Ameaça Pseudo

bleep

What the Bleep do We Know?” (o que sabemos?) é um documentário que teve tremendo sucesso (em termos de publicidade e críticas) quer a nível da comunicação social, quer na net (está no YouTube), recebendo até vários prémios para melhor documentário.
A maior parte das pessoas adorou o documentário, porque finalmente lhes explicava o que era a quântica, dava-lhes conforto, e ainda lhes explicava o que a ciência não sabe.
De uma forma popular, e utilizando expressões da ciência (sobretudo quântica), o documentário explicava as ideias New Age de como o Universo está interligado através de “energias invisíveis”.
O que o documentário diz que faz é ligar a ciência (quântica) ao misticismo das “sabedorias ancestrais” (do “conhecimento milenar”).

Para quem ignora o que é a ciência, este documentário prova as suas dúvidas. Daí que não é de estranhar que este documentário tenha sido fortemente apoiado e aplaudido pela comunidade pseudo, sobretudo New Age.

Na verdade, este é um dos piores documentários de sempre.
Mente abertamente em algumas situações, usa expressões científicas indevidamente, põe não-especialistas a falar de ciência, e quando falam cientistas as suas palavras são indecentemente deturpadas para fazer avançar uma ideologia religiosa.
Ou seja, é o típico documentário-pseudo feito por mentirosos e charlatães que deturpa o conhecimento.
Daí que não é de estranhar que a comunidade científica tenha dito precisamente isso: este é um documentário cheio de disparates!

Aliás, é muito pior que disparates.
A produção é de uma seita religiosa fortemente influenciada por uma mulher no filme que tem seguidores que acreditam que ela consegue falar com um espírito chamado Ramtha que supostamente tem 35.000 anos!

Tudo isto não passa de um culto religioso imbecil, que através de um documentário em que põe palavras como “quântica” promove a imbecilização da população e ganha marketing com isso!

Mas muita gente é levada por estes esquemas de marketing mentirosos.
Os idiotas aceitam tudo que lhes é dito, mesmo vindo de não-especialistas que não sabem o que dizem!
É fácil enganar as pessoas desta forma, quando as pessoas não apresentam qualquer pensamento crítico e demonstram uma literacia funcional deplorável!

A personagem Deep Throat, dos Ficheiros Secretos, dizia: “And a lie, Mr. Mulder, is most convincingly hidden between two truths.”. A mentira é melhor escondida entre 2 verdades.
É o que este documentário faz. Promove a mentira, metendo algumas palavras verdadeiras da quântica pelo meio. E as pessoas são levadas!
Aliás, todos os pseudos usam esta técnica! E há pessoas que caem que nem patos nessas mentiras!

Afinal, a mesma técnica é usada nas pulseiras quânticas, no Reiki, etc.
Representam de forma completamente ignorante algumas expressões científicas, e ficam à espera que as pessoas que não sabem sobre o assunto acreditem no que eles dizem.
O objectivo é sempre o mesmo: fazer dinheiro com a estupidificação da população. Com isso promovem a imbecilidade das pessoas, o que leva essas pessoas a acreditarem mais no que lhes é dito!

Podem ler críticas detalhadas a este documentário: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui.

CUIDADO COM ESTES VENDEDORES DE BANHA DE COBRA!!!

132 comentários

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  1. Apre, que o burro sou eu! Scannei a página errada! Ai, isto de tentar ser multi-tarefa… volto já com a página certa.

  2. Ana,

    Concordo. Note-se que eu disse que utilizo diferentes estratégias, mesmo aqui em posts no blog, para diferentes coisas.

    “eu cá não acredito em nada disso do Big Bang!”
    A minha resposta:
    http://www.astropt.org/2011/01/30/carlos-oliveira-o-emigrante-cosmico/
    Eu também não.
    Mas o Universo tem o estranho defeito de raramente fazer aquilo em que eu acredito.
    😛

    Pedro,

    A imagem (tinypic) é da página 78…
    Já o medifire continua a dar-me o mesmo erro…
    sorry 🙁

  3. O mediafire está parvo.

    http://i56.tinypic.com/hva3aa.png

  4. mediafire.com/?535n529rk02z6tp

    • Ana Guerreiro Pereira on 22/02/2011 at 02:18
    • Responder

    Carlos, não sendo necessário tratar as pessoas como se tivessem 5 anos, por vezes é mesmo necessário baixar a bitola. mas, como eu disse, depende dos públicos. Eu enfrento casos em que tem de se alterar comportamentos. E casos como formandos que se suicidam… :(. Como eu disse, um público diferente.

