2012 – Fim do Mundo

Dec2012


Toda a Verdade!
2012 está à porta.
Como é normal, os profetas da desgraça, que a cada 10 anos aparecem com uma nova data de fim do mundo (e que se enganam sempre!), já estão a esfregar as mãos de contentes com o dinheiro que vão fazer com novas datas alarmistas.
Sim! Porque há sempre quem, movidos pela fé e contra todas as evidências (científicas e não só), continue a acreditar no Pai Natal.
Livros não faltam! Livros cheios de mentiras e especulações sem sentido, que são postos à venda só para os “vendedores de banha de cobra” fazerem dinheiro com os crentes pouco inteligentes que compram estes livros. Mesmo o Daniken, que já confirmou que é indiferente à verdade e que só escreve histórias fantasiosas para fazer dinheiro, já escreveu sobre este tema. E o Sitchin é o seu aprendiz.
Este livro é um desses exemplos.
Será que as pessoas têm a memória assim tão curta que nem se lembram do alarmadas que andavam com o ano 1997 e depois com o ano 1999 e depois com o ano 2000?
(e razões não faltavam: desde as pirâmides do Egipto, passando pelas profecias do Nostradamus, por um asteróide em rota de colisão, por um ciclo solar estranho, pelo vírus informático, e acabando nos profetas de quintal existentes em todo o lado)
E, apesar disso tudo, continuamos aqui…
Os Humanos têm a incrível mania de não aprenderem com os erros passados. Num período de 15 anos, ficam histéricos 7 vezes porque pensam que vai ser o fim do mundo!! Mas aprendem alguma coisa?
Não! Continuam a pensar que “o próximo é que é”. Enfim…

Vejam este excelente gráfico que contrasta as crenças dos crentes com as razões dos cépticos.
E em português:

Leiam aqui 63 profecias disparatadas relacionadas com afirmações de término do mundo. São religiosas e científicas (algumas até astronómicas).
E aqui mais algumas.
Existe um fascínio especial pelos final dos tempos. As pessoas gostam de acreditar que o mundo vai acabar durante a vida delas, porque isso tornará a era em que vivem como a mais especial de sempre, tornará a sua vida relevante, e isso torna-as especiais, porque vão poder presenciar esse evento único.
Psicologicamente é apelativo pensarem estar no mais importante tempo de sempre: é um geocentrismo psicológico ligado ao tempo.
E na ciência isto por vezes também acontece!
Um exemplo é o livro “The End Of Science” do John Horgan, que de uma maneira quase científica (os mais incautos caem) explica detalhadamente o fim de quase todas as ciências; e para ele, esse fim está muito perto.
Faz-me lembrar a mítica (e falsa) frase do Charles Duell, chefe de um escritório de patentes, que em 1899 disse que tudo o que poderia ter sido inventado já tinha sido inventado e que por isso não havia necessidade para um escritório de patentes. Ou a frase de Simon Newcomb, astrónomo e matemático, que no século 19 disse que na altura se estava no limite do conhecimento astronómico – tudo o que havia para saber já se sabia. Ambos estavam redondamente enganados! Mas por aqui se vê o fascínio pelos limites, pela solução final das coisas.

Existe psicologicamente também uma aversão à mudança.
Quer-se manter o mundo como está e não haver mudanças.
Mas isto não faz sentido!
A mudança é a única constante que existe na vida. A mudança é normal, sempre existiu, e sempre existirá. A mudança é inerente à vida.
Não há nada para ter medo ou para prever. É algo normal, obrigatório, e que faz parte da vida.
Ter medo da mudança ou prever mudança é, mal comparando, como ter medo de morangos ou prever morangos. Eles existem, ponto final. Dar misticismos ou prever calamidades baseadas nos morangos é que é errado.

Mudanças/Transformações existem sempre! Mas isso pode-se dizer para qualquer ano.
Se os Maias tivessem previsto um cataclismo para 2003, vinham os crentes dizer que eles tinham previsto o começo da guerra no Iraque.
Se os Maias tivessem previsto para 2001, vinham os crentes dizer que eles tinham previsto a queda das torres em NY.
Se os Maias tivessem previsto para 1989, vinham os crentes dizer que eles tinham previsto a queda do Muro de Berlim.
Se os Maias tivessem previsto para 1986, vinham os crentes dizer que eles tinham previsto o cometa Halley nos céus.
etc, etc, etc.

Este post é sobre esses alarmismos infundados ligados às previsões catastróficas de mudança. Este post não é contra a mudança! Essa existe! Este post é contra os alarmismos sem sentido, baseados em histerias ridículas, ignorância, misticismos inventados, e puras mentiras.

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Sobre a Profecia Maia:

Leiam este artigo que escrevi sobre a Profecia Maia e 2012.
Oiçam a minha entrevista na TSF sobre este assunto.

A Wikipedia fala deste assunto, aqui.
A CNN também tem este artigo sobre este mesmo assunto.
O Ian O’Neill escreveu um artigo aqui sobre o mesmo assunto.
Leiam também este artigo.
Conclusão: não vão morrer em 2012 devido à Profecia Maia!

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Os próprios Maias não davam qualquer mística especial a essa data.
É o mesmo que nós de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro. Faz-se festas. Deita-se o ano velho para trás e faz-se projectos para um novo futuro.
Mas em termos concretos (físico, cósmico) nada muda.
É uma celebração de fim de ciclo de calendário. É só. Como nós fazemos todos os anos.

Aliás, os Maias têm inscrições sobre coisas que podem acontecer depois de 2012!
Como diz a Wikipedia: “A monument commemorating the ascension of the king Pakal the Great connects his coronation with events as much as 4000 years after, indicating that those scribes did not believe the world would end on 13.0.0.0.0”. Ou seja, no mínimo existem inscrições dos Maias até ao ano 6000 no nosso calendário!!
Isto deveria provar para quem acredita nos Maias, que o mundo não vai acabar em 2012!

