A Ciência e o filme Interestelar – os acertos e os erros

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O polêmico e inusitado filme Interestelar de Christopher Nolan representa uma inovação na ficção científica. Inquestionavelmente, podemos afirmar que é um dos melhores no gênero produzido nos últimos anos.

Caso você ainda não tenha assistido, não perca o filme. Embora bastante longo (169 minutos), a partir de certo ponto ao longo do filme você não mais sentirá o tempo passar, literalmente…

Alerta! Spoilers a frente!

Ressalto que abaixo há alguns pontos que mostram parte da história, no entanto, dada a complexidade da trama e a ciência embarcada no roteiro, não vejo maiores problemas em revelá-los, pois ajudarão a compreender melhor o desenvolvimento deste intrincado filme.

O filme conta com um elenco superestelar com atores famosos: Matthew McConaugheyAnne HathawayJessica ChastainBill Irwin (TARS), Michael Caine, John Lithgow, Matt Damon e Ellen Burstyn, entre outros. 

Como escreveu o físico Carlos Fiolhais no Publico.pt [ Interstellar: odeia, odeia a luz que começa a morrer  ]:

… é um dos grandes filmes do nosso tempo, um tempo dominado pela ciência mas ensombrado pelos riscos. Para além de estar muito bem realizado (talentosos actores e portentosas naves consumiram um orçamento equivalente ao Euromilhões), a obra de Nolan não é sobre o espaço interestelar mas sim sobre o homem, a parte do Universo que afinal mais nos interessa. É um hino à vida ao enfatizar a luta com a morte que o conhecimento científico permite.

O roteiro é complexo e difícil de sumarizar, então, vamos nos fixar em analisar os pontos positivos e os cenários controversos apresentados no drama. 

Interstellar

Destaques positivos e pontos notáveis 

Seguem a seguir alguns destaques do drama épico de ficção científica Interestelar: 

Nada de aliens: como rarissimamente se vê em ficção científica, em Interestelar não há aliens, monstros ou seres exóticos na história, só humanos. Vimos isso em Gravidade (2013) e Gattaca (1997). Outros exemplos são a série de TV Firefly (2002) e o filme subsequente Serenity (2005) onde a humanidade habita sistemas extrasolares. Os dois últimos, embora não tenham aliens na história, possuem monstros (humanos selvagens), chamados de Reavers. 

TARS em ação

Um dos robôs em ação

Fantásticos Robôs Inteligentes: Os robôs TARS e CASE são desenhados com uma forma geométrica inédita e desempenham papéis decisivos na história, em uma interessante abordagem. TARS e CASE são essenciais à trama e, de alguma forma, lembram o HAL de 2001 Uma Odisseia no Espaço. No entanto, diferentemente de HAL, TARS e CASE têm ótimo senso de humor e Inteligência Artificial altamente colaborativa. A participação dos robôs enriquece fortemente o roteiro. 

Espaçonave Endurance

Espaçonave Endurance

Ida realista a Saturno: Na primeira parte da viagem, o percurso da Endurance até Saturno tem uma duração realista (um tempo de 2 anos) considerando a tecnologia do futuro, 50 anos à frente. O voo aproveita um empurrão gravitacional ao passar por Marte, algo corriqueiro hoje no envio de sondas espaciais ao Sistema Solar Exterior. Por exemplo, a espaçonave robótica Cassini foi lançada em 1997 e levou 7 anos para chegar a Saturno, tendo passado duas vezes por Vênus, uma pela Terra e uma vez por Júpiter para ganhar velocidade pela assistência gravitacional. Embora o filme não diga explicitamente, pode-se especular se a Endurance foi acelerada por seus motores de plasma, durante a jornada até Saturno, para atingir uma velocidade média da ordem de 25 km/s (2 anos para percorrer ~10,5 Unidades Astronômicas) ou se o suporte gravitacional dado apenas pelo rasante em Marte foi suficiente para acelerar consideravelmente a nave, ou ambos. Como comparações temos a Voyager 1, lançada em 1976, a nave espacial mais distante da Terra hoje, que viaja atualmente a 17 km/s. A New Horizons partiu da Terra em 17 de janeiro de 2006 atingindo a velocidade de 16,26 km/s o que representa uma velocidade em relação ao Sol de mais de 45 km/s (a Terra viaja a 30 km/s então somamos a velocidade da Terra e da espaconave lançada). No entanto, o puxão gravitacional do Sol é tão poderoso que quando a New Horizons chegou a Júpiter em 28 de fevereiro de 2007 estava com apenas 19 km/s e ganhou um empurrão de +4 km/s partindo de Júpiter a 23 km/s em relação ao Sol. New Horizons cruzou a órbita de Saturno a 08 de junho de 2008, 2 anos e 5 meses após o lançamento. Assim, o tempo da New Horizons até à órbita de Saturno tem uma ordem de grandeza compatível com o da nave Endurance.

Arquitetura da Endurance: o desenho da espaçonave Endurance se destaca não só pela complexidade da adição de módulos funcionais como também pela simulação da gravidade artificial através da rotação. Veja o projeto no infográfico da Space.com, no final deste artigo.

Relatividade Geral de Einstein: o filme usa e abusa (!) dos conceitos da Teoria da Relatividade Geral. A ação da gravidade na dilatação no tempo é imprescindível para o desenrolar da história. Entender onde a dilatação temporal se aplica na história é fundamental para o entendimento dos eventos do filme. Veja o excelente diagrama abaixo (clique para a versão ampliada, para explorar):

'Timeline' de Interestelar

‘Timeline’ de Interestelar

Buraco Negro em Rotação (Kerr): o filme explora as características da métrica com um buraco negro em rotação (Buraco Negro de Kerr) e as diferenças em relação ao Buraco Negro estático de Schwarzchild com relação ao Horizonte de Eventos e sua função (hipotética) como wormholes (buracos de minhoca). O ‘timeline’ (linha do tempo – acima) do filme ilustra muito bem isso.

Exoplanetas: os três exoplanetas apresentados são realistas: um mundo oceânico (Miller), um mundo de gelo (Mann) e um mundo similar à Terra (Edmund). 

O desenho do Buraco Negro Gargantua é o mais realista já mostrado em algum filme de ficção científica até à data, elogiado e aclamado por todos.

O Buraco Negro supermassivo Gargantua

O Buraco Negro supermassivo Gargantua

Exotsunamis: a existência de ondas supergigantes no exoplaneta oceânico são assustadoras e pertinentes para um exoplaneta tão próximo de um objeto massivo como Gargantua. Trata de uma das sequências mais dramáticas do filme. Sensacional e imperdível! 

