Cientistas chineses batem recorde de teletransporte quântico

(Crédito da imagem: Yin et al.)

“(…) Quando dois fótons são criados juntos, eles nascem realmente gêmeos, compartilhando propriedades que ficam compartilhadas mesmo quando os dois se separam. É o fenômeno chamado entrelaçamento, que Einstein chamou de ação fantasmagórica à distância: normalmente se diz que o que acontecer a uma das partículas entrelaçadas afetará imediatamente a outra, mesmo que ela esteja do outro lado da galáxia.
Ainda não dá para ir do outro lado da galáxia, mas Juan Yin e seus colegas da Universidade de Ciência e Tecnologia da China teletransportaram um estado quântico por uma distância de 97 quilômetros – o recorde anterior era de 16 km.
(…) Embora cientistas já tenham alegado ter teletransportado até moléculas de DNA, no teletransporte quântico não há rigorosamente “transporte”. Depois de entrelaçados, os fótons são enviados, um para um ponto A e outro para um ponto B. Quando o fóton em A é alterado, o fóton em B também se altera, devido ao entrelaçamento. Ou seja, os fótons não viajam um para a posição do outro, o que viaja é a informação – o que os cientistas chamam de estado quântico. (…)”

Leiam o artigo completo em português, no Inovação Tecnológica.
Leiam também em inglês, e o artigo científico.

9 comentários

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  1. Obrigado Manel Martins.

    • GENIVALDO MAGALHAES DOS SANTOS on 04/06/2012 at 15:25
    • Responder

    Manoel Rosa Martins; Gostei da reposta sobre a interaçao de materia perguntado por Bruno obrigado

  2. Obrigado Manel Rosa,
    Um excecelente comentario que daria um elucidativo Post. 🙂
    vou seguir o link ASAP, Obrigado

    • GENIVALDO MAGALHAES DOS SANTOS on 31/05/2012 at 00:13
    • Responder

    Boa noite senhores. Venho acompanhando todo o desenvolver da teoria quantica, Gosto de saber que muitas pessoas aqui no Brasil levem isso a serio. Tudo que e cultura tecnologica temos que abraçar pois isso e o futuro. Ja lancei outro dia minha teoria como aproveitar a propia força da gravidade . Tenho tendado dopar um retangulo com um metro quadrado e no seu interior varios hexagonos interligados eletricamente com fios , para que em todos os pontos eu injete a frequencia 2.400 GH. e todos esses hexagonos sejam dopados com elementos que criam campo magnetico opsto com a força da propia gravidade como o sistema entrasse em ressonancia com os eletrons livres dopados ajissem pela frequencia de vibraçao injetada igual em todos pontos . Estou fazendo experiencia com varios elementos de nossa tabela perodia. obrigado

  3. Boa tarde

    Sim excelente post!!
    e sim, promete grandes revelacoes.

    Talvez o Manel Rosa seja a pessoa mais indicava para responder á minha pergunta,
    a verdade é que a “probabilidade quantica” sempre me assustou um pouco, devido á minha ignorancia, talvez. Mas aparentemente já nao é tao absurdo pensar que tudo á nossa volta sao ondas, que fazem variar as propriedades quanticas.
    Manuel, se as particulas sao criados juntas, e se as encararmos como ondas , e se tem as mesmas propriedades, deixa de existir probabilidade estatistica de encontrar as propriedades na fisica quantica. é algo real que terá sempre o mesmo valor quando analisado. ou nao? 🙂 😉

    Abraco

      • Manel Rosa Martins on 01/06/2012 at 19:01
      • Responder

      Olá Bruno, boas perguntas.

      Vamos lá por partes, a dualidade onda-partícula é uma propriedade tanto da matéria como da energia.

      A probabilidade descreve a natureza do mundo que nos rodeia, este é probabilístico e não determinístico. Ou seja, na prática, um electrão não “está”, não se encontra em determinada posição, temos antes uma probabilidade mais elevada de o detectar numa determinada posição muito específica e precisa.

      Isso depende do nível de energia desse electrão. Portanto temos 3 factores que são inconstantes, que se alteram. A posição, o nível de energia e a própria probabilidade de o detectarmos. Mas há outras propriedades que se mantém, tais como o spin dum electrão, a sua carga e até a sua massa (que medimos em unidades de energia) em determinadas situações.

      O facto de as partículas do Universo estarem, tanto quanto sabemos pelo principio da exclusão de Pauli (algumas partículas não podem partilhar a mesma posição exacta) e pelo principio da incerteza de Heisenberg (quento melhor medimos a posição pior medimos o momentum e vice-versa), ligadas entre si não significa que fossem todas geradas em simultâneo, mas significa que há como que um historial, uma árvore genealógica, que as liga a todas umas às outras.

      Como dizia há uns dias um Professor que versava sobre o entrelaçamento quântico (quanta quer dizer quantidade mínima de espaço-tempo onde pode haver trabalho, ou seja onde pode ser gerada energia, não se assuste com palavras mais estranhas): a física do muito pequeno é já excelente a descrever o estranho mundo que nos rodeia tal como este o é, mas ainda não tem todas as explicações das causas das suas observações.

      No fundo, para lhe ser honesto, a explicação das partículas do Universo estarem todas ligdas entre si é a explicação sobrevivente do entrelaçamento.

      Einstein-Rosen-Podolski formularam um paradoxo para contestar o entrelaçamento, e de facto este só poderia ser ultrapassado de 3 formas:

      Ou as partículas tinham um manancil de informação descomunal que o seu tamanho diminuto não permitia.

