Dodo vai voltar a viver?

O Dodo era um animal sociável, pacífico, parecido com uma galinha avantajada (também era um pássaro que não voava), que viveu na Terra, nomeadamente nas Ilhas Maurícias.
Estas ilhas eram desabitadas, até à chegada dos Humanos durante a Idade Média na Europa. No entanto, foi durante o século 16 que portugueses e, posteriormente, holandeses, realmente exploraram as Maurícias, montando bases e colonizando a ilha.

Obviamente, tudo o que apanhavam, comiam.
Assim, a população animal indígena tornou-se um festim para estes exploradores.

Devido ao seu sabor e a deixar-se apanhar facilmente, o Dodo tornou-se um alvo principal para a alimentação.
Até essa data, o Dodo nunca precisou fugir de nada/ninguém. Assim, o animal não evoluiu com essa característica. Por isso, quando os humanos chegaram, o animal não tinha as ferramentas evolutivas necessárias para entender que se tratavam de predadores.

No século 17, o Dodo já estava oficialmente extinto do planeta.
Assim, em cerca de um século, os Humanos conseguiram extinguir o Dodo.

Atualmente, olhando para o genoma, os parentes mais próximos dos Dodos que ainda sobrevivem, são os pombos.

Pintura feita por Ustad Mansur, em 1625, que mostra um Dodo vivo.
Créditos: Ustad Mansur, Institute for Eastern Studies, Novo-Mikhailovsky Palace, Saint Petersburg; Julian Hume; via wikipedia.

Agora, os laboratórios da empresa Colossal Biosciences querem fazer voltar à vida, animais que entretanto foram extintos, como os Mamutes e os Tigres-da-Tasmânia.
Um desses animais é o Dodo.

A empresa utiliza técnicas de edição de genes.

Obviamente, existem muitas críticas ao que a empresa pretende fazer.
Quem viu os filmes Jurassic Park sabe que as coisas podem correr mal rapidamente.
Além disso, há muita gente que defende que os recursos deviam estar a ser canalizados para salvar espécies atuais da extinção, e não para reavivar espécies já extintas.

De qualquer forma, os cientistas da Colossal Biosciences reconhecem que, para já, não é possível recriar animais exatamente como eram antes. Ou seja, mesmo que se consiga ter um animal parecido ao Dodo, nunca será um verdadeiro Dodo.
E o diretor da empresa também reconhece que, para já, ainda não tiveram qualquer sucesso em trazer da extinção qualquer animal a que se propuseram.

Fonte: The Guardian.

2 comentários

  1. Uma curiosidade: dizem que o nome do Dodo vem precisamente dos colonizadores portugueses que, vendo que os pássaros não fugiam deles, achavam que eram doidos (doudos)

    • Jonathan Malavolta on 16/03/2023 at 15:04
    • Responder

    Pelo que conheço sobre DNA, este só entra em extinção efetiva após mil anos da morte do indivíduo. Então, se se descobrirem alguma ossada (ou algum fóssil) de Dodô que ainda não tenha atingido 1000 anos de falecimento, existe uma probabilidade de que se consiga revivê-lo, embora que essa probabilidade seja um tanto remota.

    O DNA só vir a se extinguir dali a 1000 anos não significa que essa extinção se inicie após mil anos, ela termina após mil anos; levando em consideração que já se passaram algumas centenas de anos desde a morte do último Dodô, é óbvio que seu DNA, embora ainda existente e em parte esteja preservado, não está íntegro, alguma deterioração (pela própria ação do tempo) ele já sofreu.
    Outro ponto a se salientar é a variabilidade genética. Conseguir-se ressuscitar alguns indivíduos de uma espécie extinta através da edição de genes não garante nem que essa espécie irá se reproduzir, menos ainda que tal reprodução terá uma variedade constante de genes para manter a espécie em cativeiro por tempo suficiente para que os poucos indivíduos que recriarmos em laboratório (talvez dezenas) consiga sobreviver em ambiente natural sem o intercurso da ação humana (e mesmo que haja esse intercurso, é muito provável que a espécie volte novamente a ter o caráter “extinto”).

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