Mega Tsunami no mundo de Miller

Mega Tsunami no mundo de Miller

Cilindro de O’Neill: o habitat (Estação de Cooper) em larga escala construído perto de Saturno também é um ponto de destaque no filme. O habitat lembra o cilindro de O’Neill, um habitat espacial proposto pelo físico Gerard Kitchen O’Neill. Um cilindro de O’Neill consiste de dois cilindros bem grandes com rotações opostas, cada um com 8 km de diâmetro e 32 km de comprimento, conectados entre si. A rotação fornece a gravidade artificial nas superfícies internas enquanto o eixo central do habitat é uma região de gravidade zero com equipamentos para o lazer, unidades de produção especiais e laboratórios avançados.

http://eternosaprendizes.com/2009/09/05/infra-estruturas-espaciais-de-larga-escala/

Colônia Espacial – o cilindro de O’Neill – conceito usado em Interestelar.

Pontos controversos e/ou questionáveis

Embora o filme esteja repleto de inconsistências e cenários irreais, como era de se esperar pois é uma história de ficção científica, algumas das situações fora da realidade se sobressaem. Como a proposta do filme era a de tentar seguir a ciência sempre que possível, vamos analisar os problemas encontrados no desenvolvimento da trama. 

Vejamos a seguir: 

1. A história se arrasta demasiadamente no início tentando explicar a razão da ‘Terra estar morrendo’. Mesmo assim, a explicação sobre as causas (os cientistas citam pragas que ‘respiram nitrogênio’) é inconclusiva e não convence ninguém. O que está realmente acontecendo com a Terra é deixado muito vago na história. Esta imposição serve para gerar o senso de urgência para se ‘salvar a população do planeta’. 

http://en.wikipedia.org/wiki/Dust_Bowl

Tempestade de poeira castiga Spearman, Texas, EUA, em 14 de abril de 1935

Observa-se que a tragédia humana em Interestelar faz uma clara referência a um cenário real que aconteceu na década de 1930 por quase 10 anos, chamado de Dust Bowl (taça de pó). O desastre ecológico consistiu de série de tempestades de poeira que surgiram nos EUA e devastaram os residentes das Grandes Planícies (Great Plains), por causas humanas, durante a Grande Depressão, gerando uma onda de fome e miséria. Daí termos no filme os depoimentos autênticos em vídeo de sobreviventes daquela época.

2. O modo como o ex-piloto da NASA Cooper (Matthew McConaughey) entra em contato com os cientistas da missão na base da NASA é forçado demais, implausível. 

Visão da entrada do wormhole (Buraco de Minhoca). Onde está o Buraco Branco?

Visão da entrada do wormhole (Buraco de Minhoca). Onde está o Buraco Branco?

3. O Buraco de Minhoca próximo da órbita de Saturno, onde a Endurance entra, está mal explicado, onde está o ‘buraco branco’ associado a esta anomalia gravitacional? No filme se vê uma pequena anomalia que a Endurance deve se aproximar para viajar para outra galáxia… 

A Endurance entrando no wormhole (Buraco de Minhoca), um lugar tranquilo demais...

A Endurance entrando no wormhole (Buraco de Minhoca), um lugar tranquilo demais…

4. Ao sair do Buraco de Minhoca a espaçonave Endurance chega em uma posição relativamente distante do Buraco Negro Gargantua. Se Gargantua gerou o buraco de minhoca, a Endurance deveria sair perto do Buraco Negro, na região do Horizonte de Eventos e não tão longe deste, um furo de continuidade… 

5. O filme simplesmente desconsidera a radiação extremamente perigosa (Raios-X, principalmente) emitida pela matéria em acreção no Buraco Negro Gartantua. A nave Endurance não tem mecanismos de proteção contra radiação de alta energia para os astronautas. Inclusive, para piorar, o astronauta Romilly fala do seu medo pela falta de proteção da nave, em um dos diálogos do filme. 

6. O filme também despreza a matéria espiralando em volta do Buraco Negro. Quando a nave se aproxima de Gargantua o choque com a matéria do disco em volta do Buraco Negro seria inevitável. O filme desconsidera isso. 

7. Embora o desenho do buraco negro supermassivo Gargantua (100.000.000 de vezes a massa do Sol) seja muito bem elaborado e inédito em filmes, nota-se a falta dos jatos polares (ver abaixo a ilustração) com a matéria ejetada pelos campos magnéticos gerados pelo plasma em rotação no Buraco Negro. Também não se observam interferências entre o violento campo magnético que deveria estar lá atuando e o equipamento elétrico e eletrônico da nave Endurance.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/38/Artist's_rendering_ULAS_J1120%2B0641.jpg

Ilustração do buraco negro supermassivo ULAS J1120+0641, um quasar distante muito brilhante, situado a 13 bilhões de anos-luz, um objeto de quando o Universo ainda era jovem (770 milhões de anos de idade). Repare no violento jato polar de plasma a partir de um dos polos do buraco negro. Estes jatos são comuns em buracos negros, mas, Gargantua não mostra isso…

8. Exoplanetas habitáveis sem luz estelar? Entende-se que a luz que ilumina os três exoplanetas não vem de uma (ou mais) estrela(s) hospedeira(s), mas sim da matéria em acreção de Gargantua. Como já disse acima, a radiação emitida pela matéria em acreção de um buraco negro é extremamente perigosa. Mundos orbitando buracos negros seriam violentamente inóspitos. Não deveriam ser alvos de quaisquer missão exploratória. São mundos sem sóis para alimentá-los… O filme bem poderia agregar uma ou mais estrelas ao Sistema Gargantua sem prejuízo algum ao modelo, fornecendo a energia necessária para iluminar e aquecer os exoplanetas.

9. Os mega tsunamis no mundo de Miller, embora tenham sido uma ótima ideia para apresentar a influência das marés nesse exoplaneta oceânico, sem dúvidas impressionantes, não estão bem modelados: o comprimento das ondas é curto demais para a altura das mesmas. O formato visa aumentar o dramatismo, sacrificando a realidade. O efeito é sensacional, mas irreal. Tsunamis são ondas de largo comprimento, como vemos aqui na Terra.

Um mundo que não deveria estar lá…

10. Aliás, o mundo de Miller é um lugar impossível no Cosmos. Um exoplaneta onde a gravidade é tão poderosa que faz o tempo se dilatar por um fator de 61.000 vezes jamais poderia existir. Qualquer objeto planetário tão próximo de um Buraco Negro seria reduzido a pó pela força das marés gravitacionais [leia sobre o Limite de Roche]. 

11. Paradoxo temporal e o roteiro da história: a ida ao mundo de Miller serve basicamente para que os heróis (Cooper e Amelia) sofram a primeira dilatação temporal (3,4 horas na missão versus ~23 anos na Terra), permitindo a história paralela na Terra evoluir e dar tempo para a Murphy tornar-se uma competente cientista.

Interestelar: cena com Murphy (Jessica Chastain) estudando as equações do Dr. Brand.

Interestelar: cena com Murphy (Jessica Chastain) estudando as equações do Dr. Brand.