Mas para os Maias isso era só um calendário. Nada mais. É certo que eles tinham mais mitos que nós, mas ninguém no século XXI acredita que os relâmpagos são feitos por deuses, pois não?

O calendário Maia era semelhante ao nosso calendário, no sentido que era um ciclo, e não me parece que a cada fim de ciclo (ano) o nosso mundo acabe!
Além disso, eles eram óptimos observadores mas nada percebiam de astronomia. Para eles, o Sol e Vénus eram deuses.

Ciclos existem em todas as civilizações. Na nossa civilização, o dia 31 de Dezembro é o culminar de um ciclo. E não é por isso que o mundo acaba todos os anos e começa um novo mundo no dia 1 de Janeiro! Da mesma forma que não acabou no ano 2000 (para grande desconsolo de muitos seguidores de “profecias terríveis”).
Da mesma forma, os Maias também tinham um ciclo, e, tal como no nosso, a seguir ao dia 21 de Dezembro (último dia para eles), virá o 22 de Dezembro (primeiro dia para eles).
É irracional fantasiar-se que um simples ciclo contém “conotações secretas”.

O calendário Maia é um calendário como o nosso. Há dias em que acaba e no dia seguinte recomeça um novo ciclo.
O nosso calendário acaba a 31 de Dezebro e recomeça a 1 de Janeiro. E também lhe damos um significado especial: que recomeça uma “nova vida”, fazem-se planos para mudar, etc.
Mas o calendário é só uma convenção humana!
Na prática, em termos cósmicos, nada há de especial.

Da Wikipedia:
“December 21 – The Mesoamerican Long Count calendar, notably used by the pre-Columbian Maya civilization among others, completes a “great cycle” of thirteen b’ak’tuns (periods of 144,000 days each) since the mythical Creation date of the calendar’s current era. On this day the Long Count date at creation – written 13.0.0.0.0 in modern notation, equivalent to August 11, 3114 BC in the proleptic Gregorian calendar – is repeated for the first time in a span of a little over 5,125 solar years. The completion of this cycle and the repetition of the previous Creation’s Long Count ending date have been central to various 2012 doomsday predictions since the 1960s. Academic researchers have not concluded that the ancient Maya themselves attached similar significance to this point in time.”
Era um simples calendário. Ler também aqui, aqui, e aqui.

Além de que vários historiadores dizem que o ciclo longo dos Maias não tinha 13, mas sim 20 bak’tuns: “At Palenque, evidence suggests that the priest timekeepers believed the cycle would end after 20 b’ak’tuns, rather than 13.”

Aliás, foi encontrado um calendário maia que mostra que os “13 ciclos” foram uma manipulação posterior, e não original dos Maias.

E uma inscrição Maia recentemente descoberta mostra que “data de fim-do-mundo” é uma inscrição política de propaganda. nada mais.
Até porque os Maias referiam-se ao calendário para transmitir uma ideia de continuidade, de estabilidade. Os Maias não previram qualquer apocalipse porque, ao contrário da civilização ocidental actual, os Maias procuravam uma garantia de que nada iria mudar. Eles tinham uma forma de pensar completamente diferente da nossa.

E o Planeta Nibiru?
Como podem ler aqui, podem dormir descansados.

E o Sol?
Com o seu ciclo solar meio estranho actualmente, o pico deverá ser em 2012, levando a um aumento da actividade solar, e com uma possível “solar flare” a levar a Terra a um “armageddon” de calor como prediz a Bíblia? Como podem ler aqui, também não há quaisquer evidências que isto possa acontecer, e muito menos em 2012!
E o aumento de fluxo solar? Isso são os normais ciclos solares que acontecem há milhares de milhões de anos – nada de especial também aqui. E segundo os últimos dados, o próximo pico nem será em 2012.
O próximo pico solar será em 2013 e será fraco!

E a passagem pelo equador/plano galáctico?
O Sol demora cerca de 240 milhões de anos a orbitar a Galáxia.
A órbita não é rectilínea (tal como a órbita da Terra ao redor do Sol também não é – nada é rectilíneo).
Por isso, por vezes vai mais acima e outras vezes mais abaixo.

galaxy_radiation

O Sol, em cada órbita, “bate no topo”, oscila, cerca de 2.7 vezes.
Como o Sol leva os planetas, então a Terra tem as mesmas oscilações, e essas passagens pelo plano galáctico podem levar a extinções. Como já escrevi aqui, há estudos que apontam para extinções na Terra a cada 62 milhões de anos, e isso pode ter como causa a passagem pelo plano galáctico.
Mas será que isso vai acontecer em 2012? Não!
O Sol (e a Terra) está a cerca de 67 anos-luz a norte do plano galáctico, e está-se a mover cada vez para mais longe!
O nosso sistema solar (com Sol, Terra, etc) vai demorar alguns milhões de anos para voltar a “descer” em direcção ao plano galáctico.
Logo, não irá passar pelo plano galáctico em 2012!!!

Quem pensa nestas idiotices proféticas, são aqueles que continuam a sofrer de geocentrismo psicológico. Pensam que são tão importantes que as coisas têm que acontecer no tempo de vida deles.
A verdade é que o Universo tem milhares de milhões de anos, e daí que pensar que algo importante tem que acontecer precisamente nos 70 anos em que estamos vivos, é o cúmulo do egocentrismo.
É um geocentrismo psicológico – pensar que o nosso tempo de vida é especial, é o mais importante de sempre.
Na verdade, não é.
Os ciclos de milhões de anos do universo continuarão a proceder-se, e o nosso tempo é somente um insignificante pedaço de poeira nesse longo tempo universal.

E o alinhamento com o centro galáctico?
Estamos alinhados com o centro galáctico todos os anos! Não há nada de especial nisso.
MW
Estamos a uma distância de cerca de 26 mil anos-luz.

