Avatar – reviews portuguesas

avatar

Do Ciência Hoje:
“O filme «Avatar», um prodígio da tecnologia que o realizador James Cameron esperou quinze anos para fazer, vai estrear no dia 17 de Dezembro em quase 90 salas de cinema portuguesas, a maioria com projecção em três dimensões (3D). (…)
«Avatar», cuja antestreia se realizou ontem em Londres, é apontado como a grande sensação do cinema em 3D, com recurso à mais recente tecnologia e efeitos especiais, aperfeiçoando no grande ecrã a combinação de actores reais com personagens animadas.
James Cameron pensou na história em 1995, ainda antes de estrear «Titanic», mas só retomou o projecto há quatro anos, quando tinha todas as ferramentas tecnológicas para o concretizar. Uma das novas técnicas utilizadas é o reconhecimento facial, que capta, em computador, as expressões dos actores, incluindo o movimento dos olhos, para posterior reprodução em animação. (…)
O realizador sublinhou que por detrás de todas as cenas de acção, aventura e guerra, apesar dos efeitos especiais e aparato tecnológico, «Avatar» conta uma “emotiva história de amor”.
O filme passa-se em 2154, quando os humanos descobrem um valioso mineral num novo planeta, Pandora, habitado pelos Na’vi. Para entrarem no planeta, os humanos criam avatares, seres híbridos com DNA Na’vi, para extrair aquele mineral.
A história centra-se em Jake Sully, um militar norte-americano que, através do seu avatar, ficará dividido entre dois mundos, entre duas culturas, em conflito entre si.
James Cameron sublinhou que ” há referências indirectas à guerra no Vietname, aos atentados de 11 de Setembro, à forma como tratamos o ambiente, o sentimento de pertença a uma comunidade”.
avatar poster
Do Público:
“Raras vezes conseguimos olhar para um filme e sentir que estamos a ver qualquer coisa, outra coisa, alguma coisa que vai para lá daquilo a que estamos habituados, e que não se quer limitar a pintar quadros mas quer que esses quadros ganhem vida e nos toquem da mesma maneira que o tocaram a ele. Cameron conseguiu fazê-lo em todos os seus filmes anteriores, mas a pulsão criativa de “Avatar” é esmagadora, até mesmo alucinogénica no grau de detalhe com que todo este universo extra-terrestre é concebido, e no modo como Cameron o usa como reflexo e ressonância da história que conta. Poder-se-ia dizer que é um filme de um director artístico mais do que um realizador, mas isso é negar que Cameron sempre procurou que as suas epopeias tecnológicas tivessem uma alma humana; e, mesmo que nem tudo esteja no ponto em “Avatar”, há emoção e arte e vida em Pandora. Que existiria mesmo sem o 3D, mas que, com a tecnologia, faz a diferença entre a admiração distante e a partilha.
James Cameron criou um universo dentro da sua cabeça e quis-nos convidar a visitá-lo, sem segundas intenções que não a de nos mostrar um espectáculo que nunca vimos antes. Quando foi a última vez que um cineasta nos fez um convite destes?”
avatar Cameron
Comentário do Tiago Carvalho:
“Sem dúvida um GRANDE filme. Fui ver e posso dizer que não tinha presente na minha memória a última vez que vi, e ouvi, uma sala inteira a aplaudir um filme. O filme convida-nos a conhecer um mundo que foi idealizado pelo realizador. Este mundo apresenta-se carregado de críticas à nossa sociedade… capitalista, impessoal, artificial… às “direitas”.
De um lado o mundo idealizado pelo realizador, em que as pessoas (neste caso “Avatares”) têm uma grande ligação à natureza e à espiritualidade (que não está assim tão longe do nosso mundo… basta andarmos uns bons séculos para trás para vermos que já fomos iguais). Do outro lado os humanos… como nós. Que não olham a meios para atingir fins. Que vêem o dinheiro como felicidade, a ganância como uma missão, e a guerra como a sua arte.
Se as pessoas conseguirem ver para além do filme, vão ver que este apresenta-se repleto de críticas à sociedade em que vivemos… Desde a destruição da natureza, à destruição da condição humana (através da guerra e da sede pelo dinheiro).
Este termina com uma simples reflexão: se dessem a escolher aos humanos, fora desta sociedade rotulada pelo capitalismo, entre a ganância e a VERDADEIRA condição humana, ninguém hesitava… todos escolhíamos a condição humana.
Recomendo!”
Outros comentários interessantes:
“Adorei do primeiro ao ultimo minuto. Recomendo a todos que o vejam. Existe de certo modo um paralelismo com a história da colonização da América (conquistadores contra indios) mas num universo novo e fantástico.”
“Amazónia no Espaço com Safiras, uma viagem alucinogénea em 3D. Pandora é a Amazónia, até os nativos parecem índios, só que são azuis como as safiras.”
“Em relação ao filme em si, penso que não deverão perde-lo. Tem visual, amor, acção e até um pouco de comédia… Não sei o que mais se pode esperar de um filme.”
“Vão ver, vale a pena fica preso à cadeira durante 3 horas. A história não é nada de novo mas o universo e conceito é fantástico!”