12. A ida ao primeiro mundo (Miller) é uma decisão altamente absurda da equipa da missão se considerarmos esse exoplaneta oceânico como opção de futuro habitat terrestre, por causa da proximidade do Buraco Negro (radiação, gravidade, marés, etc) e principalmente pela própria dilatação do tempo em si. Se a missão está ‘correndo contra o tempo’ por que se preocupar em visitar um mundo em que uma hora por lá corresponde a sete anos na Terra? Além disso há o problema da limitação do combustível, somado à mentira dos dados forjados enviados por Mann, acenando que o mundo dele é uma excelente escolha. Considerando isso, o mundo de Mann deveria ter sido o primeiro a ser visitado, no entanto, esta opção não se encaixaria no encadeamento de toda a trama subsequente que está toda interligada (ver timeline).

13. No exoplaneta gelado de Mann se vê estruturas congeladas na altura das nuvens, a espaçonave Ranger até se choca de raspão com uma delas. Embora impressionantes visualmente, tais estruturas de gelo nas alturas não são realistas. Veja na parte de cima da imagem abaixo.

O poster de Interestelar mostra as estruturas congeladas na atmosfera do mundo de Mann.

O poster de Interestelar mostra as estruturas congeladas na atmosfera do mundo de Mann.

14. Ao final do filme encontramos o habitat espacial construído perto do Buraco de Minhoca, em Saturno, provavelmente prevendo uma migração da humanidade através do Buraco de Minhoca. O ponto é que se a humanidade consegue construir um habitat tão sofisticado, qual a razão em si de deixarmos o Sistema Solar? Outro ponto gritante é a luz solar iluminando o habitat. Sabemos que a luz solar é muito fraca por lá, onde há temperaturas da ordem de -179 graus Celsius (em Titã). Habitats espaciais devem ser construídos na altura da órbita terrestre e não tão distantes do Sol, para ter temperaturas amenas similares a da superfície do nosso planeta. 

15. Outro ponto controverso é o próprio título do filme em si inter estelar (separei propositalmente). O Sistema Gargantua não possui estrelas (bem que poderia tê-las, como falei no item 8). Então, o filme não trata propriamente de uma viagem entre sistemas estelares, mas sim da aventura humana com atitudes de extrema bravura, colaboração, perseverança e sobretudo amor.

Dr. Neil deGrasse Tyson levantou alguns pontos, com seu conhecido bom humor e pitadas de ironia, os quais ele chamou de “Mistérios de Interestelar”:

16. Se você pode navegar dentro do Tesseract e tocar em alguns livros, por que simplesmente não escreve uma nota e passa através dele? [Cooper, interagindo dentro do Tesseract]

17. A estrelas [no Universo] superam enormemente em número a quantidade de buracos negros. Então, por que o melhor planeta tipo-Terra é justamente o que orbita um buraco negro? [exobiologia]

18. Quem, no Universo, seria capaz de saber os títulos de seus livros, tocando-os por trás, em uma estante de livros? [Cooper, interagindo dentro do Tesseract]

19. Como um utilitário pode ser dirigido com um pneu furado e vazio sobre uma densa plantação de milho, mais altas que o próprio veículo? [Cooper, perseguindo o drone indiano]

20. Se existem buracos de minhoca (wormholes) entre os planetas, não poderia abrir um deles perto da Terra ao invés de Saturno?

21. Marte (logo ali ao lado de nós) parece um lugar muito mais seguro que os novos planetas os astronautas de Interestelar visitaram…

22. Se você tem seu capacete rachado e mesmo assim continua lutando, o ar do planeta não deve ser tão ruim para você. [Cooper, lutando contra Mann no planeta gelado]

23. Não consigo imaginar um futuro onde escapar da Terra através de um buraco de minhoca seja um plano melhor que simplesmente consertar a Terra.

24. Neste futuro irreal, se ensinam coisas ‘não científicas‘ em classe de ciência… Oops, espere… isso é real hoje…

Há diversos outros pontos questionáveis ao longo do filme, mas deixamos o leitor descobrir por si, a partir das nossas pistas acima. 

Como terminar uma história que começou tão bem?

Para que o enredo tenha um final ao estilo de Hollywood e a família de Cooper se reúna novamente, os autores apelaram fortemente para a ficção… 

A seguir aos episódios dramáticos no mundo gelado de Mann (Matt Damon), o filme toma um rumo onde a lógica racional deixa de funcionar. O filme torna-se pura ficção científica e deixa totalmente de lado a realidade da Natureza, com a viagem pela quinta dimensão no Tesseract e a volta de Cooper e TARS através do buraco de minhoca para o Sistema Solar passando pelo Buraco Negro em rotação de Kerr. 

Não considero isso um problema nem mesmo um ponto questionável para o filme. Afinal, a história tinha que fechar, chegar ao fim. 

Interestelar 2 ?

Embora Nolan tenha afirmado que não pretende filmar uma continuação, o final deixa bem claro que isso é plenamente possível. Cooper parte em viagem pelo buraco de minhoca para se encontrar com Amelia no mundo de Edmund. O filme deixa isso em aberto, como um convite ao desenvolvimento de uma ou mais sequências interessantes. Vamos torcer para que isso aconteça.

Algumas questões que ficaram em aberto, sem resposta 

O que originou o Tesseract (mecanismo de viagem na quinta dimensão) que Cooper usa para interagir com sua filha? 

Porque a anomalia gravitacional (buraco de minhoca) surgiu justamente perto de Saturno em nosso Sistema Solar? 

Como o mundo habitável de Edmund obteve seu oxigênio? Amelia, no final do filme, aparece respirando sem capacete. Há vida por lá, como a conhecemos, gerando o oxigênio necessário para a respiração livre? 

Como os astronautas sobreviveram às radiações perigosas (raios-X e ultravioleta) emanadas pela matéria em acreção no Buraco Negro Gargantua? 

Conclusão

Trata-se de um filme de trama complexa, difícil de compreender se o assistirmos uma só vez. Tanto é que nos EUA a AMC criou o ‘ingresso ilimitado’ que permite ao espectador ver Interestelar tantas vezes quanto desejar por 35 dólares! Se você ainda não o viu, sugerimos que estude com calma o diagrama temporal do filme e leia mais sobre o mesmo, para aproveitar melhor o entretenimento.

Referências para leitura complementar

Interestellar Timeline

Publico.pt: Interstellar: odeia, odeia a luz que começa a morrer

Phil Plait: Interstellar Science – What the movie gets wrong and really wrong about black holes, relativity, plot, and dialogue.

Neil De Grasse Tyson comenta sobre Interestelar

Huffington Post: The Parts Of ‘Interstellar’ Even Neil deGrasse Tyson Didn’t Understand

Space.com: The spaceships of Interestellar explained (infographic) [ ver abaixo ]

._._.

http://www.space.com/27694-interstellar-movie-spaceships-infographic.html

Arquitetura da espaçonave Endurande e seus módulos, com destaque para a nave Ranger e o módulo de pouso (Lander).

