A Psicologia da Exploração Espacial

A NASA lançou um livro sobre a Psicologia dos Astronautas, e de todos aqueles que quiserem fazer exploração espacial deixando este ponto azul-claro, como podem ler aqui, aqui, aqui, e aqui.
Podem ler todo o livro, aqui.

4 comentários

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    • Dinis Ribeiro on 16/07/2011 at 03:51
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    “Pessoalmente, penso que o maior entrave à exploração espacial não é a tecnologia… mas sim a psicologia humana.”

    Concordo bastante com este ponto de vista… e um dos (principais?) problemas é o nosso subconsciente, ou o id. http://pt.wikipedia.org/wiki/Inconsciente ou ver http://en.wikipedia.org/wiki/Unconscious_mind#Artificial_grammars ou ainda http://en.wikipedia.org/wiki/Id,_ego,_and_super-ego

    Sempre gostei muito deste filme: O Planeta Proibido, por variadas razões…
    http://en.wikipedia.org/wiki/Forbidden_Planet

    Ambas as versões do Solaris (prefiro a primeira) por causa da qualidade do realizador:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Solaris_(1972_film) e depois http://en.wikipedia.org/wiki/Solaris_(2002_film)

    Adorei este livro e penso que mostra como o SETI pode ser humilhante e deprimente:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Roadside_Picnic

    Gostei de terem mandado uma “equipa” interdisciplinar e também da assustadora ambivalência do matemático interpretado pelo Samuel Jackson no filme “A esfera” e sobreudo o modo como o Dustin Hoffman representa o psicólogo, e penso que essas duas personagens estão bem conseguidas: http://en.wikipedia.org/wiki/Sphere_(film)

    A ganância desmedida ( http://en.wikipedia.org/wiki/Greed ) do empresário Carter Burke da futurística companhia espacial Weyland-Yutani no filme Aliens, pode ser uma fonte de (pequenos?) problemas… http://en.wikipedia.org/wiki/Aliens_(film)

    Penso que a pequena sequência em que o actor Steve Buscemi (Rockhound) tem uma crise de “space dementia” e se monta numa bomba atómica (como no Dr Stangelove) a cantar “No Nukes, No Nukes” neste filme ( http://en.wikipedia.org/wiki/Armageddon_(1998_film) ) é muito reveladora a nível sociológico, e uma “crise de nervos” dessas é algo que (se calhar) não é assim tão impossível de acontecer, no caso do turismo espacial.

    Aparentemente há quem acredite que existe mesmo uma “dêmencia espacial” o que só prova a fortíssima influência dos filmes. Mas (posívelmente) o risco de ocasionais episódios psicóticos (http://en.wikipedia.org/wiki/Psychosis) será inevitável.

    Pode ser muito reduzido e pensadas medidas de prevenção, mas estará sempre presente. A melhor contra-medida poderá ser ter uma tripulação polivalente com uma boa formação interdisciplinar, para o caso do “médico espacial” a bordo ficar doente.

    A natural ansiedade dos “Flight Surgeons” tem mesmo que ser bem gerida e filtrada pelos Capsule Communicator (CAPCOM) (http://en.wikipedia.org/wiki/Flight_controller#Capsule_Communicator_.28CAPCOM.29) , pois podem acabar por complicar muito as coisas, o que acontece em parte num livro que li entitulado “Gravity” e de que gostei muito, escrito em 1999 por http://en.wikipedia.org/wiki/Tess_Gerritsen – ver http://www.amazon.com/Gravity-Tess-Gerritsen/dp/0671016776

    Por exemplo, no filme “Mission to Mars http://en.wikipedia.org/wiki/Mission_to_mars o Ramier Beck (Armin Mueller-Stahl), duvida se o Jim McConnell (Gary Sinise) está em condições de voar no espaço. Como se vê, ele estava perfeitamente funcional, e isso também ilustra como pode ser preconceituosa e problemática a selecção.