  5. Tentei 3 vezes, dá isto: “Error downloading file.”
    Quando no mesmo URL faço para “ver a imagem”, ele diz “file not found”.

    • Ana Guerreiro Pereira on 22/02/2011 at 02:09
    • Responder

    😀

    acho q cada um de nós acaba por se reportar à experiência que tem e aos resultados que tem obtido, talvez por a amostra de população que abordamos ser diferente.

    Eu apelo à assertividade e abomino discussões com animosidade. E se me chamarem estúpida, burra ou ignorante…fujam! 😀 a sério, fujam mesmo! 😀 Logicamente que “só sei que nada sei” e que é impossível ser-se um expert em tudo. Mas há abordagens às pessoas, que são pessoas, que dependem das situações… por exemplo, dado que eu tenho trabalho com pessoas com imensos problemas pessoais, entre elas uma senhora que está em processo de divórcio e cujo marido a apelidava de burra a toda a hora… se eu lhe vou chamar burra, quando ela até está ali para aprender e se tem mostrado muito aberta a isso (no entanto, os mitos enraízados são…enfim), o que vou conseguir? que a senhora salte da janela! 🙁

    Claro que esta é uma abordagem pessoal e cara a cara (e desgastante e esgotante para quem rema contra a maré…como muitos, muitos professores deste país que gramam com alunos que lhes atiram cadeiras, uma ministra incompetente e um trabalho que é tudo menos ensinar…dir-se-ia que se quer embrutecer a população retirando condições aos profissionais de educação…). Diferente de num post. Claro que se me insultam, eu respondo.

    E no entanto, é possível falar-se de homeopatia sem entrar de imediato numa discussão! 😀 Basta ver se as pessoas estão interessadas em saber ou não…. no entanto, dependerá tb da situação. Numa aula (embora eu seja mais ao estilo divulgação e ora vamos lá aprender a fazer um trabalho como deve ser, com livros, e sem copy paste e internet – siiiim, sou máaaa, não deixo ninguém consultar a internet!! – claro que lhes forneço o material que necessitam…), aprende-se. Não se discute propriamente; aprendem eles, aprendemos nós. E juntamos informação que dava para um livro de comédia 😀

    Situação:

    “eu cá não acredito em nada disso do Big Bang!”

    respostas possíveis:

    “não se preocupe que o Big bang acredita em si”
    ” e eu não acredito que vc tem cerebro e no entanto vc respira…” 😀

    mas, convenhamos, depois disso, nunca mais aquela pessoa quereria aprender seja o que for comigo… a barreira seria levantada.

    Como estava com falta de paciencia (um mal que me tem assolado ultimamente e me tem tornado radical…), fiquei-me com o tal “preocupe-se em conhecer e depois logo decide se acredita ou não”; e expliquei o que era um negacionista… :p

    resultou? resultou (pelo menos até a ver): não só se esforça como tem tido resultados bons.

    ou seja, no fundo chamei-lhe ignorante…sem lhe chamar ignorante directamente.

    É só um caso, entre muitos. A minha abordagem neste aspecto vem-me da prática com este tipo de publico. Pratica essa que teve de passar por ler enciclopédias juvenis para adquirir um vocabulário um nadinha menos técnico… 😀 Como se diz, uma coisa é comunicar com leigos, outra coisa com experts, outra coisa com curiosos amadores. Os públicos são imensos, pelo que as abordagens tendem a sê-lo tb.

    E, logicamente que o público de um blogue será outro tipo de público. Pessoalmente, opto pela abordagem assertiva e pedagógica, que é a que me tem dado mais resultados. Ocasionalmente…improviso. 😀 Mas, lá está, depende dos públicos.

    ps – no meu mail as notificações dos novos comentários aparecem em nome de “Marvin” 😀 acho que é daí que vem o Marvin :p 😀

  6. Oh, pdf mal feito, my bad. Não scannei a 80!

    Pág 80 – mediafire.com/?9gljgtlf36cy72s

  7. Adorei o texto da Visão.
    Está simplesmente EXCELENTE.

    Só tenho uma dúvida: onde está a página 80?
    😛

  8. É capaz de ter razão, em relação ao que digo do Huxley. Não será um bom exemplo.

