Mundos aquáticos nas rochas

Um novo estudo sugere que podem existir muitos mais planetas com grandes quantidades de água, do que se pensava antes.
Esses planetas orbitam as estrelas mais comuns (que existem em maior quantidade) no Universo: as estrelas anãs vermelhas, mais propriamente as estrelas de classe M da sequência principal: são mais frias e têm menos massa que o nosso Sol, mas vivem muito mais tempo.

Esses exoplanetas deverão ser metade de água e metade de rocha (silicatos).
Mas o extraordinário é que toda a água deve estar inserida na rocha, já que os planetas estão demasiado perto da sua estrela, e assim não terão condições para ter oceanos ou rios de água líquida na sua superfície.

Esses planetas extrasolares com metade de água, deverão ser menores que Neptuno e deverão ter uma massa de 2 a 3 massas terrestres.

Crédito: Luque & Pallé

Combinando diferentes métodos de deteção de planetas, os cientistas conseguem descobrir, de forma indireta, o diâmetro e a massa dos exoplanetas.
Assim, apesar de não se conseguir ver os exoplanetas, pode-se inferir se são grandes e cheios de gás como Júpiter ou se são pequenos e densos (rochosos) como a Terra.

Com estas informações em mente, os astrónomos analisaram 43 planetas ao redor de estrelas anãs vermelhas.
E descobriram um padrão: as densidades da maioria desses planetas mostravam que eles eram demasiado leves para o seu tamanho. Assim, não poderiam ser rochosos. Tinham que ser rochosos e aquáticos (em vez de água, pode ser outra molécula leve).

No entanto, estes planetas estão tão próximos das suas estrelas, que não devem ter água líquida. Também não devem ter vastas quantidades de vapor de água, já que essa atmosfera aumentaria o seu diâmetro percetível.
Assim, a água deverá estar misturada com a rocha. Ou então podem existir lagos sob a superfície, como na lua Europa.

Este resultado contradiz o que se pensava sobre estes mundos: que seriam rochosos e completamente secos.
Quiçá vários destes mundos formaram-se mais longe da estrela (incorporando grandes camadas de gelo) e depois migraram para mais perto da estrela, levando ao gelo a derreter e a imiscuir-se na rocha.

Fonte: artigo científico.

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