Armageddon

Adorei o filme Armageddon.

Em termos de entretenimento, é um filme fantástico.

Tem também um excelente humor (quanto baste).

Este é um filme com uma premissa muito semelhante ao filme Deep Impact (Impacto Profundo).

Ambos saíram em 1998, numa altura em que Hollywood apostava neste tipo de histórias, porque “vendiam bem”.
Afinal, o fim do milénio estava perto, e não faltavam profecias dos vigaristas do costume a dizer que o mundo ia acabar.

Alguns meteoros começam a colidir com a Terra, provocando uma enorme devastação.

A NASA descobre que um asteróide do tamanho do Texas (ou da França) vem na direção da Terra.
Este enorme asteróide irá colidir com a Terra daqui a 18 dias. Ele irá acabar com a vida na Terra, ou no mínimo, irá pelo menos exterminar os Humanos – tal como no passado um asteróide exterminou os dinossauros. É um evento que levará à Extinção da Humanidade.

Os meteoros que colidiram previamente com a Terra (meteoritos) são pequenos pedaços que se desprenderam do asteróide e são pedras que foram enviadas para a Terra após o asteróide ter passado pela Cintura de Asteróides.

A NASA tem 18 dias para encontrar uma solução, de modo a impedir a Extinção da Humanidade.

A opção recaiu por fazer explodir bombas nucleares no centro do asteróide, desintegrando-o.
Para isso, é preciso perfurar o asteróide.

Assim, numa plataforma de extração de petróleo, a NASA encontra os maiores especialistas de perfuração em condições extremas e em todos os tipos de terreno.

Esta equipa de amadores, de misfits (desajustados e desequilibrados), serão os astronautas.
Após serem rapidamente treinados para a missão, embarcam na nave espacial.

Após algumas peripécias na Estação Espacial Soviética (MIR), eles seguem para o asteróide.
Pousam no asteróide. Passam por mais algumas peripécias e contratempos enquanto perfuram o asteróide.
Várias pessoas morrem.

Colocam uma ogiva nuclear dentro do asteróide. Detonam essa bomba nuclear.
O asteróide é partido em dois grandes bocados que não atingem a Terra.

Assim, no final, contra todas as probabilidades, a missão é um sucesso.

A introdução do filme é excelente!

O início do filme também é excelente: com a chuva de meteoros a matar astronautas num vaivém espacial e num passeio espacial, e depois a caírem na Terra provocando grandes explosões.


Adorei as imagens espaciais.
São belíssimas.
O filme é visualmente deslumbrante.

Adorei as imagens das explosões.
Os efeitos especiais são fantásticos.

Gostei bastante das imagens espetaculares dos detritos a saírem do asteroide.

Adorei a inclusão no filme da placa de homenagem à tripulação da missão Apollo 1.

Cientificamente, foi excelente terem o asteróide a rodar.

Também foi realista terem o cosmonauta a resolver as coisas aos socos e pontapés, tendo em conta algumas das histórias que se contam em algumas missões espaciais.

A comunicação final entre o pai e a filha é deveras emocionante.

Achei absolutamente desnecessária a história romântica secundária, entre A.J. e Grace.

Cientificamente falando, o filme é mau, já que inclui vários erros.

Um dos erros mais comuns em filmes, é ouvir-se o barulho das explosões no espaço.
As explosões poderiam ver-se mas silenciosamente.

A explosão do vaivém espacial é visualmente apelativa, mas uma chuva de meteoros provocar isso, é demasiado suspeito.

Como sempre, Nova Iorque é o centro do mundo, onde caem inúmeros meteoritos inicialmente.

Não consigo entender porque no filme é decidido que treinar pessoas muito estranhas para serem astronautas é mais fácil do que treinar astronautas para perfurarem um asteróide.

Na Estação Espacial Soviética, o abastecimento de combustível parece ser feito de forma amadora.

Como já explanei neste artigo, fazer explodir asteróides com bombas nucleares é o pior método de todos! Não se salvava a Humanidade!