    (sim, era um link 😉

  9. ahhhhhhhhhhh ok.
    Percebi agora que era um link 🙂

  10. “O Huxley era bruto com aqueles que atacavam *mas* usava factos nesse ataque.”
    ????????????????
    O Pedro leu o que disse o Huxley?
    Onde estão os FACTOS????

    Eu acho que o Pedro está a “falar no ar”, sem saber o que o Huxley dizia, e só “imagina que ele dizia isto e aquilo”… o que usando as suas palavras “é precisamente o que os woo fazem”…

  11. Não creio que essa dicotomia seja tão preto e branco, isso do paninhos quentes vs. adultos inteligentes. A minha experiência pessoal (!) diz-me que há muita gente inteligente que não gosta de ser chamada de ignorante e burra, até porque a maior parte das pessoas, quando chama outros de burros, não se refere a uma meta-burrice que afecta toda a gente aqui ou ali no percurso da sua vida; refere-se mesmo a burrice generalizada e incapacitante.

    Em relação ao link… 😉

  12. “mediafirePONTOcomBARRA?d7eihaw01pa1y0f”
    <--- apaguei este seu comentário (isto em cima é copy-paste)... só tem letras todas pegadas mas sem qualquer palavra. 😛 Eu assumo que esses "fence sitters" percebem que somos todos ignorantes, burros, e estúpidos, em diferentes partes da nossa vida. Eu assumo que eles têm inteligência suficiente para compreenderem isso, e daí que percebem o alcance das minhas palavras. Se calhar estou errado, e terei que os tratar como a miúdos de 5 anos (com paninhos quentes, porque coitadinhos dos meninos). Mas até me provarem que estou errado, vou sempre, por defeito, assumir que são adultos inteligentes, e tratá-los a esse nível.

  13. Mas a questão está aí mesmo, Carlos! O Huxley era bruto com aqueles que atacavam *mas* usava factos nesse ataque. O Carlos, neste artigo, não o faz. Diz “estão lá os links”, mas isso, e perdoe-me que o indique, é precisamente o que os woo fazem; apontam para links externos, sem mais detalhes. Seja como for, e como disse antes, o problema mesmo, a nível estratégico, e a meu ver, é só mesmo o ataque aos fence sitters. Tudo o resto é acessório.

  14. “Há uma grande diferença entre Huxley e o Carlos-deste-artigo-que-pode-ser-diferente-noutros-artigos: Huxley rebentava com todos os críticos de Darwin com factos.”
    Os factos estão nos links. Como disse atrás, acho uma perfeita perda de tempo fazer copy-paste de coisas que qualquer pessoa com um dedo e dois neurónios pode clicar.

    Quanto à “grande diferença”… será que leu sobre as discussões que o Huxley teve???
    Não estou a falar só da mais famosa, que não há registos porque foi uma discussão informal, mas de outras que ele foi tendo.
    LOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL
    Ele era muito menos meigo que eu!

    Mas vamos à “magnanime” wikipedia:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Henry_Huxley#Darwin.27s_bulldog
    O que sabemos que ele escreveu sobre um artigo sobre a Evolução:
    “Since Lord Brougham ASSAILED Dr Young, the world has seen no such specimen of the INSOLENSE of a SHALLOW pretender to a Master in Science as this remarkable production, in which one of the most exact of observers, most cautious of reasoners, and most candid of expositors, of this or any other age, is held up to SCORN as a “FLIGHTY” PERSON, who endeavours “to prop up his UTTERLY ROTTEN fabric of guess and speculation,” and whose “mode of dealing with nature” is reprobated as “UTTERLY DISHONOURABLE to Natural Science.”
    If I confine my retrospect of the reception of the ‘Origin of Species’ to a twelvemonth, or thereabouts, from the time of its publication, I do not recollect anything quite so FOOLISH and unmannerly as the Quarterly Review article…”

    (as palavras em maiúsculas são minhas, só para salientar os termos que ele usa)