Da Joana Amaral Dias:
“Para Philip K. Dick, na ficção científica não se fazem predições, inventam-se outras sociedades ou outros universos, tendo como matriz a nossa realidade. Os protagonistas não são as personagens, mas as ideias. No caso de ‘Avatar’, as ideias visuais. O seu realizador, J. Cameron, realmente criou um novo mundo, de árvores colossais, flores fosforescentes, fauna estrambólica e gigantes azuis que falam uma língua bizarra. E é por esse universo de detalhe e espanto que o filme vale. Não pelas suas personagens ou história.
No século XXII e tecnologia à parte, os humanos continuam iguais a si mesmos: gananciosos e destrutivos. Chegam ao esplêndido planeta Pandora não para aprender com os nativos, mas para os esbulhar. Enfim, a narrativa vive dos estereótipos brancos-maléficos-imperialistas versus nativos-bondosos. É uma parábola simples sobre o Ocidente.
Revisita-se um tema do século XX, a colonização espacial. Com uma diferença. Os maus não são os alienígenas. E o seu ponto de vista também não é invisível como em ‘Apocalipse Now’. Em ‘Avatar’, o índio tem voz e identidade. De tal modo que este filme não é uma fantasia apenas porque de noite reluz como um encantando fundo do mar. É uma fantasia porque o colonizador é vencido e o espectador torce pelos indígenas, “traindo” a sua própria raça.
Numa frase: ‘Avatar’ é um ‘Guerra das Estrelas’ cruzado com ‘Salvem a Amazónia’.
O filme exclui os que rejeitam o cinema enquanto espectáculo. Conquista quem tem disponibilidade para se deslumbrar ou surpreender.”

avatar image
Avatar é uma super-produção em 3D de ficção científica, mas também tem um teor ecológico.
O filme revela a história de Jake, um antigo oficial da marinha, que se encontra paraplégico e que é enviado ao planeta Pandora, um planeta povoado de seres cuja pele é azul.
Jake irá fascinar-se por este mundo, onde os habitantes vivem em total harmonia com o ambiente.”