No filme, é dito que o asteróide é do tamanho do Texas.
No filme, também é dito que têm que perfurar o asteróide para colocar a ogiva nuclear perto do centro do asteróide.
Mas depois, a perfuração é somente de 240 metros – muito longe do centro, ficando quase à superfície do asteróide!

A superfície do asteróide pareceu-me demasiado arenosa.

O final foi extremamente previsível.

A fantástica música do filme – dos Aerosmith – ficou famosa: I Don’t Want to Miss a Thing.

26 comentários

1 ping

Passar directamente para o formulário dos comentários,

    • Dinis Ribeiro on 17/08/2011 at 14:41
    • Responder

    Até existe uma expressão específica (Suspensão de descrença):

    Suspensão de descrença ou “suspensão voluntária da descrença” refere-se à vontade de um leitor ou espectador, de aceitar como verdadeiras as premissas de um trabalho de ficção, mesmo que elas sejam fantásticas, impossíveis ou contraditórias.
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Suspens%C3%A3o_de_descren%C3%A7a

    Em Inglês o texto está mais completo:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Suspension_of_disbelief

    Há fenomenos que serão talvez “ciclícos” ou pendulares, como o comprimentos das saias, que sobe e desce ao longo dos anos, oscilando entre as mini-saias e os vestidos de noite clássicos…

    Trata-se de algo bastante paradoxal:
    List of paradoxes: http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_paradoxes

    Petronius’s paradox: “Moderation in all things, including moderation” (unsourced quotation sometimes attributed to Petronius).

    Lembra-me o filme “All That Jazz” http://en.wikipedia.org/wiki/All_that_jazz
    que tem uma canção “Everything old is new again” http://www.youtube.com/watch?v=147_ZF_jnjw Ver a letra da canção: http://www.smartlyrics.com/Song418583-Peter-Allen-Everything-Old-Is-New-Again-lyrics.aspx

    Isto poderia levar a explorar a natureza do que é uma “novidade”…
    http://en.wikipedia.org/wiki/Novelty

    “Timewave zero” is a numerological formula that purports to calculate the ebb and flow of “novelty”, defined as increase over time in the universe’s interconnectedness, or organized complexity. According to Terence McKenna the universe has a teleological attractor at the end of time… http://en.wikipedia.org/wiki/Novelty_theory

    The novelty effect, in context of psychology, ( http://en.wikipedia.org/wiki/Novelty_effect ) is the tendency for an individual to have the strongest stress response the first time that individual is faced with a potentially threatening experience.

    Over time, as the novelty wears off, the stress response decreases.

    Exemplo histórico:
    http://historiadoriso.com.br/anedotas-piadas/poeta-gozador.html

    Pelo Rocio afora ia Bocage correndo uma tarde de 1795. Como havia rumores de revolta no norte do país, tudo quanto era extraordinário se tornava suspeito.

    Além disso, Bocage ia gritando:

    – Novas! Novas! Há novas!

    Muita gente, na boa fé, seguiu Bocage correndo. Na Rua do Ouro, iam atrás dele mais de quinhentas pessoas.

    Bocage seguiu até ao Terreiro do Paço, e aí subindo a um banco do cais, rodeado de muita gente, pediu silêncio.

    Todos se calaram, para ouvir as “novas”, mas Bocage, mostrando as botas que trazia calçadas disse:

    -Novas, compradinhas agora mesmo.

    🙂

    Citando o link anterior:

    Coleridge coined the phrase in his Biographia Literaria, published in 1817, in the context of the creation and reading of poetry.

    Poetry and fiction involving the supernatural had gone out of fashion to a large extent in the eighteenth century, in part due to the declining belief in witches and other supernatural agents among the educated classes, who embraced the rational approach to the world offered by the new science.

    … if a writer could infuse a “human interest and a semblance of truth” into a fantastic tale, the reader would suspend judgment concerning the implausibility of the narrative…

    Sempre gostei muito destes poemas:
    http://en.wikipedia.org/wiki/The_Rime_of_the_Ancient_Mariner

    Texto completo:
    http://www.online-literature.com/coleridge/646/

    Embora o texto seja “fantástico”, os temas abordados, o simbolismo da morte do albatroz (por exemplo), os diferentes papéis do sol e da lua, são sobre problemas e questões dolorosamente reais…

    The Mariner, whose eye is bright,
    Whose beard with age is hoar,
    Is gone; and now the Wedding-Guest
    Turned from the bridegroom’s door.