    Como assumo que o Pedro é uma pessoa inteligente e conhecedora, sei que o Pedro encontrará outras palavras do Huxley ao mesmo nível e pior…
    Eu à beira dele… sou um “gatinho”…

  15. Pela graça do Todo-Poderoso Flying Spaghetti Monster, passo-lhe já um pdf com o artigo, não seja por isso!

    Vou tentar explicar-me bem de uma vez por todas: o meu interesse não é nos crentes da homeopatia, ou nos crentes do que quer que seja. Se são crentes, estão já dentro da toca do coelho da Alice, e muito dificilmente sairão de lá. Gastar tempo e energias com eles é desgastante e não rende. Não é desses que falo, mas sim dos fence sitters, isto é, as pessoas que não são céticos nem são woo, que nunca pensaram muito no assunto, e que estão abertas a ouvir mais sobre o mesmo. Se as chamarmos de ignorantes e burras, acham que somos arrogantes, viram costas, não ouvem uma só palavra mais, e ficarão a pensar que a homeopatia ou as tretas pseudo-quânticas são verdadeiras, por culpa nossa!

    Resumindo:
    Atacar as ideias dos woos e ridicularizá-los – go for it!
    Atacar os fence sitters – não se ganha nada com isso.

  16. De Life of Brian, adoro a parte final:
    http://www.astropt.org/2008/11/02/reflexoes/

    “alguma vez viu um artigo ou notícia nos media que derrubasse tão brutalmente uma pseudo-ciência como este da visão?”
    Eu disse-lhe em cima que não li o artigo da Visão.
    Limitei-me a comentar a Capa que expôs no seu site, e a Capa é, para mim, um desastre.
    E há mais gente a ver a capa, do que a ler o artigo.
    É só isto que eu digo…

    Mas gostava de saber, se puder fazer um estudo detalhado, de quantos crentes em homeopatia leram esse artigo (ou viram esse programa) e acreditaram na parte científica lá mencionada…
    Ou seja, que percentagem “mudaram de crença” do Dark Side para o lado dos Jedi…

    Eu mudo de atitude se os factos do estudo mostrarem essa mudança significativa. Ou seja, como cientista, não tenho qualquer problema em mudar quando os factos não estão de acordo com o que eu digo.
    Espero que o Pedro faça o mesmo, se perceber que os crentes em Homeopatia não acreditaram nos “mentirosos cientistas”.

  17. Há uma grande diferença entre Huxley e o Carlos-deste-artigo-que-pode-ser-diferente-noutros-artigos: Huxley rebentava com todos os críticos de Darwin com factos. O Carlos simplesmente chamou charlatães aos woo (verdade, e bem jogado, a meu ver, eu faria exactamente o mesmo) e ignorantes e burros ao resto da população, e é aqui que, a meu ver, perde impacto e alcance.

    Que fique claro uma coisa – em momento algum se deve “accomodate” os woos. O que eles defendem é absurdo e há que esmagar ideias erradas e/ou perigosas.
    Se há que ridicularizar os woos, força, serei o primeiro na fila, mas nunca os fence sitters, senão perdêmo-los para sempre.

    “Eu chamei-me a mim próprio ignorante, parvo, e burro, em determinadas situações.
    E nem por isso fechei a porta ao diálogo comigo próprio.” – há aqui algures uma falácia lógica, mas já estou um pouco cansado, e não tou bem a ver qual é 😉

    (obviamente, somos todos ignorantes parvos e burros em várias situações)

  18. youtube.com…

    Brian: There’s no pleasing some people!
    Begger; That’s what Jesus said, sir!
    (Life of Brian)

    Carlos, a sério, sem contar com os artigos do The Guardian, escritos pelo Ben Goldacre, alguma vez viu um artigo ou notícia nos media que derrubasse tão brutalmente uma pseudo-ciência como este da visão? Se acha que este artigo de fundo da visão que deixou os homeopatas enterrarem-se a si próprios com as suas afirmações absurdas, que fala do Million Dollar Challenge do Randi (dizendo mal do Uri Geller!), que mostra como é feito um “medicamento” homeopático, que dizima o Benveniste e o oh-so-silly-coccinum, que demonstra o escândalo do infarmed não partilhar a informação que diz que tem, que mostrou a campanha 10:23 e que referiu o caso da menina australiana que morreu por causa dos pais homeopatas… que mais quer?

