Vacina contra a malária

Crédito: Brian Ongoro

No passado dia 6 de Outubro de 2021, a Organização Mundial de Saúde aprovou o uso da primeira vacina contra a malária.

Estima-se que todos os anos, existam cerca de 230 milhões de casos de malária, levando a mais de 400 mil mortos por ano, sobretudo de bebés e crianças.
Esta doença infecciosa transmitida por mosquitos mata centenas de milhares de crianças todos os anos.

A questão é que esta doença encontra-se sobretudo em regiões tropicais e subtropicais onde a pobreza é extrema.
94% destes casos são em África.

Apesar de ser uma doença que afeta os humanos há vários milhares de anos (durante o Império Romano, era conhecida como “febre romana”), como não afeta os chamados “países ricos”, não existiu uma procura incessante por uma vacina.
Desde há 100 anos que se têm feito alguns estudos nesse sentido, mas sem um forte investimento para chegar rapidamente a uma vacina segura e eficaz.

Mas agora, finalmente, com o financiamento da Fundação de Bill & Melinda Gates, desenvolveu-se uma vacina segura e relativamente eficaz contra esta doença antiga e terrível.

A vacina RTS,S (Mosquirix) foi desenvolvida pela farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK).
Há já 6 anos que se tinha evidências que a vacina era eficaz. Mas era preciso comprová-lo na prática, no terreno, no laboratório real. Assim, desde 2019, que esta vacina foi administrada a mais de 800 mil crianças no Gana, Quénia e Malawi.
Estes testes na sociedade real mostraram uma eficácia limitada, prevenindo somente 39% dos casos de malária.
No entanto, em Agosto, novos estudos demonstraram que tomar a vacina com medicamentos anti-malária reduz em 70% o risco de hospitalização ou morte em crianças.
Assim, a vacina mais o medicamento previnem os efeitos mais graves da doença.

Um aspeto interessante que fui vendo nos vários canais de televisão internacionais foi jornalistas em África perguntarem às mães se iam vacinar os filhos, e elas responderem: “sem dúvida nenhuma”.
Em África não há negacionistas. Esse é um problema dos “países ricos”, que estão mal habituados a pensarem que as coisas são seguras só porque sim (sem entenderem que as coisas são seguras devido ao que é feito para criar essa segurança). Em África, com centenas de milhares de mães a verem os seus filhos a morrerem destas doenças, uma vacina é uma preciosidade, porque as mães vêem com os seus olhos o benefício que a vacina traz. Em África, as pessoas vêem o valor real que as vacinas trazem: salvam vidas. Daí não existirem negacionistas, porque lá percebe-se que ser negacionista é arriscar a morte de forma perfeitamente escusada.

Fontes: artigo científico, Organização Mundial de Saúde, RTP, BBC, BBC, New York Times.

1 comentário

    • Jonathan Malavolta on 10/10/2021 at 04:38
    • Responder

    Que coisa boa, mais uma vacina para a humanidade usufruir da vida como ela é (ou como deveria ser).

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