77 comentários

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  1. Entre os diversos pontos de discussão do filme, fiquei pensando sobre aquele planeta coberto de água.
    Diversas cenas dessa passagem me fizeram pensar.
    Será que para quem possui uma tecnologia para desenvolver robôs altamente inteligentes, não teriam uma maneira de observar o planeta a uma certa distância e observar que ele era só água e que logo ali não daria certo para a missão? (Na verdade observar planetas e sua superfície é algo comum hoje, então porquê se surpreender tanto só após chegar nele? Acho que teriam como/deveriam ter observado isso antes de partirem com a Ranger)
    Outra coisa, um detalhe bobo: mas ao pousar com a nave nesse planeta, acionam o trem de pouso demonstrando que sabiam que havia um solo próximo a superfície da agua e que logo o nível da água era baixo. Mas como poderiam saber isso? Principalmente quando chegaram no planeta e demonstraram surpresa ao ver só água? Logo parecia que não tinham muita informação de relevo, só de alguns recursos que haviam ali.
    Agora sobre aquela onda gigante:
    Dizem que é formada pela atração da Gargântua. Agora entra minha ignorância quanto ao assunto. Mas por acaso essa atração é devido ao movimento de rotação do planeta, e no ponto mais próximo desse planeta a Gargântua que ocorreria essa atração?
    Se fosse esse caso, não deveria ser uma onda só por dia? Ou uma onda por rotação do planeta?
    Mas no filme, pelo que me lembro, parecia que ocorria a cada hora. Qual seria a explicação para uma onda daquelas a cada hora? A rotação do planeta que dura 1 hora?
    E ainda, como que surgiria uma onda daquelas com tão pouca água, por ser um terreno tão raso?
    E outra pra terminar. Aquela momento em que eles “surfam” na primeira onda com a nave. Fala sério né. O personagem senta na cadeira, nem põe sinto nem nada, e a nave descendo numa onda daquelas e ele no máximo levou uma chacoalhada, rs.
    Enfim, fiquei intrigado com esse planeta “aquático” e queria mesmo entender mais a fundo as explicações de suas cenas, principalmente as justificativas daquelas ondas.
    Abs

    1. “Será que para quem possui uma tecnologia para desenvolver robôs altamente inteligentes, não teriam uma maneira de observar o planeta a uma certa distância e observar que ele era só água e que logo ali não daria certo para a missão?”

      Correto! 😀

      As ondas marítimas nesse planeta funcionam da mesma forma que aqui na Terra devido à atração da Lua (e do Sol).
      As ondas nesse planeta demoram mais, porque o tsunami tem que ganhar força, ou seja, tem que ser “atraída água” para a onda gigante… tal como os tsunamis aqui na Terra 😉

      abraços!

  2. ESta errado na foto. Quem salva Brand no planeta Miller não foi o TARS, mas sim o CASE!!! O Tars tinha ficado na Endurance pois como falou Cooper ” não teremos tempo para macacadas, então o TArs fica.

  3. [ linha retirada por conter palavra ofensiva ]

    Pra mim o filme foi épico, voces tem que parar de ir no cinema assistir um filme achando que é realidade.
    O filme é entretenimento, e pra mim foi o melhor que ja assisti, e vou continuar a assistir ele pelo resto da minha vida. Flw

  4. A escolha do planeta foi obviamente errada e ilógica. Nenhum planeta tão próximo de um buraco negro daquele tamanho sequer existiria, eu acho.
    Como um planeta de água com sol existe em um sistema sem sol?
    Como a nave pousa na água como se fosse em solo firme?
    Como os astronautas andam nesse planeta de água sem afundar? Como se adaptam a uma gravidade 30% maior que a da terra tão fácil?
    Se fosse o caso de ser raso, como teriam ondas tão enormes?
    Como um astronauta sobreviveu sozinho 23 anos, mesmo com hibernações?
    Como ele pesquisou o buraco negro sem informações adicionais, sem sair do lugar, sem comunicar com nada?
    Se a dilatação temporal é só para frente como eles chegaram no planeta quase a mesma hora do astronauta que já havia chegado lá há anos? Eu saio de x no ano 1, chego no y e uma hora depois estou no ano 7 de x mas ainda no 1 de y, aí volto pro x uma hora depois e estou no ano 7. Em que momento exatamente começa a contar o tempo? Ele pára até eu chegar no planeta e ele começa a contar a partir de lá ou ele conta no caminho? Se a gravidade do buraco negro causa essa dilatação temporal enorme como aquele planeta tá ali ainda?
    Como esse planeta não é gelo puro em um sistema sem sol?
    Se eu não me engano a primeira coisa que Cooper vê é saturno, ao acordar. Logo a estação já está perto de Saturno e pronta para entrar no buraco de minhoca. Anos se passaram e a nave que ele rouba deve ser muito mais avançada do que a primeira, mas ainda assim não dá a ele meses de provisão para chegar a Brand. Enfim, são muitos buracos, fora o negro e o de minhoca. Mas ainda sim um ótimo filme.

  5. Muito interessante esse post, gostei muito. Definitivamente há algumas falhas na coesão de alguns acontecimentos ao longo do filme (ótimo filme!) que nos deixam pensando e pensando! Com certeza, foi para adaptação da trama ou para não saturar o filme com muitas lógicas físicas e científicas, já que é um filme de ficção. Mas, sim, argh!, no decorrer da história eu ainda me coço para saber como é que tal coisa poderia ter acontecido!
    De novo, adorei o post!

  6. Marcelo, Fabio e Juliana, no filme fica claro que Cooper pede as informações ao robô TARS enquanto estão na 5° dimensão. Desse modo, quem passa as coordenadas da NASA para Cooper é TARS.

  7. Você já viram o filme e gostaram, não há necessidade de ficar questionando os ocorridos no mesmo.
    Filme Excelente, para mim, atualmente esta sendo o melhor.

  8. Marcelo!!! Até q enfim encontrei alguém com a mesma dúvida q eu!!! Por favor, alguém sabe a resposta? É tão óbvio q não enxergo????

    1. Tenho a mesma dúvida! Não localizei tal explicação em lugar algum.

  9. Eu acho que não existem muito nexo na forma em que ele encontra a NASA no filme.
    Vamos lá, ele tem uma grande aventura, que se incia graças ao fato dele ter encontrado a NASA. Nesta aventura ele viaja em buraco de minhoca, encontra outros mundos e cai em um buraco negro….então ele fica preso em uma dimensão X. Nessa dimensão ele se depara atrás do quarto da filha. Então ele começa a se comunicar com ela. E ai, entra o ponto faz tudo perder o nexo para mim. Em um dado momento, ele se comunica com a filha, mandando as coordenadas em binário de onde fica a base da NASA. Essa informação é interpretada por ele mesmo na terra, que consegue descifrar a mensagem e encontrar a NASA, e ai tudo começa novamente.

