O olho brilhante de Bansi

A astronauta Samantha Cristoforetti publicou ontem no Twitter uma imagem surreal do olho de uma tempestade tropical iluminado pelo intenso brilho de um relâmpago.

olho_tempestade_Bansi_Terra_SamanthaCristoforetti_ISS_140115O olho da tempestade Bansi, numa imagem captada a partir da Estação Espacial Internacional, a 14 de janeiro de 2015.
Crédito: Samantha Cristoforetti (ESA).

A imagem foi captada a partir da Estação Espacial Internacional, a cerca de 407 km de altitude, e mostra o centro do ciclone tropical Bansi, uma violenta tempestade que, na semana passada, fustigou a região sudoeste do Oceano Índico, a poucas centenas de quilómetros da ilha Maurícia. O brilho do relâmpago revela a impressionante estrutura tridimensional do olho do ciclone – uma lacuna no denso manto de nuvens, com dezenas de quilómetros de diâmetro.

tempestade_Bansi_Terra_SamanthaCristoforetti_ISS_140115A tempestade Bansi vista da Estação Espacial Internacional, a 14 de janeiro de 2015. A imagem revela ainda uma estreita linha esverdeada cerca de 100 km acima da superfície terrestre – um fenómeno de quimioluminescência provocado pela recombinação química de átomos e moléculas de oxigénio e azoto fotoionizados durante o dia pela luz solar.
Crédito: Samantha Cristoforetti (ESA).

Bansi tem estado a perder força nos últimos dias, e já não exibe uma estrutura tão simétrica e um olho bem definido. Neste momento, a tempestade move-se para sudeste, em direção a águas mais frias, pelo que deverá dissipar-se por completo durante a próxima semana.

2 comentários

    • Dinis Ribeiro on 19/01/2015 at 12:58
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    A imagem é muito bonita e interessante, o(s) relâmpago(s) lembram o sol, e o olho da tempestade iluminado lembra a terra, com as zonas sem nuvens semelhantes aos continentes…

    O “crescente” esverdeado é impressionante. O clarão do relâmpago lembra as explosões nucleares vistas a partir da órbita terrestre, que ocorrem no final de um dos filmes da série Terminator.

    Será que o comprimento de onda da radiação electromagnética da ” quimioluminescência provocado pela recombinação química de átomos e moléculas de oxigénio e azoto fotoionizados durante o dia pela luz solar” é semelhante (em nanómetros) ao que é causado pela “filtragem” da luz que ocorre ao pôr do sol e que causa o (conhecido?) Raio Verde?

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Le_rayon_vert / http://en.wikipedia.org/wiki/The_Green_Ray
    http://en.wikipedia.org/wiki/Green_flash / http://pt.wikipedia.org/wiki/Brilho_verde

    Já alguém que seja leitor(a) do astropt viu este “Green Flash”?

    Do not assume when the horizon is cloudy that a green flash will not be seen. Sometimes a rare cloud-top flash can occur as the sun sinks behind a distant cloud bank. They are not fully understood but might be a type of mock-mirage flash produced by an inversion layer overlaying the clouds. We need more observations and associated weather data to understand them better. http://www.atoptics.co.uk/atoptics/gf35.htm

    Depois de ver aqui: http://www.astropt.org/2013/07/10/fenomenos-airglow-e-gravity-waves-captados-pelo-astrofotografo-miguel-claro-na-reserva-dark-sky-alqueva/

    Encontrei isto: “atomic oxygen emissions occur at three distinct wavelengths located at 508 nm (green)” neste link: http://www.britannica.com/EBchecked/topic/10997/airglow

    E qual será o comprimento de onda do verde dos “raios verdes”?

    Quanto ao “olho do Furacão” tenho alguns comentários:

    Um diagrama que mostra a variação do vento:
    http://ww2010.atmos.uiuc.edu/(Gh)/guides/mtr/hurr/stages/cane/pswd.rxml

    Gosto desta imagem didática em 3D:
    http://www.windows2universe.org/earth/Atmosphere/hurricane/eye.html

    Este tipo de decoração pintada numa aeronave ilustra a colaboração internacional:
    http://www.noaa.gov/features/03_protecting/hurricanehunterstory_2012.html
    http://www.noaa.gov/features/03_protecting/images/hurricanehunter3.jpg

    E lembra um pouco esta outra “expressão artística” que foi utilizada no passado:
    http://s1022.photobucket.com/user/Frederick_White/media/bomber1_zps0e6a13fd.jpg.html
    http://www.ww2f.com/topic/49606-questions-about-bomber-nose-art/

    “Voando” um pouco mais acima, há dois satélites cuja existência está relativamente pouco divulgada::

    1) http://en.wikipedia.org/wiki/Tropical_Rainfall_Measuring_Mission

    2) http://en.wikipedia.org/wiki/Global_Precipitation_Measurement

    O mais recente deles é actualmente usado no estudo dos “olhos do furacão”:
    http://svs.gsfc.nasa.gov/cgi-bin/details.cgi?aid=4248

    Sugiro uma boa vista de olhos a esta “temperature anomaly” que ocorrerá entre os 10 e os 12 km alinhada com o centro do olho: http://earthobservatory.nasa.gov/Features/HurricaneHeart/heart_2.php

    A propagação de energia através da nossa atmosfera é algo que poderá ser objecto de inúmeros estudos… e muitos deles poderão ocorrer por cima do Oceano Atlântico sobre o mar alto…

    Typically the weather we experience on the ground is considered to be a separate phenomenon from the weather that goes on higher up in the atmosphere, in the area known as the mesosphere. The sprites show, however, that some fundamental science connects these two regions, opening interesting physics questions about the interchange of energy between them.
    http://www.nasa.gov/mission_pages/sunearth/news/seeing-sprites.html

    Vejo que este tema dos Sprites já foi abordado aqui no astropt, mas talvez dum modo relativamente superficial e sobretudo mais no âmbito de explicar algumas das observações de UFO’s / OVNI’s… se bem que penso que a duração extremamente rápida seja uma ordem de magnitude inferior a longas “fracções de segundo” em vários casos…

    Encontrei 9 resultados na procura para a palavra-chave: sprites
    http://www.astropt.org/?s=sprites

    http://www.astropt.org/2013/08/30/sprites-ou-ufos/

    http://www.astropt.org/2009/08/18/sprites/

    http://www.astropt.org/2014/07/22/sprite/

    http://www.astropt.org/2013/07/26/aurora-e-sprite/

  1. Esta última fotografia está fantástica.

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