E o alinhamento planetário?
Esse nem sequer existe! É mais uma mentira totalmente inventada!
planetary positions

E asteróides?
Asteróides são possíveis razões para extinções em massa (lembram-se dos dinossauros?), ou para fazer grandes estragos (leiam aqui sobre Tunguska), e daí que são bastante perigosos, como podem ler aqui e aqui. E sabemos que há asteróides potencialmente perigosos (leiam sobre o Apophis), mas o pior ainda são aqueles que não sabemos existir! (como já aconteceu no passado e só demos conta deles após eles falharem a Terra…)
Mas fiquem descansados que não se anda a esconder informações sobre cometas em rota de colisão connosco para 2012
E é uma estupidez assumir que culturas que pensavam que o Sol era um deus, sabiam o que eram asteróides/cometas e o que eles fizeram aos dinossauros!
Além de ser uma burrice extrema pensar que culturas que nem sabiam o que era um eclipse solar (nem conseguiam prevê-los), conseguissem prever rotas de cometas para 2012!

Não acontecendo nada em 2012, aposto que os profetas da desgraça vão continuar a enganar e a fazer dinheiro com a credulidade das pessoas, acenando com a nova data de 2029, e depois, passando essa data, acenando com a nova data de 2036 (tudo devido ao Apophis).

Do que sabemos actualmente, nenhum asteróide tem 2012 escrito como sendo o ano do juízo final para nós.
Mas os asteróides mais perigosos são aqueles que nem nós nem ninguém sabe que existem

E o Campo Magnético Terrestre?
Como tudo na vida, muda de vez em quando, mas são mudanças cíclicas, que se entendem dentro de um padrão, e sem qualquer significado místico.
Mesmo que reverta na direcção oposta, isso já aconteceu durante o “reinado” dos mamíferos… e estamos aqui. Não há qualquer misticismo.
Não há qualquer problema com ele para o ano 2012.
O pior que pode acontecer é termos vários satélites “fritos” e deixarmos de poder falar por telemóvel durante algum tempo. Mas depois tudo voltará ao normal.
Por outro lado, como até se tem dito aqui no blog várias vezes, o Sol tem estado bastante quieto o que levará o pico do próximo ciclo solar para lá de 2012. O ciclo de 11 anos do Sol (ou seja, tem acontecido todos os 11 anos e não morremos todos os 11 anos!) terá o próximo máximo depois de 2012.
De qualquer modo, mesmo que haja reversão dos pólos, o processo demora 5000 anos, e teremos na mesma a protecção do campo magnético. Logo, não vai haver qualquer problema para nós!

Outros sites dão-lhe um véu religioso para passarem a sua mensagem. Ao bom estilo das seitas de fins de milénio. Onde andam elas?
E previsões metafísicas também não faltam, como podem ler aqui e aqui.

Como podem ler aqui, existem imensos factores (uns mais fantásticos que outros) que podem arrasar a humanidade a qualquer momento (além dos anteriores, podem ler sobre explosões de raios gama, buracos negros, “big rip”, guerras nucleares, invasão extraterrestre, nanotecnologias que se revoltam contra os humanos, o Universo que se expande ao ponto de se rasgar, etc), mas nada aponta para o ano 2012!

Excelente também é este documentário. Com cenários como: explosões de raios-gama, buracos negros errantes, máquinas inteligentes, super-vulcões, asteróides, guerra nuclear, peste/epidemia, aquecimento global.

É certo que existem extinções em massa (aqui), e ciclos que não controlamos (aqui e aqui), mas nenhum desses ciclos aponta para 2012!

Nada disto é para 2012!!

E as previsões do web bot?
O web bot não acertou em quaisquer previsões; assim como os Maias não acertaram.
Previsões fazem-se antes das coisas acontecerem; acertar em previsões acontece todos os dias milhares de vezes em experiências científicas.
Já o web bot, as previsões Maias, de Nostradamus, da Bíblia, etc, são simples interpretações de textos posteriormente aos acontecimentos. Isso não é profecia – são simples estórias para apanhar murcões.
Com o número de desgraças existentes todos os anos na Terra (desde furacões, terramotos, maremotos, guerras, etc), dificil mesmo é fazer uma profecia de “vai haver uma desgraça” e errar! Isso é que é dificil!

E o I Ching?
O muito antigo I Ching é um livro Chinês sobre concepções do mundo e filosofias de vida, que contém algumas previsões se utilizarmos a teoria “Time Wave Zero“.
A Time Wave Zero foi concebida pelo psiconauta (seja lá o que isso fôr que ele se intitula!) e pseudocientista Terence McKenna (ele nunca disse que era cientista e foi honesto ao afirmar que as suas teorias podem muito bem ser uma total porcaria, daí que não as põe para avaliação por outras pessoas).
A teoria tem a ver com fractais e ondas, e como qualquer pseudociência, faz contas estúpidas sem qualquer relação entre uns números e outros, mas dá-lhes uma relação só porque sim.
Ora, ele foi ao I Ching, fez umas relações fantasiosas com as letras (interpretadas como números) e tirou uma série de conclusões da cartola a partir de eventos que já aconteceram! Como forma de prever futuros eventos. Tal como no livro O Código da Biblia (que tenho e li).
Assim, ele assumiu que 21 de Dezembro de 2012 é uma data relevante e foi “indo para trás” para ver ciclos até cair noutra data relevante. E interpretou o dia da bomba de Hiroxima como relevante (se tivesse posto como relevante o meu nascimento, o dia D, ou a queda de um avião, então já não dava – ou seja é puramente subjectivo e aleatório, perdendo qualquer relevância).
Mesmo assim não deu, porque o ciclo (imaginado por ele) que começava na data (assumida por ele) da bomba de Hiroxima acabava a meio de Novembro de 2012.
Então que fez ele?
Disse que apesar do ciclo imaginado por ele acabar em Novembro de 2012, essa data é tão próxima da Profecia Maia que ele iria imaginar (ajustar na sua cabeça) que a data correspondia a 21 de Dezembro de 2012.
E pronto, a teoria imaginada por ele sem qualquer base minimamente consistente deu uma profecia para 21 de Dezembro de 2012, porque essa foi a sua presunção inicial e também foi a sua conclusão imaginada.
Se os Maias tivessem imaginado uma profecia para 25 de Julho de 2012, então ele teria presumido essa data.
Ou seja, além de ser uma salgalhada de imbecilidades, esta teoria do I Ching está totalmente dependente daquilo que os Maias supostamente previram, e não existe como teoria totalmente independente.

