A Quinta Vaga

The 5th Wave (5ª Onda / 5ª Vaga) é um filme sobre uma invasão de extraterrestres, baseado num livro com o mesmo nome.

Vi este filme a 11 de Fevereiro de 2016.

Gostei bastante do potencial da história.
Achei a premissa do filme muito interessante.

Infelizmente a execução da ideia foi bastante má.
Não são só os efeitos especiais que são péssimos, mas o próprio desenrolar da história tem muitas falhas.

Não são só falhas de continuidade, que fazem pouco sentido para o desenrolar da história, mas o foco, por exemplo, numa história romântica numa altura de fim-do-mundo onde a protagonista está stressada para encontrar o irmão mais novo é irrealista.
É absolutamente treta, o ser meio alienígena apaixonar-se por uma Humana após a ver por alguns segundos.

Gostei de na 4ª vaga, os alienígenas disfarçarem-se de Humanos, sobretudo de Humanos com poder – figuras de autoridade, como militares (exército).
Isto leva a uma paranóia total entre os Humanos sobreviventes. Como no filme Eles Vivem ou A Coisa. A desconfiança é rainha.

Daí o filme ter uma premissa muito interessante, mas uma execução muito má e demasiado previsível.

Os extraterrestres chegam em 4 vagas de ataque:
1 – desligam toda a electricidade no mundo;
2 – causam fortes terramotos com enormes tsunamis, matando mais de 3 mil milhões de pessoas;
3 – libertam um vírus que acaba com 97% dos sobreviventes;
4 – e colocam na superfície terrestre, alienígenas disfarçados de humanos para dizimarem o resto da população.

A 5ª vaga passa por brainwash (manipularem, fazerem uma “lavagem ao cérebro”) as crianças sobreviventes capturadas para matarem os restantes adultos.
Ou seja, as crianças humanas são recrutadas para matarem os humanos sobreviventes, sem o saberem.

A humanidade está de volta à Idade da Pedra e à beira da extinção.

Quatro vagas de crescente impacto mortal, deixam grande parte da Terra dizimada.

Agora, Cassie tem de encontrar e salvar o seu irmão mais novo, enquanto luta contra a nova ameaça extraterrestre.

Gostei da crítica social: os alienígenas eliminam os Humanos, tal como os Humanos dizimam espécies inteiras e levam-as à extinção sem contemplações.

Não entendi:

– porque os alienígenas utilizam batalhas no solo quando podem dizimar todos os humanos a partir do céu, sem os Humanos verem os extraterrestres.
Eu entendo que dizimar toda a gente sem existirem batalhas dava um filme de 5 minutos, sem qualquer emoção, mas era muito mais realista!

– porque, na 5ª vaga, os alienígenas preferem crianças para combaterem.
Seria mais inteligente utilizarem adultos contra adultos.

– como as crianças conseguem lutar e matar alienígenas em batalhas de corpo-a-corpo.
Isto não faz qualquer sentido, até sabendo que Evan Walker, que é metade alienígena, tem uma força muito maior que qualquer ser humano. Logo, qualquer alienígena deve ter ainda muito mais força.

– como um ser metade alienígena consegue derrotar todos os outros alienígenas, em inteligência e batalhas corporais.
Supostamente, ele deveria ter metade da força e inteligência dos extraterrestres…

– porque existe uma personagem que é metade alienígena.
Não faz sentido os extraterrestres terem andado a fazer experiências com Humanos, se o objetivo era exterminá-los o mais depressa possível.

– porque é necessária uma 5ª vaga. Na 4ª vaga já existem alienígenas disfarçados para exterminar os últimos Humanos sobreviventes.

– como o miúdo Ben Parish percebeu tão depressa o que se passava – imediatamente após a amiga Ringer ter retirado o localizador. Não faz sentido a rapidez com que ele percebeu toda a trama extraterrestre.

– porque existiram as primeiras duas vagas. Bastava a terceira vaga, um vírus bastante contagioso lançado a partir do céu para matar milhões de pessoas. Seria muito mais eficiente do que combates corpo-a-corpo, por exemplo.

– o final. Foi um final muito fraco: não se sabe o futuro dos miúdos. Não se sabe o que aconteceu a Evan Walker. Não existem quaisquer conclusões…