Uma gigante vermelha perde a sua “pele”

Crédito: ESO / M. Wittkowski (ESO)

Esta imagem fantasmagórica mostra uma distante estrela gigante vermelha que pulsa, chamada R Sculptoris. Situada a 1200 anos-luz de distância, na constelação do Escultor, a R Sculptoris é uma estrela rica em carbono conhecida como pertencendo ao ramo assimptótico das gigantes (AGB), o que significa que se aproxima do final da sua vida. Nesta fase, as estrelas de massa baixa e intermédia arrefecem, criando atmosferas extensas e perdendo muita da sua massa — estão por isso a caminho de se transformarem em nebulosas planetárias.

Apesar do processo básico desta perda de massa ser bastante bem compreendido, os astrónomos ainda investigam como é que este processo se inicia próximo da superfície da estrela. A quantidade de massa perdida pela estrela tem na realidade importantes implicações na sua evolução estelar, alterando o seu futuro e dando origem a diferentes tipos de nebulosas planetárias. As estrelas AGB terminam as suas vidas como nebulosas planetárias, produzindo um grande número de elementos — incluindo 50% de elementos mais pesados que o ferro — que são assim libertados no Universo e usados posteriormente para criar novas estrelas, planetas, luas e eventualmente os blocos constituintes da vida.

Uma característica particularmente intrigante da R Sculptoris é a sua mancha brilhante dominante, que parece ser duas ou três vezes mais brilhante que as outras regiões. Os astrónomos que obtiveram esta imagem, com o auxílio do Interferómetro do Very Large Telescope do ESO (VLTI), concluíram que a R Sculptoris se encontra rodeada por “nodos” gigantes de poeira estelar que está a ser perdida pela estrela. Esta mancha brilhante é, de facto, uma região em torno da estrela com pouca ou nenhuma poeira, o que nos permite olhar mais profundamente para a sua superfície.

Esta imagem captura uma secção extremamente pequena do céu: cerca de 20 x 20 milissegundos de arco. Em termos de comparação, Júpiter apresenta um tamanho angular de aproximadamente 40 segundos de arco.

Fonte (transcrição): ESO

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