Nuvem Molecular em 3D revela processo de formação de estrelas

A faixa negra é a Nebulosa Escura Doodad, um local onde se formam novos planetas e novas estrelas.
Crédito: Flickr /cafuego, CC BY-SA

As estrelas nascem nas grandes nuvens de poeira e gás que existem pelo universo. São as chamadas nuvens moleculares.

Mas o que acontece dentro dessas nuvens?
O que determina, por exemplo, o número de estrelas formadas? E o tipo de estrela que será formada? E como um sistema planetário se forma dentro de uma nuvem dessas? E como esse sistema emerge dessa nuvem?
Essas são questões ainda em aberto na astronomia.

Se os astrônomos continuarem observando essas nuvens em somente 2 dimensões, eles jamais irão entender o que acontece dentro delas.
Para melhor entenderem, é preciso conhecer essas nuvens moleculares em 3 dimensões.
Óbvio que isso é praticamente impossível, mas os astrônomos arrumaram um jeito de contornar esse problema.

Eles descobriram nas nuvens moleculares uma estrutura chamada de estrias, que se formam graças a ondas que atravessam a nuvem molecular.
E através dessas estrias, os astrônomos podem construir uma visão tridimensional de uma nuvem molecular e assim resolver algumas questões.

Para testar isso, eles escolheram uma nuvem molecular conhecida como Musca, que fica no céu do hemisfério sul, perto do Cruzeiro do Sul e que quando observada da Terra, parece um cilindro no céu.
Essa nuvem molecular está circundada por estrias produzidas por ondas de gás e poeira que foram causadas pela vibração da nuvem.
Essas ondas podem ser usadas para identificar as bordas da nuvem molecular.

Aplicando isso e calculando as frequências vistas nas observações da Musca é possível medir pela primeira vez a terceira dimensão da nuvem, além do nosso plano de visão.

Os resultados foram incríveis!
Os astrônomos mostraram que, apesar de a partir da Terra, a Nebulosa da Musca parecer um cilindro, existe uma dimensão escondida que só agora foi revelada: ela é como se fosse um paralelepípedo espacial.
singing cloud

Crédito: Aris Tritsis

A Musca não está formando estrelas atualmente, mas esse conceito aprendido na Musca pode ser aplicado agora a outras nuvens moleculares e essa aplicação pode ser usada para restringir os modelos de formação de estrelas.

Essa é uma área muito interessante da astronomia, uma área de sismologia magnética aplicada a nuvens de gás.

Cada dia, chegamos mais perto para entender por completo o processo de formação de estrelas.

Fonte: Phys.org

1 comentário

  1. A gravidade certamente é a ferramenta principal.

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