Surrogates

Revi recentemente o filme SurrogatesSubstitutos.

No futuro, os humanos vivem em isolamento.
Os Humanos interagem através de uma espécie de realidade virtual “mais real”. Os Humanos reais estão em casa sempre. Em casa, estão sempre ligados à internet, a um jogo do estilo do SimCity, mas mais real, já que é a vida real deles, mas em que o personagem do jogador é um “substituto”: uma espécie de robô – são corpos sintéticos.

Com estes avatars que criamos de nós próprios, podemos ter uma aparência perfeita. Mas sobretudo não nos magoamos nem temos doenças transmissíveis (porque nunca saímos do conforto da nossa casa).
Ou seja, a pessoa real não precisa correr riscos, e pode se tornar quem quiser.

Um agente do FBI é obrigado a deixar a sua casa, e a ir, por ele (real), investigar casos de mortes misteriosas.

Nessa altura, percebe que há humanos que estão contra os substitutos, porque consideram que eles estão a realizar uma invasão de não-humanos.
Consideram que os Humanos deixaram de ser humanos, porque vivem uma vida de mentira, vivem a vida através de máquinas.

O filme tem uma premissa fenomenal.

Até se torna ainda mais espetacular, se especularmos para extraterrestres inteligentes.
Porque será que extraterrestres avançados irão querer explorar o espaço por eles próprios, onde podem morrer de diferentes maneiras?
Se eles são realmente inteligentes, criam e mandam os substitutos nessas missões perigosas para milhares de anos de exploração espacial.

O filme debate alguns temas filosóficos interessantes.
A polícia consegue desligar os substitutos que quiser.
Ora, quem controla isso? Como tem tanto poder? E o que fará com esse poder? Será que vai abusar desse poder, como acontece sempre nos Humanos?
Who watches the watchers?

Muito interessante é a mudança do Dr. Canter.
Ele criou os substitutos. E agora quer destruí-los. Porque os considera uma experiência falhada.
Ou seja, ele criou “vida”. E quer destruir a sua criação, os seus “filhos”…
Lembra-me a história de Deus e dos Humanos, a história do criador com a sua criação.
No filme, ele até diz que quer ver o renascimento da Humanidade, mas sem substitutos…
E o filme acaba, dizendo: “Estamos por nossa conta”. O que me fez lembrar bastante o livre arbítrio…

Infelizmente, apesar de uma premissa fenomenal, o filme esteve muito aquém das expectativas.
Com esta fabulosa premissa, a história poderia ter sido muito melhor e as discussões filosóficas deveriam ter sido muitíssimo melhores.

É um filme que entretém. Isso é positivo.
Mas poderia ter sido um filme muito melhor.

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