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Neste filme, acompanhamos um casal de astronautas numa viagem pelo espaço.

O casal de gémeos Cane e Awan são cientistas e têm capacidades telepáticas.
O casal de gémeos Seth e Ava também são cientistas e têm capacidades telepáticas.

Cane e Ava são selecionados para viajar pelo Universo para o local de origem de uma transmissão/sinal rádio que veio numa sonda parecida com a sonda Voyager. Eles vão em busca da civilização inteligente que enviou a sonda.
Os outros dois, Seth e Awan, ficam no planeta, no controlo de missão, ligados telepaticamente aos respetivos gémeos.

Awan está grávida. Ela morre ao dar à luz. Os bebés também morrem. São sempre gémeos.
Cane fica sem a ligação ao planeta e ao controlo de missão.
Cane sente-se perdido, isolado, e começa a pensar de forma diferente, original, única, não mecânica. Torna-se imprevisível. Começa a tornar-se individual em vez de binário.

Devido a estar diferente, Cane sente-se frustrado. Sente que é um problema para a missão. Sente que não é mais o mesmo, não é como os outros. Já não pertence à raça de binários.
Cane tenta enforcar-se, suicidar-se.
Eva salva-o. E prende-o. Para ele não tentar de novo.

Eles chegam ao planeta que enviou a sonda com o sinal.
O planeta é a Terra. A sonda era a Voyager.
Os nativos do planeta que enviaram a sonda são os Humanos.

Somos vistos como primitivos porque não estamos interligados: não comunicamos telepaticamente uns com os outros. Somos singulares e imprevisíveis.

Cane retira o implante telepático do seu corpo.
Devido a isso, Eva não o consegue sentir. Não sabe onde Cane está nem o que está a pensar.

Eva desce no planeta Terra.
Ela persegue uma humana. Bate-lhe violentamente, matando-a.

Eles devem libertar um vírus no planeta para exterminar toda a vida.
O vírus parece ser fetos humanos…

Mas Eva apaixona-se pelos humanos. E arrepende-se do que ia fazer.
Eva retira o implante.

Cane e Eva não espalham o vírus.
Em vez disso, saem da nave e vão viver entre os humanos…

O filme é uma valente seca, muito parado e chato. Além disso, inclui a ideia pseudo da telepatia.

No entanto, gostei bastante das ideias-chave do filme.
Por exemplo, os filhos são sempre gémeos. A civilização deles está assente numa base binária.
Também gostei do facto de pensarem numa comunicação que não seja tecnológica. Ou seja, não é baseada no rádio mas sim na telepatia, por pensamento. É uma comunicação mais orgânica. É interessante.
No entanto, mostraram que a comunicação telepática é instantânea por todo o Universo, sendo assim muito mais rápida que a luz. Ser instantânea não é realista.
Por outro lado, eles têm implantes na parte de trás do pescoço, o que lhes permite comunicar telepaticamente. Ou seja, baseia-se em tecnologia, em desenvolvimento tecnológico. Não é, assim, telepatia como assumimos, já que contém uma parte tecnológica.

Em grande parte do filme, pensei que os viajantes eram humanos. Mais uma vez, há uma falta de criatividade tremenda quando se imagina seres extraterrestres.

Não entendi porque deveriam libertar um vírus no planeta para exterminar toda a vida. Talvez fossem uma civilização xenófoba, mas em lado nenhum do filme é explicada essa atitude.

Eva, que é extraterrestre, anda pelo planeta normalmente. A gravidade não a afeta. E respira bem na atmosfera terrestre. É uma parvoíce.

E o final é uma treta: eles decidem poupar os Humanos e viverem entre os Humanos, porque assumem que os Humanos são fabulosos…

Assim, o filme que até tinha uma ideia boa (com comunicação que fosse para além da tecnologia rádio), caiu nas mesmas desgraças do geocentrismo psicológico.

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