    Quanto a preconceitos, há também este filme: http://en.wikipedia.org/wiki/Gattaca

    A maneira relativamente arrogante como muitas pessoas que são especialistas brilhantes noutras disciplinas, e que (quase sem se apreceberem) menorizam a psicologia como uma “actividade pouco exacta” através intrevenções “amadoras” sobre pessoas que elas acham que estão “perturbadas”, é algo que (frequentemente ) pode agravar as situações. Mais informação: http://en.wikipedia.org/wiki/Iatrogenic

    Estaremos então no âmbito (afinal) de mais um fenómeno relativamente “pseudo” (http://en.wikipedia.org/wiki/Pop_psychology e também http://en.wikipedia.org/wiki/Psychobabble)

    Por último, temos também o caso dos pioneiros que estão consumidos por um tal ressentimento que os leva á loucura como no filme Sunshine (2007)
    http://en.wikipedia.org/wiki/Sunshine_(2007_film)
    Pinbacker is the insane captain of Icarus I, the first ship that was sent to reignite the Sun.
    The character’s disfiguring burns were influenced by the injuries suffered by F1 driver Niki Lauda.

    Boyle described the character of Pinbacker as a representation of fundamentalism…

    …ou então a enveredar por se tornarem estranhamente “religiosos” como acontece aos “Conhecedores” nesta banda desenhada: http://en.wikipedia.org/wiki/Empire_of_a_Thousand_Planets

    Quanto á ideia dos “entraves” isso lembrou-me muito dum outro livro que li: http://en.wikipedia.org/wiki/Titan_(Stephen_Baxter_novel)

    No livro “Titan”, o programa espacial Chinês tem um grande “impacto”…
    http://www.spacedaily.com/news/nuclearspace-03d.html

    No 2001, o Discovery usa propulsão nuclear… e raramente se fala disso. Porquê?
    http://en.wikipedia.org/wiki/Discovery_One e também http://en.wikipedia.org/wiki/Nuclear_propulsion

    Penso que existirá algum fundamentalismo e ideias pseudo ciêntificas na (cega?) oposição “total” contra a utilização de energia nuclear fora da terra:

    1) http://www.space.com/1929-nasa-pluto-mission-draws-dozen-protesters.html

    2) http://www.animatedsoftware.com/cassini/protests.htm

    3) http://edition.cnn.com/TECH/9710/04/cassini/

    4) Ver “Plutonium power source” em http://en.wikipedia.org/wiki/Cassini%E2%80%93Huygens#cite_note-Krivobok-3

    Uma base lunar, na minha opinião, implica a implantação dum reactor nuclear:
    http://www.space.com/5850-nasa-eyes-nuclear-power-moon-base.html

    Neste “antigo” jogo de simulação, que foi desenvolvido com o apoio da NASA, (em que devo ter construído quase uma centena de diferentes configurações de bases lunares), pura e simplesmente, não se vai a lado nenhum sem se usar a fissão nuclear: http://www.colonization.biz/moonbase.htm

    Hoje em dia, tudo é mais “politically correct” e tenho curiosidade de saber se este jogo didático tem reactores nucleares: http://www.nasa.gov/offices/education/programs/national/ltp/home/index.html

    Mais info: http://en.wikipedia.org/wiki/Moonbase_Alpha_(video_game)

    Até este jogo “para crianças” tem reactores nucleares: http://en.wikipedia.org/wiki/Moon_tycoon

    Parte da opinião pública nos anos 70 e 80 foi exposta á ideia de se iria fazer um enorme depósito de lixo nuclear na lua. http://en.wikipedia.org/wiki/Moonbase_Alpha_(Space:_1999)#Nuclear_Disposal_Area_One

    Curiosamente, depois de uma explosão inicial “purificadora”, nos vários episódios do Espaço 1999, fala-se mesmo muito pouco das fontes de energia para a base, e o tema “nuclear” é bastante escamoteado.

    Irónicamente, embora a ideia da lua andar por aí tipo a nave “entreprise” do Star Trek e se encontrar ocasionalmente com planetas novos seja “astronómicamente” imaginária e impossível, (pura fantasia e também um bom plot device http://en.wikipedia.org/wiki/Plot_device) o facto de que o “impulso” que nos pode “lançar a sério” no espaço vir da energia nuclear, pode ser bem mais realístico do que muitos pensariam.

    Em 1962 montou-se um reactor nuclear nesta base “quase lunar” (e foi desactivado em 1972): http://en.wikipedia.org/wiki/McMurdo_Station

    Mas depois do que aconteceu recentemente nos reactores de Fukushima no Japão, os projectos de propulsão nuclear no espaço e a instalação de reactores na superfície da lua, podem ser ainda mais afectados (permanentemente inviabilizados?) pelos “factores psicológicos”…

    Por último para avaliar a dimensão dos “entraves” psicológicos não nos deveremos esquecer do projecto A119 http://en.wikipedia.org/wiki/Project_A119

    Por acaso, a página em Português está bastante interessante pois mostra bem o papel que o Carl Sagan teve neste caso: http://pt.wikipedia.org/wiki/Projeto_A119

    “A existência do projeto A119 permaneceu praticamente em segredo até meados da década de 1990, quando o escritor Keay Davidson esbarrou na história enquanto pesquisava a vida de Carl Sagan para uma biografia.

