cada uma delas.

Embora as ondas do tipo g já tivessem sido identificadas em outras estrelas, foi a primeira vez que os astrônomos conseguiram detectá-las no Sol.

Crédito: ESA

A implicação direta dessa detecção, é que os astrônomos conseguiram calcular a rotação de diferentes partes do Sol.
Nesse cálculo eles descobriram que o núcleo solar tem uma rotação de uma vez por semana, enquanto que a superfície solar tem um período de rotação de aproximadamente 25 dias no equador e 35 dias nos polos.
Isso faz com que o interior solar gire 4 vezes mais rápido que a superfície da nossa estrela.

Como boa parte das descobertas, essa traz uma grande quantidade de novas perguntas a serem respondidas.
Existe uma zona de cisalhamento que marca a diferença de rotação das camadas do Sol?
Essas ondas do tipo-g ajudam a definir a composição química do Sol?
O que essas ondas podem nos dizer sobre a evolução do Sol e sobre os processos termonucleares?

Para responder essas perguntas, as agências espaciais estão em breve mandando novas missões para explorar a nossa estrela.
A NASA irá enviar no próximo ano a Parker Solar Probe, e a ESA irá enviar a sonda Solar Orbiter – ambas estudarão em mais detalhe o Sol, e ajudarão a compreender melhor o objeto mais importante do nosso Sistema Solar.

Fontes: NASA, ESA, artigo científico

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