E as Pirâmides no Egipto?
Pensa-se que um calendário nas Pirâmides no Egipto também aponta para a mesma data. O problema é que essa “contagem” foi feita à posteriori e com base na data Maia (tal como com o I Ching).
Aliás, há 10 anos atrás, essa “contagem” nas Pirâmides dava o ano 2000. Agora, supostamente dá 2012, porque é o que está actualmente na moda.

E OVNIs?
De tempos a tempos aparecem uns palhaços (com uns milhares de parvos que os seguem) a dizer que os ETs se vão mostrar a nós em “tal dia”.
Os mais recentes são os da Federação Galáctica da Luz, que disseram que um OVNI enorme carregado de ETs iria aparecer no dia 14 de Outubro de 2008, e iria provocar grande rebuliço na Terra.
Como nas outras milhares de previsões anteriores, nada aconteceu no dia em causa.
Vai daí, esses e outros (os “Salvadores da Humanidade”, os “Pleidianos”, os “Reptilianos”, etc) já mudaram a história. Agora a aparição do OVNI cheio de ETs vai ser no ano 2012!! Para coincidir com a chamada Profecia Maia.
E há idiotas que continuam a acreditar…

Concluindo, a Profecia Maia ainda é o epicentro da questão!

E outras profecias?
Outros cálculos dão essa data. E outros não dão!
Aposto que essas outras interpretações, que dão datas superiores, vão ter grande tempo de antena a partir de 22 de Dezembro de 2012.
É tudo uma questão de interpretação, incutir medo nas pessoas, e fazer dinheiro com isso!
É assim já há milhares de anos – já no tempo de Cristo havia os profetas dos finais dos tempos (que supostamente era nessa altura)! E assim continuará a ser! Porque nada vai acontecer e as pessoas continuarão a acreditar no “Pai Natal”.

Como aconteceu antes – profecias de Nostradamus, cometa Halley, ano 2000, e milhentos outros no passado – este novo medo irracional irá passar em 2013 e será substituído por outro.
Infelizmente as pessoas não aprendem, e preferem viver com medo, na ignorância, nas “trevas”, em vez de verem a luz do conhecimento.

Como diz o Ciência Hoje:
“Um astrólogo árabe dizia que o mundo acabaria em 1980, devido a uma determinada ligação entre os planetas Saturno e Júpiter. Nada aconteceu. No livro The Jupiter Effect, astrónomos previam um cataclismo para 10 de Março de 1982. Nada aconteceu, mas um dos autores reclama que um terramoto, dois anos antes, modificou o efeito de Júpiter. Com base em Nostradamus profetizou-se que o fim do mundo era a 11 de Agosto de 1999. Nada aconteceu. Tal como aconteceu no ano 1000, previu-se que o fim do mundo seria na passagem do ano 1999 para 2000. Nada aconteceu, a não ser gastos milionários para defender os computadores do chamado bug do milénio e, para manter o suspense, afirma-se que serão dois mil anos depois da morte de Jesus Cristo.”

Já agora, um cartoon do Bearman sobre estes medos cíclicos e irracionais:
2012-cartoon

Por outro lado, em 2012, é certo que vai haver terramotos, erupções vulcânicas, tempestades, inundações, acidentes, fome, guerras, etc.
Mas isso é todos os anos!
Não há nada de especial com o ano de 2012!

Mas percebe-se que este tipo de profecias vão haver sempre! E vão acertar! Porque todos os dias há pequenos terramotos num sítio qualquer do mundo e todos os anos se pode dizer que houve um terramoto maiorzito num sítio qualquer.
Esta é a estratégia dos vigaristas: dizem que vai haver um terramoto aqui ou acolá e depois vêm dizer que acertaram! Mas não há nada de especial em acertar nessas coisas – eles esquecem-se é de todas as outras coisas que previram e nunca aconteceram! E depois as pessoas em casa “comem” o que lhes é dito na TV sem perceberem que é um erro estatístico que leva a que sejam “comidas” na sua ignorância – a serem levados por lorpas.

Desde já profetizo que em 2012:
– vai haver terramotos!
– vai haver furacões nos EUA!
– muita gente será levada a acreditar que Marte estará tão grande no céu como a Lua!
– vai-se falar numa outra epidemia qualquer!
– uma das “famosas” vai aparecer sem cuecas numa foto!
– vai haver mais uns quantos divórcios entre gente de hollywood!
– o Benfica vai ganhar o campeonato nacional de futebol!
– vai haver alguns milhões de pessoas em Portugal tristes com a vida que levam!
– muita gente vai morrer!
– o calendário vai mudar a 31 de Dezembro para o dia 1 de Janeiro!

Duvidam que pelo menos 8 destas 10 “profecias” vão acontecer??

Neste assunto de 2012 e a Profecia Maia é preciso é ver se há relações!
Os Maias falaram em mudanças de campo magnético, em tempestades solares, em terramotos, etc?? Não! Não falaram! Não tem nada a ver com os Maias! Mas são coisas que acontecem constantemente! Não há nada de especial no ano 2012!

Será que os Maias fizeram outras profecias que não se concretizaram?
Sim! Como muitas outras civilizações antigas fizeram! E que não se concretizaram!

A mudança de calendário dos Maias era uma mudança física? Não!
Era uma mudança cíclica como é o nosso calendário e o mundo não acaba todos os anos a 31 de Dezembro só porque acaba o nosso ciclo de 1 ano!