    He went like one that hath been stunned,
    And is of sense forlorn:
    A sadder and a wiser man
    He rose the morrow morn

    Uma possível análise:
    He speaks to the idealist in each of us, and makes us poets too.
    http://www.123helpme.com/assets/15846.html

  1. Eu gostei, temos sempre de suspender um pouco do nosso cepticismo para apreciar filmes 😛

  2. Do Armageddon só gostei da banda sonora, não gosto de filmes em que os “bons” morrem no fim…lol
    Por acaso este filme foi mencionado num comentário sobre colisões cósmicas (discovery science), simplesmente pelo absurdo da abordagem do tratamento dado ao asteroide.

      • Ana Guerreiro Pereira on 17/08/2011 at 00:02
      • Responder

      Olha, Marina, nem eu! 😀 Detesto filmes em que os bons morrem no final!! :p por isso detestei o 300! 😀

      É a tal coisa, procuro tudo o q se seja o mais irreal possível e onde reinem as ideias utópicas, finais felizes, esoterismo, magia, etc, etc, etc…

      1. Ana, para responder à tua pergunta… o The Fountain é uma seca. Vi-o uma segunda vez só para ter a certeza de que se havia alguma coisa que eu não tinha compreendido. Cheguei à conclusão que não compreendi o filme e que o meu cérebro não tem pedalada para molhos budistas em árvores-mulher plantadas no Jardim do Éden que se transforma numa bolha espacial. Ou terá sido outra coisa? Caramba, até a falar daquilo me troco todo.

      2. Ah, e eu embirro com filmes em que os bons são 100 por cento bons e os maus 100 por cento maus. Até o Darth Vader começou 100 por cento mau e depois a parte boa foi subindo, subindo até ser 100 por cento bom. Caramba, agora estou outra vez confundido.

        Bem, quanto aos bons/maus: para isso vejo os desenhos animados do Bugs Bunny, divirto-me mais 😛

        • Ana Guerreiro Pereira on 17/08/2011 at 00:30

        Ahahahaha, é mto parado é, mas tem uma lógica 😀 e tive de andar em conversas e foruns para perceber o que me tinha escapado. Afinal até era como eu estava a pensar, eu é q não queria acreditar 😀 LOOL

        Tb não curto personagens todas boazinhas ou todas mázinhas, detesto clichés… mas tb não curto q os mais bonzinhos morram 😛 O 300 faz-me chorar 😛 mas deixa lá q a lista de shindler me fez vomitar. E ando a ler o Pintor de Batalhas q se revelou mto real e cru, sobre atrocidades de guerra… só o vou ler até ao fim pq é do arturo perez reverte… mas deixa uma sensação de….nem sei… desconfortável.

    1. Esses é que são bons 🙂
      Senão, sabe-se logo o fim desde o início 😛

      Por essa razão é que eu estava sempre do lado do Brutus… contra o Popeye 😛

  3. Uau, Carlos, no dia em que discutirmos cinema andamos à batatada de certeza! 🙂
    Não gostei nada desse pastelão pré-fabricado.

      • Ana Guerreiro Pereira on 17/08/2011 at 00:00
      • Responder

      Porrada, porrada, porrada! 😀

      Só gostei de metade do super8 :p E o Fountain, já conseguiste ver? 😀 Qto aos filmes no geral… qto mais filmes e irreais forem, melhor 😛 😀

    1. Marco,

      Sabes que a inveja é um pecado… 😛
      Tu gostavas era de ser o Bruce Willis 😛

      eheheheeh 😀

        • Ana Guerreiro Pereira on 17/08/2011 at 00:05

        o bruce?? pra quê, pra se divorciar da demi e ser careca?? 😛

        se fosse esperto era o ben affleck. Podia beijar a liv tyler. mas para isso e se fosse mesmo, mesmo esperto, era o vigo mortensen… 😛 😀

