Hubble regista o cometa mais distante em atividade

Créditos: NASA, ESA, e D. Jewitt (UCLA)

Em Maio de 2017, o Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System, ou Pan-STARRS, descobriu o cometa C/2017 K2, chamado carinhosamente de K2.

Uma análise da órbita mostra que o K2 teve origem na nuvem de Oort: uma região esférica com quase 1 ano-luz de diâmetro localizada nos confins do Sistema Solar, e que provavelmente contém centenas de bilhões de cometas.

Os cometas, de maneira bem resumida, podem ser entendidos como a parte congelada que sobrou da formação do Sistema Solar, que aconteceu há cerca de 4.6 bilhões de anos atrás.
Eles são basicamente formados por esse gelo primordial e é por isso que o estudo de cometas é tão importante, pois eles guardam o segredo de formação do nosso sistema.

Quando os cometas se aproximam do Sol, a sua atividade começa a aumentar. Devido a isso, é produzida uma coma (uma nuvem ao redor do núcleo do cometa) e caudas.

Créditos: NASA, ESA, e A. Feild (STScI)

Porém, quando os pesquisadores observaram o K2, usando o poder de resolução e a qualidade de imagens do Telescópio Espacial Hubble, eles notaram algo surpreendente: a formação de uma coma, indicando que o cometa mesmo a uma grande distância do Sol está passando por algum tipo de atividade.
Normalmente a coma é produzida nos cometas pela evaporação de gelo de água à medida que o cometa se aproxima do Sol. No caso do K2, os cientistas pensam que outro processo está produzindo a sua coma: a sublimação, ou seja, a passagem direta do estado sólido para o gasoso.

De acordo com as observações do Hubble, a luz do Sol está aquecendo os gases voláteis congelados, como oxigênio, nitrogênio, monóxido e dióxido de carbono, e esses gases então são emitidos formando a coma.
Os pesquisadores pensam que essa emissão de voláteis pelo K2 começou há bilhões de anos atrás, e é como se o cometa estivesse perdendo a sua pele.

Para os pesquisadores, o K2 seria o cometa mais primitivo já observado da Terra.

Embora apresente uma coma, o K2 não apresenta uma cauda, outra característica marcante dos cometas. Isso se deve provavelmente ao tamanho das partículas que devem ser muito grandes ainda para formarem a cauda.

O K2 quebrou outro recorde: ele é o cometa mais distante onde se observou algum tipo de atividade.
Quando o Hubble fez suas observações o cometa estava entre as órbitas de Saturno e Urano, a cerca de 2.4 bilhões de quilômetros de distância. Nessa região, o brilho da luz do Sol é equivalente a 1/225 do brilho da luz do Sol na Terra e a temperatura chega a -262 graus Celsius.

Os pesquisadores continuarão estudando o K2, à medida que ele continua sua jornada para o Sistema Solar interno para entender cada vez mais e melhor o que está acontecendo com esse cometa.

E também esperam o James Webb, agora com lançamento previsto para 2019, para estudar em mais detalhe o cometa.

O estudo do K2 é de suma importância para entender como o Sistema Solar se formou e a descoberta de cometas assim primitivos também se mostra muito importante.

Fonte: HubbleSite

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