Os Maias como outros povos antigos tinham mitos e especificidades baseadas no simbolismo!
Querem saber de outros simbolismos similares?
Há civilizações antigas (como os Aztecas) que tiravam o coração a outros humanos para ofereceram aos deuses para terem mais “prendas dos deuses”, enquanto outras tribos até comiam os corações de outros humanos para ficarem com a força e a “alma” desses humanos.
Será que no século XXI se pensa que eles tinham razão? Será que no ano 2012 vai-se passar a fazer isso para ficarmos com força sobre-humana? Não! Porque não passava de um simbolismo que sabemos não ter relevância física! Ou seja, sabemos que não é verdade!

A mesma coisa para o calendário Maia! Os simbolismos existentes não passam disso – simbolismos! Sabe-se que não é verdade haver uma realidade física para isso.

(há uma relação física para o calendário – o nosso de 1 ano é devido à órbita da Terra ao redor do Sol! Mas não é uma justificação física para mudança de calendário na noite de 31 de Dezembro! Isso é uma convenção humana! Até podem dizer que é um “novo ciclo”, que no ano seguinte será uma “nova vida”, etc. Mas não passa de um simbolismo! Não há nada de especial que na realidade – fisicamente – acontece nessa altura! A mesma coisa nos Maias!)

Mas se calhar o que me deixa mais surpreso é as pessoas serem levadas pelas mentiras – ao contrário do que fazem diariamente nas coisas mais triviais!
Exemplo: se eu fôr a ligar o meu carro e ele não “pegar” – o que será que faço?
Será que vou inventar que é de eu ter deixado a luz da minha cozinha acesa? Será que vou inventar que é de ter vestido calças azuis? Será que vou inventar que é por não bater 2 vezes com a cabeça no carro antes de entrar nele?
Ou será que vou ver o motor? E a bateria? E talvez o motor de arranque?
Há um pensamento científico/lógico/racional que seguimos e daí que inventar que é de usar calças azuis (ou bater com a cabeça ou deixar a luz da cozinha acesa) não faz qualquer sentido!
Não quer dizer que eu não tenha deixado a luz da cozinha acesa e que até tenha vestido calças azuis! Isso até pode ser verdade! Mas não tem nada a ver com o arranque do carro!

A mesma coisa neste caso dos Maias!
Terramotos existem todos os anos, periodicamente estamos alinhados com o centro galáctico, a precessão (26.000 anos) é um movimento natural da Terra (como rodar sob o seu eixo ou orbitar o Sol), o Sol tem constantes tempestades solares, etc, etc, etc!
Tudo isso existe!
Em relação a estas coisas, não há nada de especial no ano 2012!!
E a relação com os Maias não existe! Em lado nenhum na Profecia Maia se fala dessas coisas! Mas se se falasse era igual! Porque essas coisas acontecem constantemente – não seria nada de especial (tal como as minhas profecias em cima!). Mas nem falam disso!
E não falam disso porque era simbólico!! Como é a noite de 31 de Dezembro no nosso calendário!

Infelizmente há muita gente que faz dinheiro a vender medos à custa de quem ignora o conhecimento e segue esses “vendedores de banha de cobra”.

Se há dúvidas que “o medo vende”… atentem na quantidade de coisas estúpidas e medo irracional que se disse e se acreditou com a chamada “gripe suína”…
Em 2001 lembram-se da histeria em Portugal que levou milhares a comprarem fatos HAZMAT e máscaras para se prevenirem contra ataques biológicos de terroristas? Sem qualquer razão inteligente houve milhares de portugueses que em pânico nem sequer pararam para pensar que Portugal não é os EUA, e máscaras e fatos não previnem contra o embate de aviões!
Em 1999 quem ia à Igreja acreditava que “ao ano 2000 não chegarás”!
E nem vale a pena falar na histeria do “vírus informático”!
Ou Nostradamus uns anos antes!
Ou desde 2003 que ainda há quem acredite que Marte vai ficar tão grande no céu como a Lua!
Ou o LHC produzir buracos negros!
Ou a Terra ir parar de rodar!
E as pessoas não aprendem e continuam a cair nos mesmos medos e histerias sem sentido! O medo vende!

Irrita-me as pessoas, em pleno século XXI, não terem sentido crítico e acreditarem em todas as histerias e mentiras que se lhes apresentam.


Programa Detective Virtual na TV Globo:



escrevemos aqui sobre o excelente filme 2012.
Devido a todo o burburinho que o filme 2012 tem causado, o Don Yeomans, da NASA, resolveu responder a vários mitos sobre este assunto:



E o Michio Kaku este no programa da FOX – Geraldo at Large -, onde disse inclusivé que já foram entrevistados milhares de Maias actuais! Sim, daqueles que ainda vivem no México e são descendentes directos da civilização Maia. Esses Maias dizem que a civilização ocidental está parva! Que os crentes em profecias são todos ignorantes! Que os verdadeiros Maias nunca profetizaram coisíssima nenhuma! Que é somente um calendário, que tem ciclos, e que acaba e recomeça, tal e qual o calendário ocidental. Mas que NUNCA foram profetizadas catástrofes, e muito menos que seria o fim do mundo!
Eles, os verdadeiros Maias, dizem que quem fala nos disparates do fim do mundo, são os idiotas da civilização ocidental.

Os profetas das desgraça só querem fazer dinheiro com estas irracionalidades.
Os crentes acéfalos vão atrás deles e ficam cheios de medo.
Já os Maias (!!! sim, os da “Profecia Maia”!! os que a conhecem há milhares de anos!) dizem que os ocidentais que acreditam nessas parvoíces/besteiras são ignorantes.
E agora? Quem será que tem razão? Os profetas da desgraça, os ignorantes, ou os próprios Maias?


Quanto aos comentários no final deste post:
Eu não vou para sites de medicina dizer que o sangue é amarelo e defender que amanhã todo o sangue por todo o mundo vai coagular.
Sabem porque não defendo isso?
Porque seria uma estupidez, uma falsidade, e baseado num conhecimento bastante parco de medicina.
Porque raio então é que as pessoas vêm para sites de astronomia defender falsidades e argumentação estúpida?
Porque raio então é que quem nitidamente não percebe de astronomia, manda bitaites na forma de comentários como se percebesse alguma coisa do assunto?