    Massss, para mim a grande questão é: Como ele pode descobrir onde fica a base da NASA, momento que dá início a toda viagem, se ele mesmo é o responsável por passar a informação para ele!! Qual foi o momento INICIAL em que ele foi ao espaço? Vocês entendem, não faz sentido, não tem coesão. É como o John Connor, em O Exterminador do Futuro, enviar um amigo do Futuro para proteger a sua mae e esse amigo ‘e o seu PAI!!!!

    Eu realmente gostei de Interstellar, mas esse ponto ai, para mim, foi um “erro” primario.

    1. Isso faz todo o sentido! ou melhor, não faz sentido algum! Isso me parece um ponto muito falho do filme. Para mim perde completamente a coesão de existência temporal. Como o amigo acima disse, QUANDO É O INÍCIO REAL!!?!

  10. AMIGOOO, muito boa sua analize, explica muita coisa, mas voce se enganou em um ponto, sobre o buraco de minhoca

    ”3. O Buraco de Minhoca próximo da órbita de Saturno, onde a Endurance entra, está mal explicado, onde está o ‘buraco branco’ associado a esta anomalia gravitacional? No filme se vê uma pequena anomalia que a Endurance deve se aproximar para viajar para outra galáxia… ”

    Esta parte é muito bem explicada durante diálogos no filme, quando estão pertos de chegar, e cooper não entende o buraco, quando o o cara moreno, explica para ele sobre o desdobramento de espaço-tempo, e que o buraco seria uma esfera. Assim como mostrado na imagem.

  11. Outra coisa, quem está falando que no filme não tem ETs tb está errado. Pq a civilização que criou os teseract são ETs. São seres humanos extra terrestres. 🙂

    1. O Tesseract foi criado por humanos do futuro.

      Não há nenhuma referência a seres alienígenas no filme, nem mesmo no exoplaneta habitável, ao final.

  12. 18. Quem, no Universo, seria capaz de saber os títulos de seus livros, tocando-os por trás, em uma estante de livros? [Cooper, interagindo dentro do Tesserac]

    Essa está errada, quem escreveu isso não entendeu. Ele não escolheu por nome, ele simplesmente contou o numero de livros e escreve em código morse. No filme isso é totalmente claro.

  13. Olá ROCA,
    Sou extremamente intrigante qdo o assunto é cosmos. E vc abortou o tema de forma simples e cientifica.
    Também notei alguns furos, mas o que me deixou com ar de satisfação é que dificilmente vemos um filme que se esforça para cumprir as leis da física. E pelo menos Interestelar se esforçou neste assunto.

    Gostaria de abrir uma discussão com vc referente a sua opinião no assunto:

    Vc acredita que seres de 5º dimensão visitam nosso planeta a milhares de anos ? E que isso ainda ocorre nos tempos de hoje?

    Seriam capazes esses seres de criarem seus próprios “buracos de minhocas” ?

    No filme há menção de que fomos “nós humanos” que criamos o buraco de minhocas que é utilizado por eles. Seria possível estes seres que hoje, navegam em diversas OVNI´s avistados por milhares de pessoas ao redor mundo, seres do futuro ?

    Agradeço sua atenção na leitura deste e-mail.

    Grande abraço!

    1. Não são milhares de OVNIs avistados, nem nada têm a ver com seres extraterrestres ou do futuro, como pode ler nos nossos textos.

      Quanto ao que cada um acredita, isso nada tem de científico, são só crenças pessoais.

      Assim, se você gostou do filme ser científico, neste seu comentário você quer deitar a ciência ao lixo e por isso quer-se distanciar do filme.

      abraços

    2. 5º dimensão?

      Nosso Universo só tem 4 dimensões. Se mais dimensões há, estas são encurvadas e não influenciam por aqui.

      Uma grande qualidade do filme ‘Interestelar’ é simplesmente “não ter ETs”.

      Quanto aos Extraterrestres nos visitando isto é algo para o qual não há evidências. Não há nenhuma prova já descoberta.

      Aliás, nosso Universo tem uma arquitetura que limita a interação entre possíveis civilizações galácticas. A (lenta) velocidade da luz é um fator limitante fortíssimo, aliado as enormes distâncias entre as estrelas. Leia abaixo para entender:

      http://eternosaprendizes.com/2009/08/20/estarao-as-civilizacoes-galacticas-em-ilhas-isoladas-de-um-vasto-oceano-interestelar/

      http://eternosaprendizes.com/2012/03/01/ilhas-no-caminho-das-estrelas/

        • JORGE DE SOUZA on 30/05/2015 at 19:16

        Eu tenho uma prova irrefutavel de que alienigenas nao nos visitam…”meu celular”, ele filma em 4k a melhor definição possivel, e assim como o meu existem milhoes de aparelhos iguais no nosso planeta hoje. Porque só existem imagem antigas e borradas de OVNIS? Ninguem conseguiu filmar um ET ao menos em HD que fosse? E essa alegação absurda de que governos encobririam a existencia deles. Qual o lucro do governo chines ou russo (que são comunistas), em encobrir a existencia de alienigenas? O que lucraria um hindu ? As afirmações são simplismente ridiculas… Acho que esta mais do que na hora de, nos atermos mais a ciencia, e muito menos a fantasias religiosas, e mitos provenientes da nossa imaginação.

      1. Jorge de Souza,

        Deu aqui excelentes argumentos. Só é pena não ser num artigo sobre OVNIs 😉
        Vou-lhe pedir para fazer copy-paste deste seu comentário e também escrever o mesmo, mas num dos nossos artigos sobre OVNIs 😉

        Exemplo:
        http://www.astropt.org/2014/03/16/como-distinguir-ovnis-de-naves-extraterrestres/

        Obrigado!

        • Rafael on 25/07/2015 at 18:59

        Peço desculpas se o tema não é sobre ETs e assuntos similares, mas senti necessidade de responder ao Jorge (e como ele não postou no link sugerido pelo Carlos, eu respondi aqui mesmo).
        Primeiro, não acredito que alienígenas já tenham nos visitado, mas acho importante nos atentarmos a argumentos válidos em relação à isso.
        Se (“SE”) alienígenas tivessem nos avistado, acredito que as imagens que teríamos seriam de fato borradas e inconclusivas. Citar celulares que filmam em 4k é uma tolice. São modelos recentes, caros, comercializados há pouco mais de 1 ano creio. Não acho que milhões de pessoas no mundo tenham esses modelos, mas de qualquer forma, seria uma mísera porcentagem perto da população mundial. Eu tinha há pouco tempo um celular cuja foto era tão ruim, que se tirasse foto de uma pessoa há alguns metros, dependendo de condições de luminosidade, levantaria dúvidas se não era um ET rsrs. Recentemente adquiri um Moto X 2a geração (que possui recurso de 4k). E mesmo assim, com pouca luminosidade, suas imagens são decepcionantes. Então com certeza não seria fácil para um cidadão aleatório no mundo registrar com clareza a imagem de um alienígena/OVNI. (Seja considerado seu celular ruim, seja considerando que ele estivesse nervoso diante dessa eventual situação fantástica)
        Segundo, eu acredito que se algum governo colocasse as mãos em um alienígena, certamente não divulgaria isso.
        Acho que mais do que para não criar pânico na população, esse governo iria querer tentar se comunicar com esse ser, adquirir informação, qualquer coisa que viesse a ser de fato útil e lhe desse uma vantagem. Porque ter o alienígena por si só não valeria nada. Mas estudá-lo e saber o que ele sabe, valeria muito estrategicamente. Se deixasse o mundo saber, haveria uma guerra para ver quem teria direito sobre esse alienígena. Pode ter certeza disso.
        É isso, espero ter colaborado nesse apontamento.
        Quanto ao filme, assisti ontem. Tive dúvidas e achei essa postagem que me ajudou em alguns pontos. Achei o filme demais 🙂
        Abs

