A bela e misteriosa Helena

A sonda Cassini completou no dia 18 de Junho o segundo encontro próximo com Helena em pouco mais de um ano. Ao contrário do que havia sucedido no primeiro encontro, a equipa da missão conseguiu direccionar a sonda com a precisão necessária para que a pequena lua surgisse bem enquadrada em todas as imagens.
Desta vez foram observadas as regiões junto ao pólo norte e a face mais próxima de Saturno, o que vai permitir a conclusão do primeiro mapa global da maior das quatro luas co-orbitais do sistema saturniano. As novas imagens vão também possibilitar um estudo mais detalhado das estranhas estrias que sulcam grande parte do hemisfério subsaturniano. Formadas provavelmente por derrocadas de fino material particulado nas depressões mais profundas, estas formas geológicas aparentam ser um adereço relativamente recente na superfície de Helena, devido à quase inexistência de crateras nos locais onde se encontram. Curiosamente, o hemisfério antisaturniano apresenta-se coberto de crateras, um aspecto mais consistente com o que seria de esperar de um corpo tão pequeno. A razão para tais diferenças entre as duas faces da pequena lua permanece ainda um mistério.
Vejam em baixo algumas imagens deste encontro.

A face subsaturniana de Helena numa composição em cores contrastadas obtida a partir de imagens captadas a 18 de Junho de 2011 pela sonda Cassini. Reparem nas inúmeras estrias que cobrem esta região.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Gordan Ugarkovic.

Os primeiros vinte minutos do encontro de 18 de Junho de 2011 da sonda Cassini com a pequena lua Helena ilustrados numa sequência de 19 imagens.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/animação de Sérgio Paulino.

O crescente irregular de Helena numa imagem obtida pouco antes do ponto mais próximo do encontro, a cerca de 7 mil de quilómetros de distância.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

Uma das últimas imagens do encontro de 18 de Junho de 2011.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

3 comentários

    • Ana Guerreiro Pereira on 25/06/2011 at 15:07
    • Responder

    Dá para referir descritivamente o que é exactamente Helena, o tipo de lua que é, e o interesse da sua observação? 🙂 Fiquei curiosa porque pensei que fosse um mero asteróide e agora ganhei a noção de um tipo “diferente” de lua que orbita um planeta (neste caso, Saturno).

    1. Olá, Ana

      Helena é interessante porque encontra-se no ponto de Lagrange L4 do sistema Dione-Saturno. Ou seja, Helena ocupa a mesma órbita de Dione, mas mantém-se sempre 60º à frente, num ponto de equilíbrio gravitacional com Dione e Saturno. Existem outras três luas co-orbitais com este tipo de relacionamento: Polideuces em L5 do sistema Dione-Saturno, e Telesto e Calipso, respectivamente em L4 e L5 do sistema Tétis-Saturno. Por vezes são chamadas de luas troianas porque têm características orbitais semelhantes aos asteróides troianos de Júpiter (estão catalogados mais de 1.000 neste momento!).
      Estes objectos ter-se-ão formado de forma distinta das outras luas saturnianas, pela acumulação de material nestas regiões de equilíbrio gravitacional. Até agora são os únicos exemplos de luas troianas no Sistema Solar.

    • Ana Guerreiro Pereira on 25/06/2011 at 15:02
    • Responder

    Engraçado que se tem esta noção de que as Luas são todas redondinhas e afinal não é bem, bem assim… 😀

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