Construção dum Pensamento Científico

Num dos posts anteriores vimos que, na ciência, uma teoria é construída a partir da indução e, assim, deduzem-se novos factos. A indução consiste em propor uma lei como “todos os metais aumentam de volume quando aquecidos”. O problema da indução é que qualquer lei baseada nela requer uma excepção. Na dedução o enunciado “metais aquicidos expandem” é dada como garantida. “o cobre é um metal”. Ao usar a lógica podemos deduzir que o cobre é um metal e, sendo assim, irá expandir quando aquecido. Contudo, não se pode ter a certeza que foram examinados todos os metais. Assim, “a indução abre as portas à falseabilidade”.

Quando argumentamos usamos inferências. A inferência é um processo de concluir uma ideia a partir de outra. As expressões “tenho a certeza”, “acho que”, “deve ser” não se referem às ideias em si mas à formação de ideias.

A lógica das inferências

É importante “identificar o tipo de inferência para poder avaliar a sua força ou fragilidade no argumento”. As inferências podem ser de 3 tipos:

1-      Dedutivas

Neste tipo de inferência como já vimos, implica que a verdade das premissas implica a verdade da conclusão: “todos os metais expandem quando aquecem”, “o cobre é um metal”, logo “o cobre expande quando aquece”.

Este tipo de inferência não admite excepções. Se disser que “o cobre é um metal e não expande quando aquece”, deixa de fazer sentido tendo em conta as premissas. Assim, para refutar basta encontrar um contra-exemplo.

2-      Indutivas

Aqui, “a verdade das premissas não implica a verdade da conclçusão”. Depende, sim, “de uma estimativa de probabilidade que resulta de um conjunto de observações”. A sua formação é inversa à das inferências dedutivas: “este macaco atira pedras”, logo “é possível que todos os macacos atiram pedras”.

3-      Plausíveis

Presume como válido, por ser razoável e provável, embora admita excepções. Sempre que haja algum indício que contrarie esta inferência ela é anulada. Se vir fumo a saír de uma casa é plausível inferir que está a arder. Não é uma dedução porque é possível deitar fumo sem estar a arder. Também não é indução porque não é baseada numa amostra de casas que deitam fumo.

Falácias

As falácias são argumentos incorrectos. Os pseudo usam bastantes razões não aceitáveis, inferências inválidas ou falácias. Algumas das falácias usadas são as de Apelo à Autoridade, Opinião Popular, por Analogia, Apelo às Consequências e Ataque à Pessoa. Certamente já experimentámos algumas destas falácias em posts ou comentário contra a ciência ou contra nós.

Uma falácia deriva de uma explicação inválida para induzir uma inferência incorrecta. Assim, a explicação torna-se a base de uma falácia. Ou seja, é propor uma explicação para algo que nunca acontece e, assim, induzir uma conclusão errada.

É necessário verificar se a explicação é inválida. Inválida “por não ser testável, por explicar algo que não é real, por ser feita apenas para aquele caso e não ser generalizável ou por se basear em algo irrelevante”.

Fonte: Aulas de Pensamento Crítico, dadas pelo prof Ludwig Kippahl. Pode ler o blog deste professor aqui

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