Breve História de Quase Tudo

Este livro enorme (500 páginas) cobre várias áreas da ciência, sendo assim bastante completo na sua abrangência.
“Uma pesquisa digna de um mamute, anos de investigação e como resultado… O Big Bang, os dinossauros, o aquecimento global, geologia, Einstein, os Curies, a teoria da evolução, a gasolina com chumbo, a teoria atómica, os quarks, os vulcões, os cromossomas, o carbono, os organismos edicarianos, a descontinuidade de Moho, o ADN, o Charles Darwin e um zilião de outras coisas. Em linguagem não demasiado científica, sempre clara e com as devidas anotações, o leitor é conduzido, por este autor extremamente divertido e bem informado, numa viagem através do tempo e do espaço, cujo prato forte é também revelar-nos algumas ironias do desenvolvimento científico. Esta é verdadeiramente uma obra que nos dá a sensação de ter o mundo na palma da mão.”

Nos últimos dias li este livro, e o que mais me sobressaiu nem foi a parte científica, mas sim as histórias humanas.

Por exemplo, de forma a medir a circunferência da Terra com mais precisão, uma equipa de cientistas franceses viajou até ao Perú em 1735. As coisas correram muito mal. Chegaram a uma vila, e foram afugentados à pedrada. O médico da expedição foi morto devido a um mal-entendido. O botânico ficou maluco. Vários morreram de febre e quedas de precipícios. Um dos cientistas fugiu com uma rapariga de 13 anos. E os 2 cientistas principais pararam de falar um com o outro (pg. 44).

Outro exemplo: quando a mulher do famoso físico Wolfgang Pauli o deixou por um químico, ele disse: “Se ela me tivesse deixado por um toureiro até compreendia, mas por um químico…”
Rutherford também disse: “Toda a ciência é física, ou coleccionar sêlos”.
A ideia é que os físicos desconsideram cientistas de outras áreas (pg. 137).

Paul Davies disse na Nature que: “A ciência atingiu tamanha complexidade e esquisitice (ex: Mecânica Quântica, Super-Cordas, etc), que é praticamente impossível para um não-cientista distinguir entre o que é legitimamente estranho e aquilo que é pura vigarice” (pg. 167) – fez-me lembrar este documentário.

Estes são alguns exemplos do livro, mas há muitos mais que mostram que a parte social é importante.

15 comentários

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  1. Lamento deitar alguma água fria no vosso entusiasmo mas achei o livro apenas razoável.
    É certo que tem uma série de histórias interessantes e bem contadas mas a parte científica pareceu-me demasiado simples (paraq não dizer simplória).
    Mas isto é apenas uma opinião de alguém cujos gostos literários são um bocado excêntricos.

    1. Jaculina, mas tem de ver q se trata de um livro para ser entendido por leigos, não de um livro para nerds e sheldons 😉 Aquilo que para nós soa a simplório, devido ás nossas bases nas áreas cientificas, para muitas pessoas espalhadas pelo mundo é…chinês (bem, para os chineses será…hum…swahili? LOL bazinga!). Não podemos falar com leigos da mesma forma que falamos com um investigador ou até mesmo com um curioso. Não seriamos entendidos. E se a ideia é divulgar a ciência, então tb tem de se divulgar de uma forma simples, que seja entendida pelo mais leigo dos leigos se possivel. 😉

    • duarte josé seabra on 14/09/2011 at 09:34
    • Responder

    Olá Carlos.

    Obrigado.
    Este é um dos meus livros favoritos de divulgação científica, ainda recentemente -sábado passado- ofereci um a um amigo meu (que é uma espécie de “Carlos”: este meu amigo é licenciado em Direito, Biologia e Geografia… tem, como o Carlos, saberes múltiplos e transversais, que o tornam uma espécie de Pessoa do Renascimento dos dias de hoje).
    Esta transversalidade e pluralidade de saberes é uma característica de inúmeros colaboradores-criadores do AstroPT, eu diria, de TODOS os colaboradores-criadores… dos dois lados do Atlântico…

    Recordo-me (de memória) de duas passagens do livro ::
    Uma sobre Alfred Wegener, descobridor da deriva dos Continentes, ridicularizado no seu tempo, morto sem reconhecimento da sua descoberta, Bryson diz algo assim.

    “Wegener jaz aonde faleceu, na Gronelândia, há 50 anos.
    Um metro mais perto dos Estados Unidos do que quando faleceu”.

