Desafio de Desinformação

Neste post, falei de conspirações políticas recentes nos EUA.
Neste post, referi que várias pessoas já foram presas, e a desinformação já fez com que a FOXnews tivesse que pagar 787 milhões de dólares à empresa Dominion.

Agora, ainda dentro da campanha de desinformação que levou à invasão do Capitólio nos EUA, temos o caso de Mike Lindell.
Mike Lindell, conhecido como My Pillow Guy era famoso pelos anúncios televisivos em que vendia produtos relacionados com a cama, nomeadamente almofadas.
Nos últimos anos, deixou de ser visto como um empresário de sucesso, não só porque passou a ter prejuízos enormes mas sobretudo porque enveredou por ideias conspirativas: negacionista das vacinas, negacionista dos resultados das eleições, etc.
Ele é um dos mais famosos e acérrimos defensores de Trump, negando a validade dos resultados das eleições de 2020.

Crédito: Markus Spiske, Unsplash.

Num simpósio sobre computadores, Mike Lindell disse que tinha provas que Trump tinha ganho. E mostrou os dados, que, segundo ele, provavam que Trump tinha mais votos que Biden.
Mas foi mais longe: anunciou um desafio chamado Prove Mike Wrong: se alguém mostrasse que aqueles dados sobre as eleições não eram válidos, essa pessoa receberia 5 milhões de dólares.

Robert Zeidman foi uma pessoa que votou em Trump e que ainda acredita nele.
Zeidman é um analista de dados e criador de software. Ele estava nesse simpósio e viu o desafio proposto por Mike Lindell.
Segundo ele, em poucas horas provou que os dados de Lindell estavam errados.
Assim, enviou a sua análise para Lindell, de modo a receber o prémio do desafio.

Lindell recusou-se a pagar: disse que era só uma brincadeira para encorajar as pessoas a analisarem os dados.

Zeidman processou Lindell.

O tribunal deu razão a Zeidman: Lindell vai ter que lhe pagar 5 milhões de dólares.

Fontes: Washington Post, CNN, NBCnews, The Guardian, The Hill.

1 comentário

    • Jonathan Malavolta on 27/04/2023 at 13:37
    • Responder

    Bem-feito! Bem que a Justiça poderia agir assim também com os clássicos engabeladores de pessoas existentes no Brasil. Felizmente, estou vendo isso ocorrer com o principal deles nos últimos 4 anos: Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, já foi indiciado pela Procuradoria Geral da República por crime de incitação ao terrorismo por conta de um único vídeo postado no dia 10 de janeiro deste ano, onde “parabeniza” seus apoiadores pela agressão à democracia brasileira perpetrada dois dias antes. Mesmo tendo retirado o vídeo do ar poucas horas depois, foi ouvido ontem pela Polícia Federal pois o Ministro Alexandre de Moraes já pediu a abertura de inquérito para averiguar a responsabilidade de Bolsonaro como mentor dos ataques de 8 de janeiro. O Supremo Tribunal Federal estuda agora a possibilidade de torná-lo réu no processo que já prendeu mais de 100 pessoas por crimes que vão desde vandalismo até terrorismo (pelo menos outras 300 pessoas aguardam em liberdade a tramitação no STF para serem ouvidas pela PF). O mencionado Ministro segue como relator do caso no STF.

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