    Em dezembro de 1969, já com os Estados Unidos em posição de vantagem na corrida espacial após o sucesso da missão Apollo 11, o cientista Gary Latham, associado ao programa Apollo, foi a público defender o lançamento de uma bomba atômica de proporção “deveras pequena” contra a Lua. O lançamento, que ocorreria após a missão Apollo 15, teria como objetivo auxiliar nas análises do núcleo do satélite.”

    Por muito pequena que fosse, se se tivesse lançado uma bomba atómica na Lua, isso poderia dar a impressão de que havia lá qualquer coisa que teria de ser “nuked from orbit” e então, nesse universo alternativo, aposto que haveria ainda mais paranóia tipo Apollo 18 (http://en.wikipedia.org/wiki/Apollo_18_(film)) por um lado, mas por outro, como as pessoas têm de “ver para crer” talvez agora houvesse muito menos gente que duvidasse da nossa capacidade de alcançar a Lua.

    Teria sido algo semelhante (mas maior) a esta outra missão, que se tornou realidade:
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Deep_Impact_(sonda)

    É necessário compreender que nessa época se efectuavam inúmeros testes nucleares em terra, no mar (até com explosões subaquáticas) e também no espaço (explosão exoatmosférica é mais “diplomático”) fora da terra, e por isso seria bastante “natural” fazer o mesmo na lua.

    1) http://en.wikipedia.org/wiki/High_altitude_nuclear_explosion

    2) http://en.wikipedia.org/wiki/Underwater_explosion

    3) http://en.wikipedia.org/wiki/Nuclear_tests

    Em termos “psicológicos” para muita gente, é possível que a tecnologia espacial e a tecnologia nuclear ainda estejam (indissociávelmente?) ligadas, com todas as vicissitudes associadas a esse facto.

    Quanto mais não seja, a “nível subconsciente”, pelo que os apelos a uma análise puramente “racional” dos factos, podem não ser suficientes para se conseguir ultrapassar uma “certa desconfiança” do grande público, que vem já desde o início da era espacial.

    Os dois filmes sobre “fazer explodir” asteroides ameaçadores http://en.wikipedia.org/wiki/Armageddon_(1998_film) / http://en.wikipedia.org/wiki/Deep_Impact_(film) e também “a grande profundidade” http://en.wikipedia.org/wiki/The_core, em que se usam bombas atómicas para fins mais “construtivos” poderão contribuir para modificar (ligeiramente?) as precepções do grande público sobre a utilidade da energia atómica fora da terra.

  1. Pessoalmente, penso que o maior entrave à exploração espacial não é a tecnologia… mas sim a psicologia humana.

    Como se vê nos programas Big Brother, uma mão-cheia de pessoas juntas 24h por dia num sítio minúsculo… dá certamente problemas.
    E em programas desses na TV, eles são expulsos, ou podem vir até ao jardim desanuviar… etc… no espaço, não 🙂

    1. Pra falar a verdade verdadeira meu amigo Carlos, a psicologia e a ideologia da humanidade é o maior entrave não só para a exploração, é o maior entrave para sua propria evolução!! 🙁

    • Dinis Ribeiro on 15/07/2011 at 12:32
    • Responder

    Excelente post! Quase que não me aprecebia da existência do livro.

    Uma pessoa que conheci e cujo trabalho me influenciou bastante é o Robert Helmreich:
    http://homepage.psy.utexas.edu/homepage/group/HelmreichLAB/

    Até publiquei um pequeníssimo artigo de divulgação sobre esse tema:

    “Pesquisa em psicologia da pilotagem na Universidade do Texas em Austin”
    Revista FUTURO Ciência-Novas Tecnologias-Inovação Ano II, nº 21, Outubro 1988

    Uma outra pessoa cuja obra também que me influenciou foi a Regina North:
    http://reginanorth.com/about_us

    Um exemplo de aplicação prática deste tipo de estudos:

    Flying Ahead of the Airplane
    http://www.amazon.com/Flying-Ahead-Airplane-Nawal-Taneja/dp/0754675793

    Staying Ahead of the Airplane
    http://www.aopa.org/pilot/features/mos9706.html

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