Passaporte COVID

Estou confuso quanto à problemática sobre o chamado Passaporte COVID ou Certificado COVID.
Não consigo entender bem toda a discussão sobre isto.

Quer dizer, consigo perceber os argumentos – que são recorrentes – da direita nos EUA, sobretudo a extrema direita.
Acenam a bandeira das liberdades individuais e gritam que isto é uma invasão da privacidade dos cidadãos.
É um argumento que até funciona bem, quando as pessoas são ignorantes e deixam-se levar por “frases feitas”.

Mas, tal como tenho lido e ouvido por vários médicos e cientistas americanos, estes argumentos fazem pouco sentido se refletirmos sobre a nossa própria vida e sobre todos os documentos que temos que apresentar em diferentes situações da nossa vida diária.

O Certificado COVID prevê-se que tenha somente o nome da pessoa, a data de nascimento, o nome da vacina, e a data da vacinação.
Ora, o Passaporte normal que nós somos obrigados a utilizar para viajar tem muitas mais informações: nome, foto, data de nascimento, assinatura, sêlos dos países que visitamos nos últimos anos, etc. Assim, existem muitas mais informações nos passaportes normais, e as pessoas nunca se queixaram.

Por outro lado, nós somos obrigados a tomar certas vacinas (e a ter provas disso) antes de viajarmos para certos países. Por exemplo, quem queira viajar para o Gana ou para o Uganda, tem que mostrar prova que tomou a vacina contra a febre amarela.
Mesmo quando é por motivos religiosos, por exemplo, para ir à peregrinação a Meca, tem que se tomar antecipadamente a vacina contra a meningite.
Antes de chegar aos EUA, à Universidade do Texas, lembro-me perfeitamente que tive que tomar uma série de vacinas. A Universidade requer essa prova.
Em Portugal, para se andar na escola, tem que se ter tomado várias vacinas. Nos EUA é a mesma coisa nas escolas públicas.

Por isso, não entendo toda a problemática por mais uma vacina…

Em websites conspirativos, lê-se que este Certificado é só uma forma do Governo saber onde andamos e o que fazemos.
Mas quem utiliza este argumento, sobre um mero papel, usa diariamente um computador ou um telemóvel/celular?
É que as autoridades podem saber onde andamos pelo telemóvel/celular, por exemplo. Não precisam de um papel de vacinação.

Enfim, para mim, não existe qualquer problema em ter mais um papel a comprovar que se tomou certa vacina.
Afinal, esse papel não prova só que estamos protegidos. Esse papel mostra que estamos a proteger os outros. E esse é o objetivo do Certificado/Passaporte COVID.

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