Supernova na Galáxia NGC 2525

NGC 2525 é uma galáxia espiral barrada situada a cerca de 100 milhões de anos-luz na direcção da constelação Puppis (a popa), parte da antiga constelação Argo Navis (o navio) entretanto dividida entre Puppis, Carina (a quilha), Vela (a vela) e Pyxis (a bússola). Os elegantes braços espirais da galáxia têm um brilho superficial débil que a tornam difícil de observar e fotografar apesar da sua magnitude aparente total de 11.5.

No passado dia 15 de Janeiro, o astrónomo amador japonês Koichi Itagaki detectou uma “nova” estrela na extremidade de um dos braços espirais, com apenas magnitude 16.5. Imagens obtidas por ele próprio no dia anterior não mostravam nenhum objecto nessa posição. Algumas horas depois, já no dia 16, um espectro obtido com o telescópio Keck I, no Hawaii, demonstrou tratar-se de uma supernova de tipo Ia — resultante da explosão termonuclear de uma anã branca — muito jovem. A AT2018gv, como foi designada, está a gerar grande interesse na comunidade astronómica pois é relativamente raro descobrir supernovas numa fase tão precoce da sua evolução.

A galáxia NGC 2525 é debilmente visível nesta imagem obtida em condições algo adversas na noite de 28 de Janeiro.
Foto pelo autor.

A imagem anterior mostra a galáxia NGC 2525 e a AT2018gv, bem visível na extremidade de um dos braços espirais. A Lua forte, próxima da região do céu onde se encontra a galáxia, e as fracas condições de estabilidade atmosférica não permitiram obter uma imagem com melhor razão sinal/ruído. No entanto, não quis perder a oportunidade de registar a supernova que estará muito perto do seu pico de brilho com magnitude aparente de 13. A foto resulta da combinação de 26 exposições individuais de 1 minuto com uma câmara ZWO ASI 178MM através de um telescópio newtoniano de 152mm f/5 (distância focal de 760mm, escala 1.32 segundos de arco/pixel).

Esta imagem espectacular da NGC 2525 foi obtida com o telescópio du Pont, de 2.5 metros, do observatório de Las Campanas, no Chile, no âmbito do Carnegie-Irvine Galaxy Survey. É notório o fraco brilho superficial dos braços espirais.
Fonte: Carnegie Science

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