Descobertos 5 novos pares de Buracos Negros Supermassivos

Créditos: Raios-X: NASA/CXC/Univ. of Victoria/S.Ellison et al. & NASA/CXC/George Mason Univ./S.Satyapal et al.; Ótico: SDSS

Uma das questões mais intrigantes da astrofísica moderna é sobre a relação existente entre os buracos negros supermassivos encontrados no interior das galáxias e as suas galáxias hospedeiras.
Como eles evoluíram? Quem se formou primeiro? Como eles mantêm essa relação?
Todas são questões em aberto.

Uma maneira de se estudar essa relação, estudar a evolução das galáxias e consequentemente entender mais sobre a evolução do próprio universo, é estudar o processo de fusão de galáxias.
Nesse processo, ocorre também eventualmente a fusão dos buracos negros centrais dessas galáxias. E isso é de suma importância para entender todo o processo, e até mesmo para entender como essa fusão pode gerar ondas gravitacionais poderosas e ainda não identificadas.

Porém identificar pares de buracos negros supermassivos não é algo fácil.
Aliás, identificar 1 buraco negro já é complicado; imagina pares deles.

Um novo estudo mostra que a utilização de diferentes telescópios permitiu que os astrônomos detectassem 5 pares de buracos negros supermassivos!
Isto é metade da quantidade de pares identificados até então, que eram de 10 pares.

Para realizar essa pesquisa, os astrônomos usaram de forma integrada os dados obtidos pelo Chandra (detecta raios-X), WISE (detecta radiação infravermelha), e LBT (Large Binocular Telescope que estuda luz visível).

Para chegar nesse resultado, o trabalho dos astrônomos começou com uma pesquisa no catálogo SDSS.
Nesse catálogo, eles identificaram galáxias que estavam no processo de fusão e que apresentavam um núcleo brilhante.
Posteriormente, eles estudaram somente aqueles pares em que os núcleos estavam separados por uma distância inferior a 30 mil anos-luz.
Nessa altura, eles usaram o WISE para fazer o match entre os dados e os modelos que mostravam indícios da existência de buracos negros supermassivos com crescimento rápido.

Com todo esse trabalho os pesquisadores chegaram a 7 sistemas de galáxias em fusão que continham no mínimo um buraco negro supermassivo.
Então chegou a vez de usar o Chandra, já que a emissão de raios-X é uma característica importante desse tipo de buraco negro, e com isso chegaram ao número final de 5 pares de buracos negros separados por uma pequena distância e que estão em estágio de crescimento, ou seja, se alimentando vorazmente. Isto é importante, pois mostra que são buracos negros ativos, ou melhor, núcleos ativos de galáxias.

Esse tipo de trabalho, na verdade foram dois artigos publicados, possui implicações relevantes em várias áreas da astrofísica.
Primeiro, permite entender melhor a fusão de galáxias e o comportamento dos buracos negros de cada galáxia nessa fusão, algo ainda não muito bem definido.
A outra vantagem é em relação ao estudo de ondas gravitacionais. Com o conhecimento desses pares é possível estimar as ondas gravitacionais que seriam geradas na fusão desses buracos negros e isso pode ajudar na construção de futuros detectores; além de se ter um bom padrão para a comparação dos resultados posteriores.

Num mundo que até há pouco tempo era praticamente impossível detectar um buraco negro, hoje já caminhamos para a detecção de pares de buracos negros. Realmente é um grande avanço.

Fonte: Chandra Observatory

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