Conclusão sobre a Profecia Maia e o ano de 2012:
Faz parte da nossa existência como humanos imaginarmos cenários terríveis e termos medo deles.
É certo que um dia haveremos de acabar. Faz parte do ciclo da vida. É normal. Mas nada aponta para ser em 2012!! Aliás, vários factores apontam para daqui a milhares, milhões e até biliões de anos!!!
Pode ser amanhã? Pode! Pode ser só daqui por 50.000 anos? Pode!
Não acreditem é nas profecias apocalípticas para o ano 2012!!

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  1. E então? Não há nenhum comentador crente no fim-do-mundo a vir pedir desculpa e a dizer que se enganou?
    Pois… 😛

      • Sidney Gonçalves on 08/06/2015 at 21:08
      • Responder

      Ola Carlos Oliveira,

      Acompanho seu site e parabenizo pela credibilidade das informações.
      Gostaria apenas de informar aos desavisados que, ao contrário do que muitos pensam, os cristãos verdadeiros e conhecedores da verdade, “NÃO COMPACTUAM” com as imbecilidades dos muitos que se julgam cristãos falam acerca do fim do mundo ou apocalipse! Irei, resumidamente, falar o que verdadeiramente a bíblia, e apenas ela, fala acerca desse tema fim do mundo…

      1°- Aquele que afirma quando será o fim do mundo e se julga cristão, já está está equivocado. Mt. 36 “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai”. Agente pode ter uma ideia de quando será(e não esta muito longe) a Vinda do Filho do Homem, porém a data e hora exata…

      2° – A Fé não tenta desmentir a ciência, muito menos a ciência desmente a Fé! Desde Gênesis a Apocalipse temos provas de que as duas caminham juntas.

      A ciência se define como “a observação, identificação, descrição, investigação experimental e explicação teórica de fenômenos”. A ciência é um método que a humanidade pode usar para obter uma maior compreensão do universo natural (se eu esqueci de acrescentar algo favor corrijam). É uma busca pelo conhecimento através da observação. Os avanços na ciência demonstram o alcance da lógica e imaginações humanas. Entretanto, a crença de um cristão na ciência nunca deve ser como nossa crença em Deus. Um cristão pode ter fé em Deus e respeito pela ciência, contanto que nos lembremos do que é perfeito e do que não é.

      Exemplo: qual a teoria mais acerca da criação do universo?

      “A Bíblia foi a primeira a prever a cosmologia do Big Bang”, de acordo com Hugh Ross, presidente e fundador do Reasons to Believe, uma organização de criacionismo de Terra antiga que acredita que cristianismo e ciência são complementares.
      Em uma entrevista ao Christian Post (CP) no último dia 18 de março, Ross explicou que a detecção de ondas gravitacionais resultantes da rápida expansão do universo, teoria denominada como “inflação”, mostra que, “quando o universo tinha um trilionésimo de trilionésimo de segundo de idade, ele dilatou mais rápido que a velocidade da luz.
      Essas ondas gravitacionais são um tipo específico de flutuação quântica – pequenas ondulações no tecido do espaço-tempo – que mostram quão rápido a luz se espalhou e o universo aumentou.
      Stephen Meyer, diretor do Centro de Ciência e Cultura no Discovery Institute, e autor do best-seller “A dúvida de Darwin: A origem explosiva da vida animal e o caso para o design inteligente”(tradução livre), disse ao CP que ele também acredita que a “teoria do Big Bang dá suporte ao entendimento bíblico da criação”.
      “Se você olhar para a história científica, a teoria que persistiu antes do Big Bang foi a teoria do universo estático, que, se enquadra bem com a famosa frase de Carl Sagan que ‘O universo é tudo que foi, tudo que é, e tudo que vai ser'”, segundo Meyer. Ao sugerir um início concreto, o Big Bang aponta pra a criação, ao invés de um universo eterno, como proposto por Sagan.
      Meyer ainda sugere que a recente evidência da chamada inflação corrobora com a descrição da escritura de um universo em expansão: “Vemos repetidamente no Velho Testamento, tanto nos Profetas quanto nos Salmos, que Deus está espalhando ou ainda, estendeu os céus”, afirma. Ele ressalta que existem “pelo menos uma dúzia de referências” a essa ideia na Escritura.
      Nem todos os cristãos que praticam ciência, no entanto, acreditam que o Big Bang suporta o relato bíblico da criação.
      Danny Faulkner, professor de astronomia no Creation Museum, e que possui um pHD na área, disse ao CP que “Meu problema com o Big Bang é que ele não é bíblico”. Ele pensa em uma interpretação literal, com dias de 24 horas de Genesis 1, e afirma que o universo tem apenas 6.000 anos, enquanto o modelo do Big Bang estima uma idade para o universo de aproximadamente 13,8 bilhões de anos. “Na Bíblia, vemos que a Terra estava lá desde o início, as estrelas vieram depois”, disse ele.
      Ele também sugere que os cristãos não deveriam tentar misturar a cosmovisão bíblica com descobertas científicas, pois a ciência muda frequentemente.
      Meyer também aponta que três grandes descobertas cientificas no último século sustentam a narrativa bíblica para a criação: O Big Bang, que diz “o universo teve um começo”, o “ajuste fino do princípio antrópico”, que afirma que as regras da matéria funcionam de maneira mais adequada para a vida humana, e das propriedades de condução de informação do DNA, que evidencia que os elementos da base da vida têm algum tipo de conhecimento.
      Meyer reiterou sua crença, de que os cristãos devem usar seu melhor conhecimento científico e seu melhor entendimento da Bíblia para reconciliar os dois.