      Ou a informação viajaria mais rápida do que a luz ou

      Dado que nem a primeira nem a segunda explicações seriam minimamente verosímeis, então as partículas terão uma ligação entre si que data desde o tempo em que a primeira partícula (que terá sido o gravitão, uma partícula aind teórica que “transporta” a gravidade) se libertou do caldo inicial em que todas as partícula se todas as energias estariam unificadas numa sopa de plasma de gluons e de quarks.

      Digamos que esta sopa é uma forma simpática e sofisticada de dizer: não sabemos como esse caldo primordial era formado, imaginamos pelo que sucedeu a seguir. mas na verdade não o sabemos, ainda não.

      Daí estarmos tão ansiosos pelo futuro de missões como telescópio James Webb ou pleo resultado das experiências do CERN, que tentem ver melhor e recriar (de fotma muito minúscula e sem perigo) as condições do Big Bang.

      O Bruno para se orientar melhor e dar organização à sua fantástica curiosidade, tente primeiro ver a classificação das partículas conhecidas (pelo modelo-padrão da Física de partículas elementares) e só depois analise as suas propriedades, senão vai ser uma dose muito grande duma só vez de informação toda muito anti-intuitiva e muito estranha.

      Junto-lhe um “mapa das estradas,” faça ua impressão e depois de ver os grupos principias de partículas veja as 3 gerações e só depois os números pequeninos no canto superior esquerdo, que são as propriedades.

      Vai ver que muitas destas propriedades se mantém, mas algumas de facto alteram-se.

      É um bom começo, pelo menos fica bem situado.

      Só depois deverá ir ver os números quânticos.

      Um abraço e Obrigado.

      http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/00/Standard_Model_of_Elementary_Particles.svg/500px-Standard_Model_of_Elementary_Particles.svg.png

        • Manel Rosa Martins on 02/06/2012 at 14:11

        Bruno, para clarificar: o mecanismo subjacente ao emaranhamento é 2 partículas partilharem a mesma função onda, ou seja a mesma fórmula de solução matemática que determina (as equações são puramente deterministas, a probabilidade resultante é que não) especificamente e com precisão a posição e, numa das soluções, também o tempo que a partícula surge nessa posição.

        Uma analogia boa é a corda da guitarra, que provoca notas e tons diferentes dentro das mesmas notas, as partículas também se apresentam numa arrumação oscilatória semelhante.

        Quando a onda colapsa, parece uma onda do mar a rebentar, gera-se assim energia. No mar nós ouvimos o rebentamento porque o som ultrapassa a barreira da sua própria velocidade na nossa atmosfera (pressão e temperatura “normais”).

        Imagine que uma onda se formou no Pólo Norte e que chega ao mesmo tempo a Portugal e à costa Leste dos Estados Unidos.

        As partículas dessa onda, as moléculas que constituem as gotas de água, estão ligadas entre si por partilharem a mesma onda.

        Esta analogia serve para ilustrar o fenómeno do emaranhamento, mas tem que ter atenção que não explica matematicamente o mesmo, já que é apenas uma ilustração e os regimes do muito pequeno (moléculas, átomos, partículas sub-atómicas) é muito diferente do do muito grande (gotas, fluxos de água, ondas, oceanos).

        Preferi dividir o comentário em 2, primeiro para o guiar no “mapa das estradas” e depois para irmos então mais especificamente ao emaranhamento.

        É muita informação a digerir e se me permite um conselho vá gradualmente, lembre-se que cada dia ou horas que passamos em Física de Partículas, é sempre tão anti-intuitiva e estranha em relação ao que estamos habituados no dia-a-dia que é boa ideia recapitular quase tudo para se avançar um pequeno passo. :))

        Na verdade as analogias que emprego estão até erradas do ponto de vista formalmente científico, pelo simples facto de que não há uma única analogia do muito grande que esteja formalmente certa no muito pequeno. Podem é ajudar a cimentarmos os conceitos, mas por favor tenham em atenção que, em rigor, nada mais do que isso.

        Bom fim de semana para si e para todos.

  4. Eu estava conversando sobre entrelaçamento quântico com um amigo há uns 2 dias e sobre sua possibilidade de, quem sabe um dia, permitir a comunicação faster-than-light.

      • Manel Rosa Martins on 29/05/2012 at 00:59
      • Responder

      Por estranho que possa parecer já há comunicação de informação mais rápida do que a velocidade da luz, até 15 a 20 vezes mais rápida, sempre aliás a acelerar e a bater o seu máximo a cada momento que passa no tempo.

      E são logo galáxias inteiras, e aglomerados de galáxias, o Universo não faz a coisa por menos. Vemos hoje em dia a luz que foi emitada por galáxias há muito desaparecidas materialmente dessa ponto que outrora ocupavam, porque olhar para as estrelas é olhar para o passado.

      O que as propriedades do entrelaçamento permitem é o processamento de dados por mais vias e esse sim muito mais perto da velocidade da luz.

      Também se adivinham muitos ganhos na encriptação de dados logo muitos mais dados comprimidos em cada nova unidade de informação.

      O mesmo contentor andar por 3 dimensões diferentes ao mesmo tempo carregando o triplo de dados a uma velocidade muito superior e com erros de zero reciclável ( o erro é aproveitado para induzir frio na fibra óptica, actuando como um lubrificante).

      O conceito já tem algumas aplicações práticas com os avanços na graphene (carvão coma espessura de 1 átomo) , e promete ser uma das revoluções da Física neste século 21.

      Excelente post, sóbrio e cuidado :))

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