      2. Rafael, em que século vive?

        Porque o meu celular tira excelentes imagens. Os dos meus amigos também. Os que vejo nas redes sociais também.
        Se um OVNI com ETs dentro aterrasse aqui ao lado do meu escritório, pode ter a certeza que teria milhares de fotos limpinhas (feitas por milhares de pessoas) a mostrar…

        abraços!

        • Rafael on 29/07/2015 at 00:24

        Carlos, as vezes, quando nos acostumamos com nossa rotina, nosso trabalho, nossos amigos, nossa sociedade, esquecemos da realidade do mundo além do nosso dia a dia.
        http://iq.intel.com/smartphones-arent-everywhere-yet/
        Essa é apenas uma notícia recente que encontrei. Há diversas pesquisas e estatisticas que demonstram o mesmo. Que apesar de estar em constante crescimento o mercado mobile, ainda há muitas pessoas no mundo que nem se quer possuem smartphone, o que dirá de poderem vir a possuir um de “qualidade”. As projeções são de que ainda se venderão mais smartphones de “entrada”, modelos simples com recursos limitados, do que smartphones sofisticados que tirem excelentes fotos.
        Se você possue um bom smartphone, e todos seus amigos também, e todas as fotos que vê no facebook tbm são excelentes, apenas se considere beneficiado por essa ser sua realidade, que é bem acima a do resto do mundo.
        E mesmo assim, apenas reflita: mesmo com um bom celular, que tire boas fotos, (quando alguém está parado, fazendo pose, e a poucos metros), como seria tirar essa foto a dezenas de metros? Com o alvo em movimento e você nervoso?
        No final, por melhor que seja a câmera do smart, a foto ficaria inconclusiva, se seria um ET ou alguém fantasiado.
        Eu não estou defendendo todas as fotos que ja apareceram até hoje, mas apenas estou apresentando uma reflexao, de que se buscam uma razão para questioná-las, não deveria ser focado na qualidade dos smartphones.
        Os números de vendas dos smartphones estão aí, apenas é um fato que se aleatoriamente um alienígena aparecesse em algum lugar do mundo, as probabilidades seriam maiores de que os registros amadores com smartphones fossem de baixa qualidade, do que de alta qualidade.
        É uma estatística global. Não de Nova York ou alguma região com um bom poder aquisitivo.

      3. Rafael,

        Esse argumento poderia ter razão de ser se estivessemos a falar de avistamentos em países pobres ou de fraco poder aquisitivo, como refere.
        Mas nesses países sem celulares bons, também não há avistamentos de OVNis com ETs lá dentro, porque essa é uma criação psicológica e cultural ocidental.

        Em Portugal, por exemplo, há mais celulares que pessoas.
        E nos EUA, na zona de Miami, é onde se veem mais OVNIs. Espero que o seu argumento não seja que em Miami não há ninguém com celulares bons para tirar fotos das dezenas de avistamentos diários… 😉

        abraços!

  14. A análise do André do Ceticismo.net é bem mais cruel. Eu até gostei do filme, pois é um filme, não um doc científico.

    • Francisco Narde on 07/12/2014 at 18:32
    • Responder

    Excelente análise; parabéns.

    Respondendo a 1ª questão do “Algumas questões que ficaram em aberto, sem resposta”: a origem da Quinta Dimensão (Tesseract) é artificial, foi desenvolvida por humanos ultra desenvolvidos do futuro justamente com o propósito de ajudar Cooper em concluir sua missão.

  15. Gostei também da review do Marco Santos, que não gostou do filme 😛
    Além do texto dele, existem alguns comentários muito interessantes 😉

    Adorei a frase final do texto dele 🙂

    http://www.bitaites.org/artes/interstellar-o-hype-foi-epico-o-filme-nem-tanto


    Interstellar: o hype é épico, o filme não

    Preparados para ver o melhor filme de ficção científica desde que mestre Kubrick realizou uma obra-prima do cinema chamada «2001: Odisseia no Espaço»? Sim? Talvez seja melhor pensar duas vezes e baixar um bocadinho as expectativas.

    A Terra está a definhar, cada vez mais estéril e poeirenta, como Marte; a Humanidade, à beira da extinção pela fome. Ainda assim, vá lá, ainda dá para beber umas cervejas e ver um jogo de basebol – nem tudo é mau no fim do mundo.

    Um pai tem de abandonar os filhos menores, embarcar numa missão interestelar, cortar caminho através de um buraco de verme e descobrir novos planetas suscetíveis de sustentar vida humana e salvar a espécie. Segundo o físico interpretado por Michael Caine, «se não podemos salvar a Terra, temos de a abandonar.» Certíssimo, senhor Caine. O mesmo se pode dizer em relação aos filmes: se não há nada que os salve, o melhor é sair da sala. Mas eu fiquei para os efeitos especiais e justificar o preço do bilhete. E este post.

    (…)

    (…) não é pela Ciência que um filme de ficção científica se espalha ao comprido, é pela ausência de um argumento decente. E de personagens credíveis. E de diálogos menos monolíticos.

    (…)

    Quando a cientista – repito: cientista – interpretada por Anne Hathaway sugere que «o amor é um artefacto de uma dimensão superior» e «transcende o Tempo e o Espaço», fiquei à espera que logo a seguir aquela carinha laroca começasse a cantar. Com jeitinho, Interstellar passaria a ser um musical «new age» de um Andrew Lloyd Webber e não um filme de ficção científica.

    (…)

    É como um explorador à procura de descobrir uma mensagem com os indecifráveis segredos do filme para depois, muitos anos depois, chegar ao fim da extenuante aventura e deparar-se com uma mensagem que diz o seguinte: «Não te esqueças de levar o casaco, está frio lá fora». Foi assim que me senti com a «revelação» final da história.

    (…)

    Como é óbvio num filme com um orçamento extraordinário, os efeitos visuais são extraordinários. Numa sequência espacial – infelizmente breve – vemos a nave passando diante de Saturno: fiquei completamente deslumbrado. As sequências no buraco negro e no buraco de verme são outro regalo para os olhos. Os exoplanetas. A onda montanhosa. As nuvens de gelo. Uma acoplagem. Tudo isto é uma maravilha de se ver.