      3° – Não me importa o dia que será o fim do mundo, já que das duas uma: ou já terei morrido e estarei no seio de abraão esperando o dia que Ele vira julgar em juízo, ou serei arrebatado antes dos acontecimentos apocalípticos (fim do mundo para os íntimos), no mais… Agora pra quem me perguntar como tenho certeza disso eu respondo apenas isso: FÉ!
      (ALGO QUE CIENTISTAS ATEUS E OUTROS NUNCA VÃO ENTENDER E NEM PRETENDO EXPLICAR JÁ QUE QUEM DÁ ENTENDIMENTO NÃO É NENHUM SER HUMANO MAS O ESPIRITO SANTO)

      ABRAÇO,

      SIDNEY GONÇALVES.

      1. 2 erros:

        1 – A ciência nunca muda. Se acompanha este site, já devia saber disto.

        2 – NADA na Bíblia diz o que a ciência descobriu.
        Os seus argumentos para a Bíblia podem ser dados para os livros sobre o Pai Natal/Papai Noel, para os livros da Disney sobre o Tio Patinhas, e para qualquer livro em que se acredite cegamente e que se possa tirar interpretações subjetivas.
        Aliás, para *provar* isto basta ver o que se foi dizendo ao longo dos séculos e o que ainda hoje se diz e se faz supostamente em nome do que diz na Bíblia.

        A única coisa correta no seu comentário foi ter dito que quem defende que o fim-do-mundo é previsto na Bíblia está totalmente enganado.

        abraços

        P.S.: este local é sobre ciência e pensamento científico, não para discussões sobre a Bíblia. Obrigado.

  2. Já acabaram os comentários? 😛

    Ou ainda vai aparecer mais gente a dizer que a sua crença no fim do mundo em 2012 é superior ao nosso conhecimento de que o mundo não acabou? 😛

    1. Depois de mais de um ano muito longe vejo (sorridente) que para muitos 2+2 continua a não ser 4.
      Teve coragem e tempo de ler a obra do Debray? se sim o que achou?
      Um abraço deste mundo bem vivo quase um ano depois do “fim do mesmo”.
      Ze Pedro

      1. Não sei quem é.

        Só sei que, como sempre, a ciência tem razão.
        Como sempre, a natureza encarrega-se de dar razão aos cientistas.

        • Gabriela on 25/12/2014 at 10:46

        Quando você falou de 2 + 2 = não 4, imaginei o Capitão Boing, e sim, o nome era esse porque ele era piloto de avião, e sim, ele fazia “boing” em cada aterrissagem ou decolagem.

  3. Caro Carlos, eu ouvi dizer que um planeta chamado Nibiru, iria colidir com a terra, fazendo com que aconteça o fim do mundo.

    Esse planeta existe mesmo? Ou é só um boato?

  4. Postado originalmente em http://www.deldebbio.com.br/2012/12/19/o-fim-do-tempo/#more-13032 e escrito por Rafael Arrais

    Igne Natura Renovatur Integra (INRI) – Pelo Fogo a Natureza se Renova Inteiramente.

    De tempos em tempos acontece, e nem precisa ser uma “data cheia”, como o ano 1.000 ou o 2.000 (esquecem-se de que o milênio novo se iniciou em 1.001 e 2.001, respectivamente), a última data “prevista” foi 21/05/2011, precisamente às 18h do horário local de cada país do mundo… Segundo o pastor protestante Harold Camping, os bons seriam arrebatados aos céus de acordo com seu respectivo fuso-horário: na Nova Zelândia teriam a oportunidade de se aventurar aos céus mais cedo, na ilha de Samoa seriam alguns dos últimos, já que o governo ainda não efetuou a troca de fuso-horário [1].
    E para quem os portões do céu não se abrissem, restaria o inferno na Terra até 21/10/2011, data em que um deus colérico poria fim não somente ao planeta, mas a toda criação – o fim do Cosmos, o fim de todo o espaço-tempo!

    Não é a primeira vez que Camping foi ridicularizado por uma previsão errada do fim do mundo. Ele chegou a escrever um livro sobre como o arrebatamento ocorreria em 1994, e já estava errado desde aquela época. Interessante como eles parecem não se importar… O ocultista (e ultimamente, especialista em desmistificar lendas do fim dos tempos, como a baseada no calendário maia) Marcelo Del Debbio costuma dizer que não tem coisa mais inútil do que se prever o fim do mundo – se o sujeito errar, será ridicularizado; se acertar, não restará ninguém para lhe dar atenção (há não ser aqueles poucos que conseguirem se encontrar no céu, supondo que quem previu não tenha cometido o pecado da falsidade em previsões anteriores).
    Saibam que a previsão de Camping nem de longe soa tão absurda quanto a que Charles Russell realizou para 1914, e sobre a qual as Testemunhas de Jeová depositaram toda sua fé… O absurdo não é por ter se equivocado, mas porque existem Testemunhas que creem que o mundo acabou em 1914. O que vivenciamos hoje é uma espécie de sonho, uma ilusão que nos impede de perceber que o mundo já acabou. Sim, não faz sentido, mas e daí?

    Um dia recebi em minha caixa de correio uma carta de uma Testemunha me convidando para visitar uma de suas igrejas. A carta era muito amável, mas o que realmente me surpreendeu é que foi escrita a mão! Fiquei imaginando quantas cartas aquela senhora escreveria toda semana, de próprio punho, provavelmente para serem descartadas antes mesmo de terem sido lidas… Os religiosos gostam de se sacrificar por suas causas, e que maior sacrifício, que maior evento divino, cósmico, que o próprio fim dos tempos?