    Olhe, por exemplo, para o programa *demolidor* da CBC (Canadian Broadcast Company) sobre a homeopatia, que a dizimou por completo. http://www.youtube.com/watch?v=kFKojcTknbU
    Como se chama? >>> Homeopathy: Cure or Con?

  19. Pedro,

    Deixe-me dar-lhe uma comparação:

    O Pedro está-se a comportar como Darwin, ou Copérnico, “soft” e com medo do que os outros vão pensar.
    Enquanto eu comporto-me como Darwin (“soft”, simplesmente com um objectivo educacional) nalguns casos (notícias), e como T.H. Huxley (“Darwin’s bulldog”) nos casos em que dou as minhas opiniões sobre os assuntos – que está de acordo com a minha personalidade, como já tenho dito dezenas de vezes aqui pelo blog.

    Há quem admita que sem Huxley, Darwin seria hoje um perfeito desconhecido…

    Eu chamei-me a mim próprio ignorante, parvo, e burro, em determinadas situações.
    E nem por isso fechei a porta ao diálogo comigo próprio.
    Interessante, não é? 😉

  20. “e quando assumi posturas de procura de encontro de um ‘common ground’, e de procura de algo absurdo que o meu interlocutor concorde que é absurdo, para daí chegarmos a porque é que aquilo é absurdo e por fim vermos, no que estamos a discutir, essas mesmas características… absurdas!”

    Não sei se percebi tanta coisa absurda 😀

    Mas a minha estratégia passa por dizer a verdade, e não procurar “common ground”.
    Por exemplo: A Homeopatia é uma Cura ou uma Fraude. A resposta é simples: é uma Fraude. Não existe qualquer common ground.
    O problema da Visão é precisamente esse: procurar o common ground.

    A procura de common ground tem o condão da outra pessoa até concordar com algumas coisas, mas não com a premissa objectiva, porque não lhe é dita abertamente.

    Não é à-toa que esse common ground levou a 50% de americanos acreditarem no Criacionismo. É o tal common ground. Eles também concordam com os biólogos numas coisas, só não na proposição geral da evolução. É o tal common ground
    😉

    Como a Ana disse, tudo passa pela educação. E essa é feita no inicio nas escolas. Ou deveria ser feita. Não pense que na net, numa hora, irá desfazer crenças irracionais de muitos anos…

    abraço! 😉

  21. sciencebasedmedicine.org…

    “Mas continuo sem entender qual é o problema de afirmar objectivamente que as pessoas são ignorantes e burras”

    O problema é que fecha a porta ao diálogo. Qualquer coisa que diga a seguir já não vai ser ouvida pelo interlocutor.

    Veja-se, por exemplo, este artigo do Steve Novella, sito em http://theness.com/neurologicablog/?p=499 :
    How To Argue
    In most of the arguments that I find myself the other person has staked out a position and they defend it jealously, as if they were a high-paid lawyer defending a client. This adversarial approach, however, is not constructive. Rather, the parties of an argument should be trying to find common ground, and then proceed carefully from that common ground to resolve any differences.

    Ou este, da Val Jones – http://www.sciencebasedmedicine.org/?p=458 no qual ela conta a forma como debateu com um colega, ao qual não chamou nem parvo, nem ignorante, nem burro.

  22. Uma achega, se me permitem:
    Logicamente, não estou contra o Carlos, nem sequer contra o seu método de escrita. Este é o seu blog, ou pelo menos parte dele, e tem todo o direito de se exprimir como quer, e defenderei até às últimas consequências esse direito.
    Acho que há espaço para todo o tipo de mentalidades e de maneiras de exprimir opiniões. Sou é cético 😉 sobre o valor estratégico desta.

    Ah, e não posso concordar com a frase “Quem vem para saber mais, consegue perceber o alcance das palavras” precisamente porque já vi, na prática, os resultados que consegui ter com as pessoas, seja ao vivo seja via internet, quando assumi posturas como a do Carlos (neste texto) e quando assumi posturas de procura de encontro de um ‘common ground’, e de procura de algo absurdo que o meu interlocutor concorde que é absurdo, para daí chegarmos a porque é que aquilo é absurdo e por fim vermos, no que estamos a discutir, essas mesmas características… absurdas!

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