    O personagem mais espirituoso de Interstellar não é humano, mas um robô chamado TARS.

    TARS lembra um monólito com pernas. As características da sua personalidade são programadas em percentagens: 90 por cento de honestidade, 85 por cento de sentido de humor, por aí fora.

    (…)

    Tanta conversa sobre exploração espacial e afinal o filme nunca explora o suficiente: só quer voltar a casa e dizer-nos que o tecido do Espaço-Tempo é o lenço onde secamos as nossas lágrimas. Lamento, Nolan, mas o Universo é enorme e nós não somos assim tão importantes.

    1. Gosto muito de ler os post do Marco, mas acho que neste (talvez deliberadamente) ele exagerou, e as respostas que levou na caixa de comentários, acabaram também elas por serem absurdas!!!

      Tenho acompanhado a discussão da Net, do Interstellar, principalmente nos Fóruns internacionais, e existe uma clara bi-polarização… creio que é tudo uma questão de expectativas:
      – o pessoal da área das ‘letras’ habituado a grandes divagações cinefilias, não percebe nada de ciência… e portanto levou com a Relatividade nas ‘trombas’, e ficaram ‘abananados’!!!
      – algum do pessoal da área das ‘ciências’, foi com expectativas altas de ver um ‘quase’ documentário… e quando no meio da Relatividade, levou um enredo algo lamechas, que apela ao sentimento, ficaram ‘enraivecidos’ (o Marco por exemplo!!!)…

      Existe uma ‘terceira via’: que são os fanáticos religiosos/Criacionistas Americanos que foram gozados neste Filme (principalmente no 1.º acto), e portanto reagiram mal!!!

      Depois existe a forma como o Nolan gosta de contar as suas Histórias: raramente aquilo que parece é…!!! E quem ficou com o pé atrás com alguma coisa (como o Marco) no início, não se deu ao trabalho, de ler nas entre-linhas!!!

      O Filme é claramente um manifesto a favor da Exploração Espacial, tenta retomar o espírito que se viveu na corrida ao Espaço, durante a Guerra Fria… quem cresceu nos anos 70, ou 80 sabe do que eu estou a falar. Aliás a mensagem é mesmo essa no Fim, com o Wormhole fechado… não há atalhos, temos mesmo quer percorrer as grandes distâncias… A mensagem, não é mudar tudo para outro Planeta, e ficar lá ‘acampado’, o mote é continuar a exploração, procurar sempre a nova fronteira…

      No meio disto tudo, o Nolan conseguiu ‘enrolar’ as ligações sentimentais: pai/filha ; namorada/namorado e até indivíduos/espécie… O que num Filme é perfeitamente legitimo, aliás se alguém merece alguma tolerância é o Nolan, porque pelo menos ele tentou colocar Ciência Real, no meio de um Blockbuster, enquanto os outros preferem Fantasia pura e dura…

      Sobre os supostos erros científicos, existem alguns, todos perfeitamente aceitáveis, tendo em conta a necessidade dramatizar uma História… nos fundamentos, bate tudo certo… Mesmo na parte mais especulativa: após o Event Horizon. Onde ninguém sabe o que acontece!!! Existe base na Física Teórica para ter seguido aquele caminho…

      O outro grande problema do Interstlellar (deste o Marco está ilibado!!!), é iliteracia cientifica da grande maioria da população. Acreditam muito mais facilmente, num qualquer Filme de Magia, Zombies, Fantasmas, Religioso… etc… do que num Filme que tem conceitos científicos válidos.
      Mesmo para quem não gosta, existe um grande vencedor do Interstellar: a Relatividade. Uma coisa é ouvir na escola um professor a falar da Relatividade, outra coisa é levar com a Relatividade na ‘cara’ como acontece no Filme… Uma imagem vale mais do que mil palavras!!!

      Na 2.ª vez que vi o Interstellar estas últimas semanas, ao sair da Sala, no corredor, ouvi uma conversa interessante, um casal de namorados, discutia:
      Ele: eu sou mais terra-a-terra, estava à espera de outra coisa… estas coisas não são para mim!!!
      Ela: não te preocupes, isto é tudo fantasia!!!

      Abraços

  16. Ainda não vi o filme, mas do que fui lendo, sobretudo ao ler o artigo do Plait, fico com a ideia que: excelente trilha sonora e péssima história (péssimos diálogos).

    1. Alguns diálogos realmente são fracos mesmo, Carlos. 😉

    2. Não viste o Interstellar?!
      Isso devia dar ‘despedimento com justa causa’!!!

      Já vi duas vezes (à 2.ª ainda gostei mais…), e se calhar ainda vou à 3.ª!!!

      https://www.youtube.com/watch?v=GoNejagaoVs

      https://www.youtube.com/watch?v=l7tV7v71k-I

      https://www.youtube.com/watch?v=ce24uorjGj0

      https://www.youtube.com/watch?v=0fWuP12dpdc

      https://www.youtube.com/watch?v=lTv3td5iR74

      https://www.youtube.com/watch?v=g2Z_M0_dJhY

      https://www.youtube.com/watch?v=qhW1HfSuPVQ

      Abraços

      1. Excelentes vídeos 🙂

  17. Boa analise.

    Um reparo:
    Quando o filme acabou ficou a dúvida, durante vários dias o tema foi discutido, mas o Johnathan Nolan (co-argumentista) esclareceu finalmente: O Wormhole fechou, após o Cooper ter sido ‘devolvido’ a Júpiter!!!

    Existem várias “deception’s” durante o Filme (é uma das especialidades do Nolan), mas a maior está no objectivo dos “They”!!! Quando abriram o Wormhole, a leitura que se fez na NASA, foi errada. O objectivo do Wormhole não era levar a Humanidade a descobrir uma Nova Terra (com certeza que haveria outros locais mais ‘agradáveis’ longe de Buracos Negros e Estrelas de Neutrões), o objectivo era dar a conhecer ao Homem os dados quânticos que permitiu desvendar os segredos da Gravidade!!!
    Enquanto no 2001 o Monólito estava na Lua, no Interstellar o ‘monólito’ estava para lá do Event Horizon de um Buraco Negro.
    Com a Missão ‘cumprida’, não havia necessidade de manter o Wormhole aberto, a Humanidade estava salva… o destino da Brand é secundário…

    Pelo que percebi das entrevistas dos Nolan, no argumento original estava bem claro que o Wormhole fecharia, mas o Cris Nolan terá decidido, não mostrar no Filme, deixando assim outra ponta solta, mas que agora foi confirmado pelo Irmão…!!!

    Abraços

    1. Devolvido à Júpiter? Não era Saturno? Eu assisti o filme mas não li todas as críticas ou extras. Não dá para adivinhar!

      Se o wormhole fechou, como Cooper saiu para se encontrar com Amelia Brand no planeta parecido com a Terra? E mais, como Amelia vai cuidar de 9.000 bebês de proveta sozinha?