    Quando, em 1722, o explorador holandês Jakob Roggeveen alcançou, num domingo de Páscoa, aquela distinta ilha isolada do resto do mundo por muitos quilômetros de oceano, encontrou apenas alguns nativos miseráveis, com barcos de pesca precários, numa terra árida… Mas viu também os gigantes de pedra, os moais de formas humanas, que chegavam a ter até 10m e em torno de 270 toneladas. Como aquele povo miserável conseguira erguer tamanhas maravilhas?
    Os moais da ilha da Páscoa nada mais eram que a testemunha de um pequeno fim do mundo local… Se hoje o cenário da ilha é desolador, fósseis encontrados na lava vulcânica de Terevaka, um deus vulcão, revelam que a ilha chegou a abrigar a maior espécie de palmeira do mundo e uma floresta tropical com mais de 21 espécies de grandes árvores. Essa foi a grande fonte de matéria prima da civilização dos Rapanui em seu apogeu.
    Nessa época, entre 1400 e 1600, a sociedade se dividia em 12 clãs. Eles compartilhavam pacificamente os recursos naturais da ilha. A competição se resumia à fabricação dos moais, a partir das rochas vulcânicas. Eles representavam membros mortos das elites dos clãs. Ao longo da história da ilha, o tamanho dos moais foi aumentando, o que sugere um acirramento na competição ente os clãs ou um maior apelo aos deuses. As árvores da ilha precisavam ser derrubadas para a construção de trenós, trilhos e alavancas para a construção dos moais (além, é claro, para as canoas de pesca e residências). Infelizmente, para os Rapanui, a natureza tinha um limite…

    O desmatamento desenfreado teve impactos profundos na ilha. As poucas aves marinhas que não foram extintas pela caça predatória dos Rapanui ou dos ratos, migraram. Erosões no solo dificultavam o plantio. Em 1500, já não haviam mais árvores para a construção de canoas, e então a pesca de peixes grandes desapareceu. Por volta de 1680, explodiram guerras civis, e os clãs começaram a derrubar as estátuas dos rivais (Roggeveen já encontrou a maior parte delas no chão). Nobres e sacerdotes das elites já não conseguiam justificar seus status junto aos deuses, e foram eliminados por uma milícia que assumiu o poder na ilha.

    Os novos donos da ilha adotaram um deus menor do antigo panteão e começaram a desenhar homens-pássaros e genitais femininos nos antigos moais, representando a nova divindade. Faminta, a sociedade se degradou até o canibalismo – muitos foram morar em cavernas. Em 1700, 70% da população de Páscoa havia desaparecido. No lugar dos imensos moais, escultores agora faziam pequenas estátuas (os moais kavakava) que mostram pessoas famintas, com o rosto fundo e as costelas à mostra.

    Após a chegada de Roggeveen, vieram às epidemias de doenças europeias, os sequestros de insulares para trabalhar como escravos no Peru, e em 1864, com a vinda dos missionários católicos, o que restava da tradição oral dos antigos Rapanui foi perdido. Em 1872, restavam 111 habitantes de um povo que um dia, estimasse, contou 15 mil pessoas. Os moais, restaurados, são a testemunha petrificada do fim do tempo de um povo – na maior parte, causado por ele mesmo [2].

    Teriam os sacerdotes Rapanui previsto um fim do mundo? Nesse caso, teriam eles acreditado que o fim da ilha da Páscoa significava o fim de toda a criação? Teria sido a construção de moais cada vez maiores uma tentativa desesperada de barganhar com os deuses em troca de alguma espécie de salvação, de arrebatamento dos “puros” aos céus?

    O tempo e o espaço da ilha da Páscoa soa assustadoramente como um espaço-tempo contido, uma bolha temporal, de nossa civilização como um todo… Em nossa ignorância, em nossas desavenças, cremos que deuses virão para salvar somente um pequeno grupo, uma pequena elite, “preparada” para a salvação. Para estes, estranhamente, o fim dos tempos não é uma coisa ruim. O fim de toda a vida no Cosmos se justificaria se, em troca dessa catástrofe, alguns poucos se encontrassem com algum deus estranho nos céus, para fazer “não se sabe o que”.

    A história dos Rapanui, entretanto, nos traz lições de como tudo poderia ter sido diferente… Prosperaram por séculos dividindo de forma harmônica os recursos da natureza ao seu alcance. Foi o desejo de competição, de parecer “mais especial” perante aos deuses, que fez com que se arriscassem a ir além dos limites de seu ecossistema, apenas para erguer estátuas de pedra. Erguidas não para os deuses, mas para eles próprios, para que o clã ao lado se sentisse inferiorizado.

    E o que tem sido a história de nosso tempo, e de nossas igrejas, senão um reflexo do tempo de Páscoa em maior escala? Senão uma tentativa desesperada para fazer os infiéis, os escolhidos dos “outros deuses”, se sentirem inferiorizados perante as conquistas e a “verdade” de suas próprias igrejas?

    Houvessem eles lido nas entrelinhas da natureza, houvessem eles se apercebido que vivemos numa pequena ilha cercada de infinito por todos os lados, saberiam que todo o tempo do mundo se resume ao momento em que o ser se encara, face a face com Deus, com o Cosmos, com a substância que permeia todo o tecido do espaço-tempo… Esse momento é eterno, e se faz na consciência, no paradoxo da mente que sabe de cada momento de sua ascensão, mas ainda assim os encena com maestria, passo a passo, rumo ao que quer que seja que os gigantes de pedra estão a observar – mas não houve tempo para nos contar.

    Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de edificar, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de saltar de alegria, tempo de espalhar pedras e tempo de juntar pedras, tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar, tempo de buscar e tempo de perder, tempo de guardar e tempo de deitar fora, tempo de rasgar e tempo de coser, tempo de estar calado e tempo de falar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de guerra e tempo de paz (Eclesiastes 3:1-5).

    ***
    [1] O artigo foi escrito antes desta mudança, em 2011 (ver parte 1 desta série).

    [2] Ver o artigo “As testemunhas de pedra”, de Pedro Pracchia, na edição especial da Superinteressante sobre “O fim do mundo” (Maio/2011).
    Obs: Me enviaram, pelos comentários, uma reportagem recente da Scientific American que traz uma nova visão acerca das causas do colapso ecológico dos rapanui. O fato de possivelmente não terem sido responsáveis diretos pelo colapso de sua própria ilha não invalida a questão religiosa e existencial envolvida em sua relação com “o fim do mundo”. Há também que se considerar que a colonização europeia também foi importante na extinção de sua cultura.
    Artigo da Scientif American: http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/o_colapso_dos_rapanui.html

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