Luzes nos terremotos

Luz de terremoto, na cidade japonesa de Sendai, em 2022?
Crédito: NHK, The Guardian

Recentemente, no terremoto de Marrocos foram vistas luzes no ar.

A observação de luzes de terremoto não é recente: existem relatos desde a Grécia antiga (in wikipedia).

“As luzes de terramoto ou EQL (do inglês “Earth Quake Light”) correspondem a um incomum fenómeno aéreo luminoso, similar em aparência a uma aurora boreal, que aparece no céu em cima ou perto de áreas onde há atrito tectónico, atividade sísmica ou erupções vulcânicas. São especialmente visíveis quando acontecem à noite.” (in wikipedia)

“As luzes de terremoto podem assumir várias formas diferentes (…).
Por vezes, as luzes podem parecer semelhantes a relâmpagos comuns, ou podem ser como uma faixa luminosa na atmosfera semelhante à aurora polar. Outras vezes assemelham-se a esferas brilhantes que flutuam no ar. Podem também parecer pequenas chamas a tremeluzir ou a rastejar ao longo ou perto do solo ou chamas maiores a emergir do solo. Um vídeo gravado na China pouco antes do terremoto de Sichuan em 2008 mostra nuvens luminosas a flutuar no céu.” (in CNN e CNN Portugal)

“Os investigadores descobriram que cerca de 80% das ocorrências de EQL estudadas foram observadas em terremotos com magnitudes superiores a 5,0. Na maioria dos casos, o fenómeno foi observado pouco antes ou durante o evento sísmico, e foi visível até 600 quilómetros do epicentro do terremoto.
Os sismos, especialmente os mais fortes, são mais prováveis de ocorrer ao longo ou nas proximidades das áreas onde as placas tectónicas se encontram. No entanto, o estudo de 2014 concluiu que a grande maioria dos terremotos ligados a fenómenos luminosos ocorreu dentro das placas tectónicas, e não nos seus limites.
Além disso, as luzes de terremotos eram mais prováveis de ocorrer em ou perto de vales de fenda, locais onde – em algum momento no passado – a crosta terrestre tinha sido separada, criando uma região de planície alongada que fica entre dois blocos de terra mais altos.” (in CNN Portugal)

“Segundo pesquisadores da Universidade Rutgers dos Estados Unidos, estes clarões produzem-se com os deslizamentos do solo perto de falhas geológicas da Terra gerando uma carga elétrica.
Apesar das rochas serem isolantes, demonstrou-se em experimentos de laboratório que estas são boas condutoras de electricidade em sua superfície. Este fenómeno foi descoberto pelo físico mineralogista Friedemann Freund. Ele se deu conta de que os grãos minerais nas rochas estão cheios de imperfeições pois apresentam átomos de oxigênio em estados imperfeitamente ionizados (…). Durante um terramoto, pode-se libertar na casca uma nuvem de buracos-p, devido ao esforço sísmico, os quais sobem através das rochas e se manifestam surgindo da terra como plasma em estado sólido, cujos efeitos incluem luzes de terramoto, emissões infravermelhas detectadas do espaço, ruído de ondas de rádio, perturbações na alta atmosfera, e inclusive um comportamento estranho nos animais.” (in wikipedia e National Geographic)

“Friedemann Freund, (…) antigo investigador do Centro de Investigação Ames da NASA, (…) explicou que, quando certos defeitos ou impurezas nos cristais das rochas são submetidos a tensões mecânicas – como durante a acumulação de tensões tectónicas antes ou durante um grande sismo – quebram-se instantaneamente e geram eletricidade.
A rocha é um isolante que, quando submetido a tensões mecânicas, se transforma num semicondutor, observou. “Antes dos terremotos, grandes volumes de rocha – centenas de milhares de quilómetros cúbicos de rochas na crosta terrestre – estão a ser sujeitos a tensões e essas tensões provocam o deslocamento dos grãos, dos grãos minerais, uns em relação aos outros”, acrescentou. “É como ligar uma bateria, gerando cargas elétricas que podem fluir das rochas sob tensão para as rochas sem tensão e através delas. As cargas viajam rapidamente, até cerca de 200 metros por segundo” (…) Outras teorias (hipóteses) sobre as causas das luzes incluem a eletricidade estática produzida pela fraturação da rocha e a emanação de radão, entre muitas outras. Atualmente, não existe consenso entre os sismólogos sobre o mecanismo que causa as luzes de terremoto (…). Freund espera que um dia seja possível utilizar estas luzes, ou a carga eléctrica que as provoca, em combinação com outros fatores, para ajudar a prever a aproximação de um grande sismo.” (in CNN Portugal e CNN)

Curiosamente, por vezes não é nada disto.
Por exemplo, no sismo do México em 2021, nas redes sociais foram publicadas imensas fotografias com luzes, com as pessoas a dizerem que eram luzes de terremoto ou UFOs. Na verdade, eram os cabos de eletricidade a produzir luz, após os postes elétricos caírem e alguns aparelhos explodirem. Essa explosão de luz era refletida pelas nuvens, e as pessoas pensavam que se tratavam destas luzes. O mesmo tinha acontecido também no México, mas em 2017, onde além do terremoto existiu uma tempestade que produziu relâmpagos, em que a sua luz foi também confundida com luzes de terremotos. (in Forbes)

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