      Ao que parece existe uma ‘agenda secreta’ extra filme para deixar todos especulando sobre o mesmo…

      \o/

        • abidos on 26/11/2014 at 01:20

        É claro que foi Saturno… só me enganei por algum milhões de quilómetros, nada de especial!!!

        O Wormhole fechou, confirmado pelo co-argumentista Johnathan Nolan.
        http://www.ign.com/articles/2014/11/08/jonathan-nolan-interstellar-spoilers

        O que faz todo o sentido, pois com o Wormhole aberto, eles já teriam enviado uma Missão ao Red Planet, não seria necessário o Cooper ‘roubar’ um Ranger. E repito com o Objectivo cumprido, com a Humanidade na posse dos dados para as equações, seria completamente desnecessário manter o Wormhole aberto, algo que obrigava a ‘despender’ quantidades gigantescas de energia…

        A ‘fuga’ do Cooper é realmente estranha (creio que foi um acção deliberada do Nolan, para confundir…!!!), podemos interpretar que o ‘amor’ mais uma vez , iria-o guiar!!! Mas uma viagem Inter-Galáctica, sem o Wormhole, seria muitíssimo complicada, concordo… a não ser que a Nova Tecnologia adquirida com os dados da Singularidade, tivesse criado uma nova forma de viajar no Espaço…

        Sobre a colónia, a Brand explicou no Filme: neste caso ela criaria 10 ‘filhos’, e depois cada um, criaria mais 10, e assim sucessivamente…

        O Nolan nos seus Filmes gosta sempre de deixar alguns momentos com interpretação livre… cada um, poderá ter a sua própria leitura, não se trata de agenda secreta… e sim, é uma excelente estratégia de marketing!!!

        Ainda sobre os ‘abusos’ científicos, que foram cometidos a favor da dramatização do enredo, outra coisa que não faz sentido (cientificamente) é a comunicação, no Wormhole, funcionar somente num sentido (onde eles até recebiam os vídeos com boa resolução), e depois ao contrário, só recebiam alguns ‘ping’s binários anuais’!!! Mesmo se isso fosse verdade, podiam ter criado um sistema tipo ‘message in the bottle’ com sondas não tripuladas, nos dois lados do Wormhole, transmitindo informações…!!!

        Ainda existe a cena da impossível acoplagem,.. sendo que a rotação do Endurance, após o acidente, com o centro de massa desviado, seria mais caótica do que eles representaram!!!

        Pessoalmente, não tenho qualquer problema com estas liberdades artísticas, até porque este Filme fez para merecer alguma tolerância…!!!

        Abraços

        • JORGE DE SOUZA on 30/05/2015 at 18:53

        Gente o buraco de minhoca ficou aberto, sim, o objetivo era salvar a terra e prover recursos, (lembrem-se eles so tinham milho). Como poderiam construir uma nave espacial de um tamanho consideravel para enviar outros atraves do whormhole, (o que abre outro precedente que tipo de combustivel foi usado?) ate o planeta de edmund?

  18. Assisti o filme ontem, 23.11.14 e estava meio no ar com algumas interrogações. Agradeço seu artigo, pois ajuda e muito a pesquisar para melhor conhecer sobre o sistema. Umas das minhas interrogações foram a gravidade, a falta do oxigênio, Amélia sem capacete, um pouco exagerado. Achei sensacional o “Tsunami”.
    Pretendo assistir novamente e ver os detalhes que escaparam. Quem sabe preparar-me para Interstellar 2

    • Jérémy Silvares on 24/11/2014 at 17:07
    • Responder

    Gostei do post!

    Uma coisa é certa, o filme é excelente 🙂

    O facto de não serem extraterrestres mas sim “humanos do futuro” a terem construído o Buraco de Minhoca é uma excelente ideia. Os planetas são bonitos, e o buraco negro é fantástico.

    Agora sim, houve erros, o Neil deGrasse Tyson apontou alguns, tal como o facto de ele não ser esticado pelo Buraco Negro depois de passar a singularidade, ou o facto de não haver uma Estrela para iluminar os planetas.

    Espero bem ver mais filmes assim no futuro 🙂

    1. De fato, reforçando o que você falou, um dos pontos mais notáveis do filme é a ausência de seres alienígenas, monstros ou criaturas exóticas.

      No entanto, no final do filme, fica “em aberto”, como é que Amélia consegue respirar sem capacete no mundo habitável de Edmund. Sabemos que para ter oxigênio livre a presença de seres que fazem a fotossíntese é fundamental. De onde viria o oxigênio por lá? Que processos químicos estariam envolvidos… Isso é alvo para uma continuação da saga…

        • Rogério on 21/06/2015 at 05:16

        Não sei a intenção de Nolan, todavia os pontos abertos no filme é o que faz ele ser mais interessante ainda, agrega a produção, nos faz imaginar, pensar sobre as situações abertas. É como a filosofia clássica, na qual é fomentada por questionamentos e não por respostas (sendo elas o impulso para novas perguntas).
        O filme não só se destaca pelo aspecto visual e trama, mas os diálogos, nossa, são sensacionais. Algo raríssimo em filmes atuais, fazendo-me lembrar da série Planeta dos Macacos (1968), os filmes.
        Quanto ao artigo, foi sensacional, algo lúcido, escrito com uma paixão quase que contida, tornando a leitura suave e instigante.
        Enfim, ver Interestelar é algo que instiga olhar para o céu e sentir nossa insignificância dentro do macro e do micro.

    2. 1- O wormhole foi criado por “humanos do futuro”;

      2 – A humanidade só sobreviveu graças ao wormhole criado pelos “humanos do futuro”.

      Pergunta: Como a humanidade sobreviveu até o futuro longínquo, onde foi capaz de criar o wormhole, se ela só não foi extinta graças à intervenção da própria humanidade do futuro?

      A humanidade sobreviveu e evoluiu durante eras, para conseguir desenvolver tecnologia suficiente para poder voltar no tempo e se salvar de um extinção que não existiu. Visto que, se tivesse havido extinção, a humanidade não chegaria ao futuro.

      Tenho cãibras no cérebro.

        • SARACURA on 19/05/2015 at 04:48

        Os sobreviventes do futuro estão com a Dr. “Brend”. E com certeza aconteceu algo lá na frente que precisou ser corrigido no decorrer do filme, ou, algo que ainda irá acontecer em futuros filmes da saga…

    3. De fato um filme impressionante, mas ainda não me superou Donnie Darko.

  1. […] do que não percebi e do que não gostei), por favor leiam as análises do Carlos Fiolhais, do Ricardo Amarante, e do Marco Santos. São excelentes análises, que apesar de muito diferentes entre si, para mim […]

  2. […] prequela (o que se passou antes, com uma missão anterior para procurar planetas habitáveis) do filme Interestelar, em banda desenhada. A história de 7 páginas, chama-se Absolute Zero, e tem por personagens […]

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