Em Busca da Imortalidade

“Será que algum dia seremos imortais?

Viver melhor, com mais saúde e durante mais tempo é o que a ciência e a tecnologia nos reservam a curto prazo.

Os paraplégicos agora podem começar a andar novamente graças aos exoesqueletos.
A Google tem aliciado os melhores investigadores do planeta para tentar erradicar doenças relacionadas com o envelhecimento.
Enquanto isso, inúmeras startups testam novas formas e medicamentos que nos podem tornar imortais.

Numa altura em que os medicamentos anti-envelhecimento estão em ascensão, poderá a velhice um dia tornar-se uma “doença” curável?”

Looking For Immortality é um documentário bipolar que também passou na RTP.

Esperava um documentário sobre as novas técnicas científicas de prolongar a vida.
Mas o documentário não é sobre isto.

E porque lhe chamo bipolar?
Porque está dividido numa pequena parte científica e numa outra parte, enorme, de promoção da pseudociência.

O documentário começa muito bem, dizendo que o objectivo é ter humanos mais fortes, mais inteligentes, livres de deficiências, de doenças e até da morte.
E o programa defende que já estamos num processo de transformação. Afinal, a tecnologia já melhora enormemente a vida das pessoas.

Em termos práticos, o documentário mostra o desenvolvimento de próteses e de exo-esqueletos para a reabilitação da mobilidade das pessoas.
Mas cuidado: os exo-esqueletos também podem aumentar a capacidade do ser humano a nível militar – construir um super-soldado, com base num humano robotizado.

A seguir, o documentário diz que é possível prevenir o envelhecimento, graças aos avanços científicos.

No entanto, dá como exemplo a medicina alternativa, sem evidências científicas, conhecida como medicina ortomolecular.
Além disso, defende a agricultura orgânica, os suplementos vitamínicos, etc, sem quaisquer evidências concretas. Só incluem um médico a dizer que os anti-oxidantes podem aumentar os riscos cardiovasculares.
Pior do que isto, o narrador ainda diz que existem duas medicinas que se opõem: a convencional e a preventiva com suplementos dietéticos. Isto é mentira! Porque só existe uma medicina: a que funciona!
Ainda pior é promoverem um livro pseudo, sobre “energia do corpo”. Enfim…

A segunda parte do documentário é deplorável, já que promove a feira pseudo na Califórnia de merdicinas alternativas: RaadFest.
Surpreendentemente, o documentário chama-lhe conferencia científica. Enfim…
Os defensores desta feira promovem a auto-experimentação: as pessoas devem experimentar nelas próprias as coisas. Se não gostarem ou se morrerem, paciência.
Uma característica importante nas entrevistas que foram feitas é que parece que ninguém tem formação científica. No entanto, eles vendem produtos que afirmam que funcionam. Curiosamente, nenhuma dessas pessoas tem 120 anos, por exemplo, como evidência de que vivem mais e melhor.
Uma das coisas que percebi nessa feira é que há pessoas a tomar mais de 15 comprimidos por dia! E com preços de milhares de euros por ano! E as pessoas nem sequer parecem mais jovens…
Curiosamente, um dos directores da Google foi um dos oradores convidados. Esse director toma mais de 100 comprimidos por dia! Fez-me lembrar Steve Jobs, que preferiu seguir inicialmente estas tretas, e quando quis seguir os conselhos científicos já era tarde demais…

Neste documentário, relativamente pouco tempo é dado aos cientistas/médicos que explicam que, após investigações aprofundadas, esses tratamentos causam mais doenças, como o cancro.

Este é um documentário que não recomendo.
Infelizmente, é um documentário que me levou ao engano…

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