    Outra passagem sobre Hubble, e as peripécias ocorridas com o seu corpo-não se sabe onde está enterrado – Bryson diz algo assim:
    “Se procuram Hubble, olhem para cima”.

    Frequentemente, o livro comoveu-me, e tem um condão, cada pessoa que o lê avalia-o segundo os seus próprios conhecimentos, e um dado/s capítulo/os dizem-nos mais do que outros, a mim (medicina…) disseram-me mais os capítulos sobre a biologia e sobre a vida e a evolução.
    Quanto ao meu gosto por aprender astronomia, bom, felizmente conheci o vosso blog… e toca a aprender todos os dias… convosco.

    1. Olá,

      Antes de mais, obrigado pelas palavras 🙂
      Sagan foi um verdadeiro Homem do Renascimento… já eu, ainda não :). Espero vir a saber muito mais de uma série de coisas… mas é um dos meus objectivos, se conseguir chegar aos 150 anos 🙂 eheheehe
      Mas não nego que o facto de ter tirado uma licenciatura em Gestão de Empresas, e de depois ter seguido Astrobiologia (que é inerentemente interdisciplinar) me permite ter um conhecimento mais alargado que se só seguisse uma via única e fechada em si própria. 🙂

      Também gostei da parte de biologia, devido a estar em astrobiologia 😉
      Mas talvez por mais estar mais ligado a essa área, não vi coisas “interessantes” 😉

      Eu também me lembro do Wegener. Lembro-me inclusivé de ter pensado que se eu vivesse na altura, também acharia que ela era maluco. A “superfície” (na verdade, não o é) mexer-se em várias direcções na Terra seria uma ideia absurda, e eu colocaria-a nessa categoria.
      E faria o mesmo para Einstein. As coisas que ele diz são completamente contra a lógica.

      Mas o melhor da ciência é isso: corrige-se a si própria de forma relativamente rápida.
      Algo que os pseudos são incapazes de fazer.

      E lá está, normalmente os pseudos usam essas situações para dizer que, se a esses aconteceu isso, as ideias disparatadas pseudo também irão ser reivindicadas no futuro.
      Esquecem-se que essas ideias foram divulgadas por cientistas (e não por pseudos) e que a ciência fez as experiências necessárias e deram resultados positivos (o que é o resultado oposto das experiências que se faz com as ideias pseudo).

      Acho também que neste tipo de livros (na verdade, em todos) comete-se o erro estatístico de tipo I, que é o de dar relevância a todas aquelas ideias que deram certo.
      As pessoas ficam com uma ideia errada de como a História evolui.
      Na verdade, essa ideia do Wegener deu certo, mas muitas outras deram errado… e de ideias a competir umas com as outras, fez-se experiências e percebeu-se qual das ideias está mais de acordo com os efeitos que vemos na realidade 😉

      abraços!

      1. Ena, grande elogio!!! 🙂 é sempre bom ver o trabalho reconhecido junto dos pares 🙂 🙂 🙂 🙂

  2. Aliás aconselho qq libro do bill bryson que escreve normalmente sobre viagens e por não ser cientista faz uma “hestória” (com h e E :D) muito boa da ciência

    1. Se gosta deste tipo de livros, leia também os do Standage: são fantásticos nessa parte social.
      Mas são só sobre um tema de cada vez 😉

  3. Ora aí está o meu livro favorito que anda emprestado nãoo sei a quem e provavelmente vou ter de comprar outro.

    1. Já me aconteceu a mim também… emprestar e depois esquecer-me a quem emprestei 😛

      Agora uso TXT files para isso 😛 eheheehe 🙂

      1. Pois… o meu 1982 desapareceu….

      2. 1984 ? 🙂

      3. Siiim, isso, LOOL, sorry. O 1984 do Orwell 😀

  4. Está na mesa de cabeceira, na fila 😀 mas é um livro que, pelas reacções q obteve, tenho aconselhado a todos os que se querem cultivar cientificamente.

    Já as piadinhas de físicos para com o pessoal de outra área, não sendo regra, e tendo no Sheldon o seu expoente máximo ahahah, já pôde ser observada, já…

    1. SHELDON!!!!! 😀

      vai voltar… tá quase 🙂

      1. aqui estão a dar a 3a série!!! só reparei há pouco, e já vai no episódio 6… grrrrrrrrrr!!!!! tenho de ver se arranjo as seasons todas em dvd, irra.

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