Hubble estuda relíquia do Universo perto de nós

Créditos: NASA, ESA, M. Beasley (Instituto de Astrofísica de Canarias), e P. Kehusmaa

Normalmente para estudar como eram as galáxias, os astrônomos precisam desafiar a tecnologia existente e também os métodos de processamento de dados.
Eles precisam olhar muito distante no universo, e o que acabam estudando nada mais são do que pontos vermelhos de luz que são galáxias extremamente antigas.
A partir dali eles começam a estimar suas propriedades e entender sua evolução.

Mas, em algumas ocasiões, os astrônomos não precisam olhar tão longe assim. Existem determinadas galáxias, chamadas de galáxias relíquias ou galáxias estranhas ou galáxias que não evoluíram, que estão localizadas bem mais perto e permitem um estudo muito mais completo de suas características.
Uma dessas galáxias foi recentemente estudada pelo Hubble.

Créditos: NASA, ESA, e M. Beasley (Instituto de Astrofísica de Canarias)

Essa é a NGC 1277, uma galáxia que praticamente não mudou nada nos últimos 10 bilhões de anos.
A NGC 1277 está localizada no centro do Aglomerado de Galáxias Perseus, a cerca de 240 milhões de anos-luz de distância de nós, o que é como se fosse na nossa vizinhança cósmica.

Pelo facto de estar perto e de ser antiga e quase não ter mudado, essa galáxia oferece a chance dos astrônomos estudarem como eram as coisas no início do universo.
Essa galáxia tem um quarto do tamanho da Via Láctea, mas tem duas vezes mais estrelas.
Os pesquisadores sabem que ela é antiga, pelos seus aglomerados globulares. A maior parte de seus aglomerados globulares são vermelhos, faltando aglomerados azuis, indicando que a galáxia não forma estrelas há muito tempo.

Isso está ligado ao ambiente onde a galáxia está localizada.
A NGC 1277 localiza-se no centro do aglomerado de galáxias Perseus, e está se movendo a alta velocidade. Com isso, ela não se funde com outras galáxias; além de no centro do aglomerado, o gás é muito quente, impedindo a formação de novas estrelas.

Por isso, essa galáxia se mantém praticamente intacta, sendo um excelente laboratório onde os astrônomos podem entender o processo de formação e evolução das galáxias.

Será que o Telescópio James Webb pode ajudar nisso?
Sim! Ele pode ser usado para medir a velocidade dos aglomerados globulares na NGC 1277, e com isso será possível calcular a quantidade de matéria escura existente nas galáxias primordiais.

Fonte: HubbleSite

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Verified by MonsterInsights