Outro excelente artigo do Público:
“Cameron é um visionário que, de cada vez que filma, expande as fronteiras do que a tecnologia permite. Para “Avatar” criou um novo sistema de câmaras tridimensionais e refinou a tecnologia de “performance capture” que permite transformar em animação digital o registo do movimento e da expressão facial dos actores – chutando para canto as tentativas de Robert Zemeckis em “Polar Express”, “Beowulf” ou “Um Conto de Natal”. (…)
“Avatar” é, visto por um prisma, o sonho de qualquer estúdio: uma experiência cinematográfica que não é possível viver a não ser numa sala de cinema. Um filme realizado por um cineasta de sucesso garantido, que inventou uma nova maneira de criar efeitos visuais, que força os limites da tecnologia. Em rigor, a narrativa de “Avatar” não precisa do 3D para nada: um ex-Marine paraplégico descobre uma razão para viver através do “avatar” que controla no distante planeta Pandora junto dos Na’vi, povo que vive em harmonia com a natureza e que ele acaba por liderar numa revolta contra os humanos que querem explorar as riquezas naturais do planeta. O 3D introduz apenas uma dimensão extra no universo visual que justifica em absoluto o deslumbramento. (…)
Cameron usa o 3D como janela para o universo de Pandora, como um modo de reforçar os seus cuidadíssimos efeitos visuais; mais do que “épater le bourgeois”, a ideia é tornar este universo tão fotorrealista como o mundo lá fora. E, no processo, possibilitar um retorno ao ponto zero do maravilhamento que o cinema criou nos inícios. (…)
É isso que justifica a “fé” como arma secreta – fé da Fox em que Cameron seja capaz de cumprir o que prometeu: fazer um filme capaz de recuperar esse deslumbramento primordial de ver qualquer coisa que nunca se conseguira ver antes. E, sobretudo, também fé em que Cameron consiga com “Avatar” um novo “Titanic”, um filme de tal maneira abrangente no seu “código genético” que toda a gente o queira ir ver. (…)
O que filmou, na realidade, é a história de uma viagem iniciática numa outra cultura dobrada de redenção e redescoberta – Jake Sully, o Marine interpretado por Sam Worthington, transita da cultura guerreira humana para a cultura guerreira Na’vi através de uma série de rituais de passagem claramente inspirados pelas aventuras exóticas que fizeram sensação nos primeiros tempos do cinema.
A esse nível, então, “Avatar” é uma jogada triplamente arriscada. Não apenas usa uma técnica de um modo como nunca foi usada antes como o faz num filme que invoca uma herança criativa esquecida, e, sobretudo, implica um colossal investimento financeiro que repousa nos ombros de um cineasta incontrolável. (…)
Sejamos honestos: com toda a atenção que tem gerado, dificilmente “Avatar” será um desastre de bilheteira, e convirá não esquecer que 2009 tem provado ser um ano de ouro para a ficção científica – a “space opera” pós-moderna de “Star Trek” (J. J. Abrams, 2009) e a sátira sociopolítica de “Distrito 9” (Neill Blomkamp, 2009) ressoaram com audiências globais de modos improváveis. “Avatar” cruza esses ângulos e mais, numa espécie de “megamix” dos “greatest hits” dos filmes de aventuras siderais.
avatar
No MSN:
A crítica foi bastante favorável ao filme, com uma aprovação de quase 94%. Até o crítico do Los Angeles Times, Kenneth Turan, que tinha arrasado “Titanic”, nas suas críticas, ficou rendido a “Avatar”, dizendo que Cameron tinha trazido um novo encantamento à experiência de ver um filme e que, o par romântico deste filme, nos faz ficar mais preocupados pela sua sobrevivência do que com Leonardo DiCaprio e Kate Winslet.
Comercialmente, “Avatar” também foi um sucesso. No primeiro fim de semana arrecadou 77 milhões de dólares, muito mais do que os estúdios esperavam que atingisse.
O filme foi um sucesso na noite de apresentação, no Samuel Goldwyn Theater. A audiência sentiu o impacto, a resposta foi extraordinária e os aplausos aos actores, no final, durante a passagem da ficha técnica foram de deitar a sala abaixo.
Os pares de Cameron, em Hollywood, começam agora a reconhecer a qualidade técnica envolvida e a aplaudir o realizador. Steven Spielberg chegou mesmo a chamar a “Avatar” o mais «evocativo e espantoso filme de ficção científica desde Star Wars».
Mas o filme não irá mudar as escolhas da Academia apenas pela técnica. Também ao nível do tema, é o filme mais liberal, é eco-friendly e um protesto contra a América criada por George Bush, que explorava e pilhava os recursos dos países mais desfavorecidos.
Portanto, quão grande poderá ser o impacto de Avatar nos nomeados da Academia, em 2 de Fevereiro? Por enquanto, fala-se na nomeação para nove estatuetas em categorias como Filme, Realizador, Efeitos Visuais, Edição, Direcção Artística, Banda Sonora, Sonografia, Canção, entre outros.
Adam Shankman, já se rendeu a Avatar e publicou no seu Twitter que Avatar não só é brilhante como tem a mais poderosa mensagem ambiental do ano.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Verified by MonsterInsights