        • Ana Guerreiro Pereira on 17/08/2011 at 00:08

        Bah o 12 monkeys é mto milhó. E pra filmes de fim de mundo temos sempre o Solar. Acho q é esse o nome… um em q entra o Cillian Murphy (http://www.imdb.com/name/nm0614165/)…não, é Sunshine: http://www.imdb.com/title/tt0448134/ Curti tanto este qto detestei o Solaris 😛 😀

        O Solar é um livro. Que detestei, por acaso… 😛

      1. Ui… li agora que ela se separou:
        http://en.wikipedia.org/wiki/Liv_Tyler#Personal_life

        Qual o nº de telefone dela?
        Tenho que a avisar da próxima Chuva de Estrelas 😛

    • Ana Guerreiro Pereira on 16/08/2011 at 21:57
    • Responder

    Era melhor colocares um aviso no post indicando q os comentários contêm spoilers 😀

    É como eu disse, acima, não gostei da parte respeitante ao ET, mas gostei da parte “goonies” 😀

    • Ana Guerreiro Pereira on 16/08/2011 at 21:55
    • Responder

    Pois, eu achei q era uma boa mistura de goonies e ET com uma má mistura de ET com Goonies 😛

    Ou seja, adorei a magia da parte Goonies, mas não gostei da parte do ET 😛 😛 😛 Rápida demais, e deixa-te uma sensação a pouco… e ficas estilo ké?… hã?… já?… ou seja, rápido demais, pouco explorado em termos de argumento e um pouco totózito… 😛

    Tb tinha uma componente alien.

    De terror não tem nada, Carlos 😀 nem podia 😀

    Mas há de facto imensas semelhanças com os goonies e o ET. E mtos clichés. 😛

  4. Olha, recomendo SUPER8. Me fez lembrar muito dos filmes da minha infância nos anos 80 (Goonies,E.T.). Vale a pena. E você,Carlos? Já assistiu Árvore da vida? É bom?

    1. Pessoalmente não gostei do Super 8… a partir do momento em que a criatura foge 😛 eheheheeh 🙂

      Sobre o filme Árvore da Vida:
      http://www.astropt.org/2011/08/07/a-arvore-da-discordia/

      abraços

  5. Música fantástica a dos Aerosmith?! Curiosamente acho que é uma das coisas deste filme (que pessoalmente não gostei nada) que faz desejar que haja um Armageddon 😛 😛

    1. Bem, gostos não se discutem… mas os meus são melhores LOLLLL 😀
      (just kidding :P)

      O ritmo da música, a voz do Steven Tyler e a cara da Liv Tyler… que combinação! 😀

    2. Para mim esta é uma das melhores músicas do Aerosmith

    • Ana Guerreiro Pereira on 16/08/2011 at 20:45
    • Responder

    Acho q o pessoal gostaria de saber se isto era possível, caso fossemos assim ameaçados 😀

    mandar o Bruce Willis, digo 😀

    Olha, já fui ver o super8 😛 😀

    1. Gostaste do Super 8? 😉
      http://www.astropt.org/2011/01/09/super-8/

      Acho que se poderia enviar alguns pseudos ao encontro do asteróide… 😛
      Já que eles gostam de dizer que vão levar com um asteróide na cabeça, ao menos que façam isso para salvar a Humanidade 😛

        • Ana Guerreiro Pereira on 16/08/2011 at 20:51

        LOL, não queria estar a fazer comentários sobre o super8 para não ser spoiller 😀

  6. Olha que coincidência. Faz poucas horas que uma colega minha do laboratório estava ouvindo a música “I don’t wanna miss a thing” em seu laptop e me fez lembrar do filme, hehehe.

    1. e a Liv Tyler… ai ai 🙂 LOL 🙂

  1. […] de funcionarem como uma prevenção. Mais vale prevenir, com base no conhecimento que temos, do que enviar à última hora o Bruce Willis ao asteróide para nos […]

Responder a Piter Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Verified by MonsterInsights